sábado, 28 de fevereiro de 2009

A importância de um plano de jogo

por Ricardo "Thorgrim" Mattana

Quem me conhece sabe que eu sempre fui uma pessoa extremamente competitiva e perder é algo que me incomoda profundamente – pode ser um par ou ímpar, aquele truco que rola no churrasco com a galera ou aquele jogo de tabuleiro em família, perder é algo fora de cogitação.

Quando comecei a me encantar com esse jogo fantástico que é o Magic, uma das partes que mais me chamou a atenção, foi esse universo de campeonatos, premiações e prestígio que o jogo oferece. Jogar por jogar começou a ficar chato e cada partida precisava ter um propósito e um objetivo final por trás dela.

Quem vivencia essa parcela do jogo voltada para as competições, sabe que além de treinar muito é preciso estudar como nunca o jogo e o formato presente em uma dessas competições, caso o contrário, os resultados dificilmente aparecerão.

Após as minhas férias no Rio de Janeiro e em Mongaguá, voltei no começo de Fevereiro a freqüentar a Magic Domain e a jogar os campeonatos regulares que por lá tem.

O que mais me impressiona ao ver esses campeonatos pequenos - e até mesmo Regionais - é como as pessoas continuam cometendo os mesmos erros que elas cometiam há um, dois, três anos atrás. Não sei se elas não ligam para isso, possuem dificuldade em aprender ou ainda não entenderam como o jogo funciona, mas o nível realmente é muito baixo. (Não só na Magic Domain, mas o nível do jogador brasileiro de uma maneira geral)

Não que eu seja um extraordinário jogador, mas nesses últimos dois anos em que resolvi levar o jogo mais a sério, um dos fatores que mais me preocupava era se eu estava ou não em constante evolução. Não só em termos de ranking ou de resultados, mas se eu estava realmente aprendendo algo e melhorando minha forma de jogar.

Com isso em mente pude perceber que eu enxergo e me comporto em uma partida de Magic muito diferente da maioria dos jogadores, portanto resolvi escrever esse pequeno texto para passar algumas dicas e ensinamentos que eu aprendi nesses últimos anos para que vocês comecem a se comportar de uma maneira diferente em seus jogos. Pode até ser que alguma das coisas que eu vou falar sejam óbvias para alguns, mas tenho certeza que o texto será útil para muita gente.

Mulligar ou não Mulligar, eis a questão

Pode parecer besteira, mas um dos momentos mais importantes em uma partida é saber se você deve ou não keepar sua mão. Muita gente evita de mulligar e dá keep em uma mão inadequada e perde antes mesmo da partida começar.

Quando você ainda não sabe qual é o deck do seu oponente, normalmente você só opta por mulligar caso venha uma mão com poucos terrenos, uma mão com muitos terrenos ou que a combinação de cartas de sua mão seja péssima para o restante do jogo.

Mas caso você já saiba qual é o deck do seu oponente, seja por que é o segundo game de uma partida ou por que você antes do jogo já sabia do que o oponente está jogando, mulligans estratégicos são muito mais importantes do que parecem.

Tais mulligans ocorrem por diversos motivos – você precisa começar o jogo com aquela carta que vai cortar o combo do seu oponente, seu deck precisa no early game ter aquela carta que vai segurar um deck aggro ou tal carta no começo do jogo é fundamental para que você ganhe do oponente.

Porém, mulligar nem sempre é a solução para todos os problemas. Antes de você pensar em mulligar, você precisa se perguntar “Qual mão eu gostaria de abrir no lugar dessa e se essa mão será realmente melhor do que essa que eu possuo.”

O que eu vejo muita gente fazer é keepar uma mão automaticamente só por que a mão possui 4 cartas e 3 terrenos. Não que isso seja errado, mas as pessoas precisam parar de jogar no automático e se perguntar mais vezes o por que de cada decisão em uma partida. Principalmente se esta decisão for escolher a mão mais adequada para definir seu futuro durante o jogo.

Plano de jogo

O que poucas pessoas param para pensar durante uma partida é qual o plano dela durante o jogo. Como atualmente é muito raro você encontrar um deck que você nunca tenha visto durante um campeonato, basta um ou dois turnos para que você já descubra com qual deck o seu oponente está.

Partindo deste princípio, a sua maneira de jogar tem que ser total influenciada pelo deck do seu oponente. Muito provável que você não saiba as 75 cartas da lista dele, mas é preciso que durante o jogo você acesse aquele banco de dados que você possui em sua cabeça para agir conforme as cartas que ele usa ou poderia usar.

Como por exemplo, se eu estou jogando um campeonato Standard e meu oponente faz um Fetid Heath, a chance de ele estar jogando de BW Tokens é imensa. Sendo assim, logo me vem a cabeça listas de BW que conquistaram grandes resultados recentemente como a do LSV no PT Kyoto. Entretanto, o ideal é você ter em mente que o oponente pode estar com essa lista, mas sem esquecer-se de outras cartas importantes que um BW Tokens pode ter, como por exemplo, Thoughtseize.

Para quem está por dentro do ambiente e sabe o que se passa nos principais campeonatos do mundo, esse pensamento é algo natural e você faz em todas as partidas, sem muito esforço.

Porém não basta você saber quais as cartas que o seu oponente possui no baralho ou poderia possuir, é preciso entender o que fazer durante o jogo. Eu poderia citar uma série de exemplos, mas o que me vem melhor a cabeça é o que o PV escreveu em seu report do PT Hollywood do ano passado.

Neste report, o PV descreve exatamente como ele deveria se comportar em um mirror de Faeries, de acordo com a situação que ele se encontrava. O report é um dos melhores textos que eu já li sobre Magic, portanto recomendo para todos que sabem inglês a leitura. O trecho que eu me refiro encontra-se no “Round 3 - Utter-Leyton, Josh - Faeries“, para quem se interessar, segue o link.

Bolar um plano de jogo para uma determinada partida não é nada fácil. É preciso treinar MUITO contra os principais decks do ambiente e nesses jogos variar algumas estratégias, voltar algumas jogadas, tentar jogadas diferentes, tudo com o intuito de descobrir qual a melhor solução para tal partida. Muitas vezes o que o deck precisa é de alguma carta que você ainda não possui em sua lista, mas em outras ocasiões o segredo para a partida está na sua maneira de jogar.

Por exemplo, se você está jogando de Kithkins. Não basta apenas imaginar que o seu plano durante o jogo é ser o mais agressivo possível. É preciso entender do que o oponente está jogando para optar se é melhor abrir com Goldmeadow Stalwart, seguido de Meadowgrain e Glorious Anthem ou começar o jogo com Stalwart, Figure of Destiny mais pump, para no terceiro turno transformar o Figure em 4/4.

São pequenas decisões como essas que definem uma centena de partidas e poucos sabem. O importante é você ter em mente que cada decisão tem um propósito - vou transformar o Figure em 4/4, por que desta forma evito com que ele morra futuramente para um Infest/Fallout ou vou fazer o Meadowgrain, pois os pontos de vida que irei ganhar nessa altura da partida serão importantes no final e por aí vai.

Colocando o Sideboard

Seguindo esta idéia de que você precisa ter um plano de jogo muito bem definido em sua cabeça contra os principais decks do ambiente, uma das partes fundamentais é saber como sidear.

O que eu vejo muita gente fazendo é colocar as cartas certas para a partida, mas não ter a mínima idéia do que tirar. A pessoa está de Kithkins e sabe que tem que colocar para dentro Ranger of Eos e Burrenton, mas ela não tem a mínima idéia do que tirar.

Como resolver isso? Mais uma vez, a resposta é jogar MUITO com o deck, antes de se aventurar com a lista durante algum campeonato. O que ajuda bastante é teorizar com os seus companheiros de treino e procurar artigos sobre o assunto. Reports de jogadores que já jogaram com o seu deck ou artigos de profissionais sempre ajudam em alguma coisa, mas o fundamental mesmo é jogar e colocar todas estas idéias em prática.

Cansei de ver jogadores que copiam decks da internet, mas não tem a mínima idéia do que fazerem com ele. Não há nada de errado ao copiar uma lista, até recomendo, mas é preciso jogar muito para entender como ela funciona e o que fazer na hora do side in/side out, que é outro momento tão importante quanto a hora de mulligar e que muitas pessoas ainda não tem a mínima idéia do que fazer.

Outro ponto importante é saber escolher a estratégia mais adequada pós sideboard e que cartas serão importantes. Quando eu jogava de BG Elves, na maioria das vezes a primeira carta a ser escolhida para sair do deck era o Boreal Druid. Alguns vão questionar – se em quase todos os jogos o Boreal Druid saía, qual a razão de manter ele no main deck? Por que no game 1 dos jogos, era muito importante ter mais um elfo que pudesse aumentar a possibilidade de fazer Imperious ou Civic Wayfinder no turno 2.

Outro caso que eu gosto de lembrar foi quando eu ganhei o Regional de Grull e eu na minha opinião, tinha bolado um plano brilhante para lidar com o Angelfire nos games pós sideboard. Depois de tentar diversas estratégias durante os treinos, a que me pareceu mais adequada e que me trouxe mais resultados foi a de jogar com Tin Street Hooligan, Blood Moon e Seal of Primordium para lidar com os Signets, CoP Red e os terrenos não básicos do Angelfire.

Enfim, existem diversos exemplos que explicariam minha opinião sobre o assunto, mas acredito que os dois citados sejam suficientes para demonstrar a idéia que eu queria passar. Eu poderia também citar alguns outros erros comuns que eu costumo acompanhar nesses campeonatos regulares, mas vou parar por aqui, para quem sabe voltar a dissertar sobre o assunto em um outro texto.

Mas a idéia principal que eu realmente queria passar com esse texto, é que você não precisa necessariamente ser o melhor jogador do mundo para conquistar bons resultados, mas para você se dar bem em um campeonato específico, você precisa estar muito bem preparado e entender como nunca como o seu deck funciona.

Não basta apenas jogar infinitas vezes com o seu deck antes do campeonato que você esteja se preparando, é preciso treinar com disciplina e realmente entender como os prováveis confrontos que você enfrentará ao longo do campeonato funcionam.

Ter em mente qual mão você deve keepar ou mulligar, qual o plano de jogo para cada partida e qual o side in/side out adequados são elementos FUNDAMENTAIS e sem eles previamente bem definidos em sua cabeça, você não deveria nem sair de casa para jogar.

Espero que o texto tenha sido útil para muitos jogadores e até a próxima.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Aprendendo com nossos antepassados

Por Leandro "Stalker"

Muito bem, o carnaval passou, muita festa, praia, água de coco, mulheres de biquíni, e óbvio que tivemos que dar um tempo nas atualizações do blog. O Pro Tour Kyoto acontece está semana mas vou escrever sobre ele só após o seu término. O GP Rotterdam ocorreu semana passada, mas prefiro deixar que o Paulo_tte descreva sua experiência. Então qual o meu tema para hoje?

Nos últimos 2 dias confesso que estou bem entediado, não com o Magic, mas sim com o jogar Magic. Sem nenhum grande evento pela frente, meu animo para treinar tem sido bem pouco. Teremos o PTQ Extended em breve, mas sinto que vale mais a pena treinar T2 por causa desse ano atípico, onde teremos os regionais, GPT, PTQ e GP, tudo sendo Standard. Uma pena que não teremos campeonatos block este ano. É um dos meus formatos favoritos, já que a quantidade de decks é bem reduzido, e normalmente quem se prepara melhor vai bem.

Sem este ânimo todo, segui minha tendência de ir atrás de fatos históricos e fui fazendo downloads dos vídeos dos Pro Tours antigos. Relembrar nomes que marcaram época como George Baxter, Mark Justice, Mike Long... Mais um pouco de pesquisa e achei uns artigos interessantes desses dinossauros do Magic, teorias que para muitos de nós hoje são óbvias, mas que no início do Magic como algo “profissional” era algo revolucionário.

Para o post de hoje, separei este artigo do Mike Long e vou traduzir da minha maneira. Quem quiser ler o original, o link é ESSE. Para quem não sabe quem foi Mike Long, tem esta pequena entrevista com ele.

Considerado por muitos como um dos primeiros “bad boys” do magic, com acusações de “cheater” ao longo da carreira, mas também admirado por muitos, pela sua skill no jogo e a capacidade de criar decks.

3 passos para “Prever o futuro” no Magic
por Mike Long

Este artigo que eu fiz é bem importante. É sobre algo que eu acredito ser um elemento crítico para se ter sucesso no Magic. É um processo dividido em 3 partes para que você evolua constantemente no Magic e se divirta mais com isso.

Eu realmente comecei a ver meu próprio sucesso prosperar e crescer quando eu finalmente botei meu cérebro para funcionar.

Existe uma maneira de prever o futuro!

Se existisse uma maneira eficaz de saber quais os decks que você enfrentará quando for jogar um campeonato, essa informação seria útil? E se você soubesse quais cores você DEVE draftar para conquistar vitórias e mais vitórias? O quão bom seria saber quais cartas o seu oponente tem na mão? E se você pudesse fazer tudo isso de uma maneira honesta, sem violar as regras? Você acha que venceria mais partidas de Magic se pudesse fazer isso? Você gostaria de saber como?

Foi o que eu pensei…

Vou contar 3 coisas simples que eu faço e que me dão uma vantagem ENORME quando eu vou para os torneios. Acredite ou não, estas coisas vão tomar muito pouco do seu tempo agora, para que você esteja preparado para o próximo evento.

Tudo bem, muitas vezes uma partida de Magic se decide por causa da maldita sorte. As vezes é um jogo de pedra-papel-tesoura – com mulligans!!! Para conseguir alguma vantagem, você precisa ser capaz de prever o futuro. Deixe-me explicar...

Passo #1: Conheça TODAS as cartas!

Saber todas as cartas te possibilita prever muita coisa. Se você não conhece as cartas, como que você pode adivinhar quais os decks que as pessoas estão jogando, quais as cartas nas mãos dos oponentes. Entendeu quando eu falo TODAS as cartas?

Mas como que você consegue lembrar de todas as cartas?

Eu me lembro de quando eu tinha 14 anos e podia dizer todas as estatísticas de qualquer jogador da NFL. Queria saber quantas jardas o John Elway tinha lançado? Pergunte para mim. Quer saber quantas jardas por corrida o Barry Sanders teve no seu ano de novato? Eu era o cara.
Porque? Cards de Futebol Americano. Eu tinha todos e lia todos. Era fácil! Porque? Porque eu amava futebol americano. Eu ficava olhando para essas cartas o tempo todo! Oh, e também porque Magic ainda não tinha sido inventado!

Eu não sei quanto a vocês, mas eu amo ficar vendo cartas de Magic. Seja sincero, você também, já que você está lendo este blog!

Então o quão difícil é para você ler as cartas certas? Nada difícil se você sabe:

1. Onde estão as cartas.
2. Você só precisa saber as cartas que vão estar presentes naquele torneio. Selado de Shards of Alara/Conflux, você só precisa conhecer as cartas desses 2 sets. Se for T2, acrescente o Bloco de Lorwyn/Shadowmoor e X ed.
3. Como que eu vou lembrar de tudo? (e está é uma dica especial!). Toda vez que você ler uma carta, faça estes questionamentos: “Quando que esta carta é boa?” e “Quais cartas ajudam está carta a ser boa?”. Isto vai ENERGIZAR a sua mente e seu subquociente fará o resto, até mesmo quando você não estiver pensando em Magic.

Passo #2: Ande pelo salão

A próxima coisa que eu gosto de fazer, e lembre-se, tudo isto é antes de começar o evento, é gastar um tempo com as pessoas que vão jogar o campeonato. Tenho uma técnica que ajuda você a descobrir do que todo mundo estará jogando...

Vamos começar descobrindo quem são as pessoas que irão jogar. Isto é fácil se você for para uma loja de magic na véspera do evento.

Por exemplo, se eu for jogar um PTQ num sábado de manhã, eu pego o telefone e tento descobrir quem que ganhou o FNM dessa sexta-feira. Mesmo que o FNM não seja no mesmo formato do PTQ, ainda assim na loja haverá gente fazendo playtest para o PTQ!

Converse com estes caras. Você nem precisa perguntar com qual deck eles irão jogar, apenas pergunte o que eles esperam ver no torneio. Eles provavelmente vão dizer alguns decks que eles tem medo de enfrentar. Converse com mais gente, para saber quais os decks que ele acham que serão os mais jogados.

É bem provável que essas pessoas estejam animadas e descobriram quais os decks dos “melhores jogadores” da região. E lembre-se, Magic é um jogo social, e os jogadores ADORAM falar sobre decks. É por isso que a gente joga Magic :-)

Se você fizer isto duas, três vezes na véspera do evento, então você chegara no dia do PTQ com uma boa perspectiva do metagame.

MAS, e se ao invés de ser um campeonato constructed, for um evento de deck selado?
Bom, as pessoas ainda jogam com DECKS certo!?! Decks são decks, independente se são decks extended ou decks selados.

Descubra quais as cores que as pessoas gostam e o porque. Isto te dará habilidades para saber com qual deck jogar para maximizar as suas chances...

Passo #3: Conte e pergunte

Uma vez que o jogo já tenha começado o que você precisa fazer para ser profético e saber o que o seu oponente “pode ter” é simples. Durante o final de cada turno do seu oponente, faça as seguintes perguntas:

1. Quantas manas ele tem desvirada?
2. Quais mágicas podem ser jogadas com aquela mana?
3. Ele esta jogando como se estivesse guardando alguma carta. (Eu sei que quando eu tenho uma “Cólera” no meu deck selado, eu não vou e abaixo todas as minhas criaturas!).
4. Qual é a pior coisa que pode acontecer no próximo turno?

Se voce fizer estas quatro coisas todos os turno, em breve você estará “vendo o futuro” e vendo quais as cartas que o seu oponente tem. Então, use estes três passos simples, CONHEÇA AS CARTAS, ANDE PELO SALÃO, CONTE E PERGUNTE, e aplique para melhorar o seu jogo no Magic.

Atenciosamente,
Mike Long

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Metagame GP Ligamagic 14/02

por Leandro "Stalker"

Pequeno serviço de utilidade pública aqui do Fact or Fiction.

Alguns dados sobre o metagame do GP da Liga deste último fim de semana.


RW Lark sendo sem dúvida o deck to beat (20), seguido de perto pelo Fadas (14) e Cruel Control (9).

Agora olhando só para 16 melhores decks do torneio temos:
Aqui vale ressaltar que o único Cruel Control a fazer top16 foi o do Bolovo, que tinha uma abordagem diferente do deck, usando Reveilark, Sower e Knight of Meadowgrain, além de Cruel Ultimatum. A lista esta aqui. Interessante notar também que os 2 únicos BG elves do torneio fizeram top16 também.

E por último temos os decks do top8, praticamente idêntico com o top16:

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Papo nota 10 - Tiago "_SMOKE_" Roeder

por Ricardo "Thorgrim" Mattana

Uma das novidades do blog será a coluna “Papo nota 10”. Diferente das outras entrevistas que eu realizei no ano passado, o “Papo nota 10” será uma pequena entrevista, desta vez com apenas dez perguntas, onde o tema principal será o torneio que o jogador disputou.

Como primeiro entrevistado da coluna, teremos o Tiago “_SMOKE_” Roeder, vencedor do GP da Ligamagic, que foi realizado neste mês de Fevereiro. A idéia será mais para frente entrevistar jogadores vencedores de Regionais, PTQs, entre outros campeonatos regulares do Brasil.

Assim que possível, também ocorrerão entrevistas maiores com jogadores consagrados ou apostas do blog, assim como foram as entrevistas com Luiz "Leit" Michielli, Vagner Casatti, Paulo “tte” Cortez e Carlos Alexandre “Batutinha” Esteves.

Segue a primeira entrevista da coluna na íntegra.


Thorgrim: Primeiramente gostaria de agradecer por conceder essa entrevista aqui para o nosso blog e antes de qualquer coisa, para quem ainda não te conhece, fale seu nome, idade e o que faz fora do Magic.

_SMOKE_: Olá! Meu nome é Tiago Cesar Roeder, tenho 23 anos e sou montador de máquinas hidráulicas.

Thorgrim: Por quê você optou por jogar de RW Reveillark o GP? E como foi o processo de criação desta lista?

_SMOKE_: Eu não jogava T2 desde dezembro, não sabia NADA do formato. Olhei na tarde do GP (que foi quando eu resolvi jogar) as listas que ganharam os GPTs e vi que o ambiente era praticamente Fadas, RW, Cruel Control e Kithkins. Desses aí só conhecia o Fadas e Kithkins, decks que eu não gosto. Quando eu vi Balefire Liege eu me apaixonei por ele, parecia ser muito divertido e na hora decidi optar pelo RW.

Pra achar uma lista boa, olhei na Magic League e vi que uma semana antes o Shooter tinha feito top 8, peguei aquela lista, por quê gostei muito. Tirei os Fulminators, por quê não gosto deles e não me importo com o que as pessoas falam, eu jogo com os decks que eu gosto, afinal sou casual player mesmo.

O side eu montei imaginando que o ambiente seria infestado de Kithkins e esse novo deck BW Tokens, além de muitas Fadas óbvio. O único erro foi colocar 1 Brion, ele foi ruim em todos os jogos.

Thorgrim: Qual foi o seu resultado final no primeiro dia do GP e quais decks você enfrentou?

_SMOKE_: 6-1. Ganhei de 3 Fadas, 2 RW e 1 Doran. Perdi de Fadas por que o meu oponente não quis dar ID quando estávamos 5-0.

Thorgrim: Quanto ao top 8, qual das três partidas você encontrou mais dificuldade? Por quê?

_SMOKE_: Na semi-final. Eu NUNCA ganhava do Potzz, e, além disso, ele me surrou no game 1 e eu keepei uma mão muito arriscada no game 2, ganhando só por que ele zicou. A final foi injusta por que o Skatista deu azar, mesmo o jogo tendo sido equilibrado.

Thorgrim: RW Reveillark atualmente é o deck a ser batido do Standard (Tipo 2). Qual deck você acredita ser o mais difícil de derrotar quando está pilotando o RW?

_SMOKE_: Eu tenho pouca experiência, joguei pouquíssimas partidas, mas para mim, o Doran (peguei 2 no GP) parece ser um match horrivel, não imagino como ganhar sem Cólera de Deus.

Thorgrim: Qual estratégia que você utilizou durante o GP para vencer o mirror match?

_SMOKE_: Eu usava Stillmoon e 1 Burrenton main deck, isso ajudou bastante, e pós side eu entrava com Piroclasma, outra carta que não vi nenhum outro RW usar no GP.

Thorgrim: Se você fosse jogar o GP hoje, quais mudanças você faria na lista e que cartas de Conflux você acredita que podem entrar no deck?

_SMOKE_: Desculpe não conheço Conflux, então não sei o que melhorar. A única mudança seria cortar o Brion, ele é ruim demais meu deus, era sempre a primeira carta a ser cortada no side e eu só botei por que não tinha testado NADA. Talvez no lugar botasse mais 1 Balefire Liege ou mais 1 Reveillark.

Thorgrim: O que você achou da organização do evento? Se você pudesse fazer alguma mudança para o próximo GP, qual seria?

_SMOKE_: Foi tudo bem legal, às vezes os juízes demoravam um pouco, mas isso acontece. Só não entendo por que os decks do day 2 não ficam visíveis ao término do day 1, só na Ligamagic que isso acontece.

Thorgrim: Qual o significado dessa tua vitória para a sua carreira no jogo, mesmo você tendo dito que é um jogador casual?

_SMOKE_: Nove boosters de lucro. Eu não pretendo jogar profissionalmente, nem jogar T2 por que é muito caro, Sempre tratei Magic como um hobby e assim será enquanto eu jogar.

Thorgrim: Por último diga o que representa o site Ligamagic para você.

_SMOKE_: Na questão Magic, tudo. Eu troco, compro, vendo e jogo praticamente só aqui. Eu me divirto muito, por isso sempre fiz parte do staff pra ajudar enquanto tinha tempo e não me arrependo de usar os serviços VIPs.

Espero que tenham gostado da entrevista, aguardem até o próximo "Papo nota 10".

BG Elves parte II

por Leandro "Stalker"

Ok, hora da segunda parte dos Elfos!

A lista que o pessoal queria saber:

Bolovo Deck wins

Lands

4 Gilt-Leaf Palace
4 Llanowar Wastes
4 Mutavault
4 Treetop Village
2 Twilight Mire
3 Forest
3 Swamp

Creatures

4 Chameleon Colossus
3 Civic Wayfinder
2 Murderous Redcap
3 Kitchen Finks
3 Garruk Wildspeaker
4 Wren's Run Vanquisher
4 Llanowar Elves
3 Cloudthresher

Spells

3 Eyeblight's Ending
4 Thoughtseize
3 Profane Command

Sideboard
1 Cloudthresher
2 Shriekmaw
3 Infest
2 Mind Shatter
2 Puppeteer Clique
2 Primal Command
1 Loxodon Warhammer
2 Guttural Response

Para quem acompanhou o GP da Ligamagic nesse fim de semana, essa foi a lista que eu usei nos 2 últimos FNM e no GP. Totalizando 12-2 nesses 3 eventos. Agradecimentos totais ao Bolovo, que me passou a lista e ficamos discutindo ela nas últimas semanas e ao Thorgrim que ficou treinando comigo infinitos matchs de BG x RW.

No FNM #1 ganhei de Naya Aggro, Merfolk, Fadas, RW. Houve um erro nos pairings da última rodada e estando 4-0 fui paired com um cara 2-1-1. Ganhei um concede, já que meu oponente não tinha mais nenhuma chance no campeonato.
No FNM #2 ganhei de MonoR, 5cc, RW e Bant Aggro. No último round enfrentei o Thorgrim, que estava 3-0-1. Concedi pra ele, garantido que a gente ficasse em 1° e 2° lugares.
Como não to com muito animo para escrever um report de 14 partidas, vou focar no que aconteceu no GP e deixar os FNM só com uma breve introdução.

A conquista do Bye2:

No primeiro trial que eu joguei, fui com minha velha lista de jund ramp. Ganhei o 1° round contra um toast, e fui fumado por um RW Lark no round seguinte. Como aqui em casa o computador é meio comunitário, demorei um tempo até conseguir tempo livre para me inscrever em outro trial. Num domingo a noite ia rolar um trial, só que desta vez seria extended. Sem muita paciência para escolher deck, peguei a lista de Swath Storm que tinha feito top8 no GP LA, já que o deck roda sozinho, e eu poderia ignorar o que meu oponente faria nos jogos. Ganhei o trial, depois de uma partida épica contra o JorgeKaos, onde nos 2 games eu topdeckei a kill condition graças a draw do Manamorphose e 0 carta na mão. Agora era esperar pelo dia do GP.

No GP, tive bye2, então pude assistir um filme enquanto 3° round não começava. Aqui aprendi uma lição, nunca mais seguir os conselhos do Fuzzy. Muito ruim esse tal de “Cube”. Da próxima vez vou deixar separado uma coletânia dos filmes do Tarantino, Cães de Aluguel, Pulp Fiction... Ok ok, esse tal de Cube não era tão ruim, mas só de tentar imaginar aquela ninfeta calculando os números primos é algo meio bizarro. Mas pra não dizer que tudo foi horrível, o final foi bem não convencional, lembrando aquela obra de Gil Vicente, o “Auto da Barca do Inferno”.

Round 3: Alonso BR Blighting.

Primeiro jogo ele começa com montanha e Figure of Destiny, a única coisa que ele fez no resto do jogo foi descartar um Siege-Gang. Pensei que ele estivesse de RW, e fiz um sideboard todo errado, deixando os Thoughtseize, e trazendo Infest. Pra minha sorte a única carta do side que veio no G2 foi um Loxodon Warhammer, que foi o suficiente para me fazer ganhar o jogo.

Games 2x0
Match 3-0

Aqui já me assustei um pouco com meus standings. Estando 3-0 e com 2 byes, meus milésimos estavam horríveis, .333. No mínimo estranho...

Round4: PoTzZ RW Lark

Primeiro RW do dia. Tirei 16 no dado e ele 20, e posso dizer que isso fez toda a diferença, pois eu abri de Llanowar Elves, só que ele fez Fulminator antes que eu chegasse na 3° land para descer um dos 2 Camaleões que eu tinha na mão. No turno seguinte ele fez Ranger, que buscou um Mogg e matou meu elfo e impedindo novamente que eu chegasse nas 4 manas. Com Siege-Gang, na volta e sem remoção na mão, meu jogo estava perdido. G2 consegui passar por cima dos tokens graças a um Camaleão 14/8 equipado num warhammer. G3 mulliguei pra 5, ainda consegui fazer uma Vanquisher de 2° turno, segurei o jogo de uma forma guerreira, com 1 infest que matou algumas fichas só deixando um Figure 4/4 do outro lado, esse infest trouxe de volta o Redcap, Finks e o mais importante, 2 pontos de vida, que fez meu total de vida ir a 3. Fiz Llanowar e passei. Troquei meus 3 bixos pelo figure e ele passou. Quase não acreditei que estava virando este jogo. Fiz camaleão, tomando 1 ponto de painland. Só que o sonho da virada acabou, ele fez Balefire, e em seguida outro Balefire.. gg.

Games 3x2
Match 3-1

Round5: Eneas RW Lark

No primeiro game abri bem, com Llanowar seguido de Civic e Mutavault. Ele acabou trocando meu llanowar pelo figure 1/1 dele, e foi fazendo o jogo de atrito, com os tokens de Procession, depois siege gang.. ai quando um Lark caiu na mesa vindo da porta dos desesperados, recolhi e fui pro G2. Nesse game não abri tão rápido, com mutavault batendo no 2° turno. Civic veio no 3° e me ajudou a manter os drop lands constantes. Ele faz procession uma hora, eu faço Tresher full price, e ganho com profane command na volta. G3 foi quase a mesma coisa só que ao invés do profane command eu fiz Tresher eot, Loxodon Warhammer equipe gg. Como é bom jogar com tresher num campeonato que as pessoas não podiam usar Path to Exile :)

Games 5x3
Match 4-1

Round 6: Araeliz – RW Lark

É... no meio do caminho tinha um RW, um RW estava no meio do caminho. Araeliz picareta, me falando o tempo todo que tava jogando o GP de fadas.
“Agora é quando você descobre que eu sou mentiroso
Araeliz plays Windbrisk Heights from Hand”

Bom nesse 1° game acabei tiltando um pouco, gastando um Eyeblight totalmente desnecessário num Burrenton, para poder matar o 2/2 lifelink com o Redcap. Pra minha sorte o Araeliz também estava numa situação complicada, tendo que gastar 2 Magma Spray para lidar com a Vanquisher.. foi um jogo meio esquisito, onde tomei várias decisões duvidosas, mas que no final deram certo. Como o Pumba me disse uma vez, “tem jogos que se você tivesse feito tudo certo você perdia”, então ganhei por causa dos meus erros, é meio paradoxal isso que nem consigo explicar direito também. G2 fui punido por N Fulminators, e mesmo com um Warhammer na mesa minha situação se complicava a cada turno (Malditos Knights 2/2 first strike). O card advantage do RW foi brutal nesse jogo e não consegui causar dano suficiente a tempo de matar com um Profane. G3 abri com sangue nos zóio, com Llanowar, Vanquisher, Civic e Finks. Ai fiz profane dando fear pra galera, deixando ele com 2 de vida e um Tresher na mão. Vale ressaltar que ele parou na 2° land nesse jogo, mas mesmo que não tivesse zicado, o BG dificilmente perderia esta partida.

Agora era a hora de olhar os standings e ver se eu poderia dar ID e entrar no top8. Por causa de um erro de programação (acho que foi isso), todo mundo que tinha bye nesse torneio estava com os milésimos horríveis. Coisa que eu já havia notado a partir do round 3, quando eu havia ganhado, e ao invés de estar com .667, meus milésimos eram .333. Bom, paciência, espero que corrijam isto na próxima vez. Como tinha muita gente 5-1, era arriscado demais dar ID, e optei por jogar. Seria algo realmente decepcionante, ao final do GP ficar fora do top8 por causa de um ID mal pensado. Fico contente que o Tambuco tenha entendido a minha situação, de não querer contar com a sorte na hora do corte para o top8.

Games 7x4
Match 5-1

Round 7 – Tambuco – BG Elves

Nesse último round, eu estava esperando enfrentar de tudo MENOS o mirror match. No começo do jogo até pensei que ele estava de fadas, já que abriu de mana Thoughtseize. Minha mão era bem bizarra, digna do shuffle do mws: (3 Llanowar, 3 Vanquisher, e 1 land). Quando ele fez Twilight Mire no 2° turno e passou, me dei conta que estava frente a outro BG, já fiz uma cara feia, mas meus próximos draws foram bem bons, comprei treetop, garruk e finks. Meu jogo se resumiu a:
1° Turno : Floresta Llanowar
2° Turno: Treetop, Llanowar, Llanowar
3 Turno: Garruk, desvira 2 lands, finks
4° Turno: Treetop 3/3, ultimate do Garruk, GG

G2 foi bem mais disputado, onde acabou prevalecendo a força do meu sideboard. No mirror de BG o que decide normalmente é o Camaleão, e a única maneira de se defender dele é tendo uma vanquisher do seu lado para poder trocar. Então enquanto ele fazia Camaleão, eu resolvia meus Primal Command para buscar a Vanquisher e botava aquela Treetop petulante no topo (sem mana para ativar a treetop óbvio!).

Games 9x4
Match 6-1

6-1, sai os standings e passo em 3° \o/ Fiquei contente, porque eu tinha feito o post falando sobre os Elfos no sábado de manhã, e no sábado a noite eu estava fazendo top8 no GP com a mesma lista, provando que o deck é realmente consistente.

Top8: Skatista RW

O top8 foi meio decepcionante, já que eu nunca entrei nos 2 jogos. Como aconteceu contra o PoTzZ, fui ownado por Fulminators no game1, quando estava no draw, e acabei mulligando pra 5 no g2 e não deu pra fazer milagres.

Bom, é isso, o report ficou meio acochambrado, mas como eu tinha falado que ia escrever, estou aqui cumprindo a minha promessa. Agradeço a todo mundo que torceu por mim nos fórums e me mandando boa sorte no top8 por PMSG. Parabéns a todo mundo que prestigiou o GP, aos juízes também (antes que o Fuzzy venha me lembrar hehe), e ao _Smoke_ que levou o caneco. Só posso dizer que o nível desse top8 tava bem forte, ainda mais com um deck que muita gente considerava morto no formato.

A mensagem que eu deixo é: Ajudem a Liga! Assinem o VIP, não é nada complicado, não precisa de cartão de crédito, é só ir num banco e fazer um depósito. O pessoal se esforça tanto para manter o site no ar, criaram um software de Draft muito legal. E quanto mais VIPs, mais eventos bacanas, como este GP, vão ocorrer por aqui.

Até mais
Stalker!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Fadas pós-Conflux

por Lucas "Bertu"





4 Thoughtseize
4 Terror
3 Vendillion Clique
3 Jace Beleren
4 Broken Ambitions
4 Mistbind CLique
4 Spellstutter Sprite
4 Cryptic Command
4 Bitterblossom
1 Loxodon Warhammer
3 Swamp
3 Underground River
4 Sunken Ruins
4 Island
2 Faerie Conclave
4 Secluded Glen
4 Mutavault

SB
4 Stillmoon Cavalier
2 Remove Soul
1 Flashfreeze
2 Curse of Chains
2 Razormane Masticore
4 Sower of Temptation


Estou jogando de fadas desde que Bitterblossom foi lançada. Ao longo do último ano, joguei vários campeonatos com o deck. Em cada um deles, foram precisos pequenos ajustes para o deck se adequar ao novo ambiente. Acho que essa experiência pode ser útil agora.

Com Conflux, temos o ambiente mais hostil às fadas que já existiu. Como dito nesse blog pelo Thorgrim, a edição trouxe várias cartas boas contra o deck (Path to Exile, Volcanic Fallout, Banefire e Scattershot Elves) sem trazer nenhuma ferramenta nova para se usar. Apesar de nenhuma dessas cartas sozinhas serem suficientes para inviabilizar o fadas, a preocupação de ter que lidar com todas elas é, sim, um golpe pesado para o deck.

Acho que a primeira mudança é que fadas deve mudar um pouco o foco, deixando de ser um deck que "controla a mesa" para virar um deck de mais "disruption". A mudança é sutil. Antes, com Scion of Oona e Sower of Temptation, o fadas era capaz de deixar o oponente sem condições de atacar por vários turnos, até que uma hora o deck criava sua massa crítica e passava a agredir. Contudo, Scion of Oona e Sower of Temptation são mais difíceis de serem protegidos agora que existem remoções eficientes no ambiente, o que faz esse plano não ser mais tão bom.

Por isso, proponho um plano diferente, girando em torno de Vendillion Clique. Vendillion permite a você atacar sem comprometer mais cartas, ao contrário de Scion of Oona, deixando você menos vulnerável á Volcanic Fallout. Combinar os Vendillions com 4 Thoughtseize e 4 Broken Ambitions permite que você faça o oponente perder turnos, pois os "descartes" podem tirar o drop que seria o ideal do turno enquanto Broken Ambitions dá o "time walk" nas spells mais caras.

Com sorte, após esses turnos de disruption você terá manlands suficientes para começar a atacar. Contudo, é relativamente comum você trocar cartas 1-por-1 por alguns turnos sem ter nada para explorar o ganho de tempo. É o que acontece quando você não compra Blossom ou a Mistbind morre. Nessas situações, Jace faz a diferença. Normalmente, é ok esperar até tarde no jogo para fazer Jace, guardando as manas do começo para counters / Vendillions. Mas, por óbvio, ela pode ser usada cedo no desespero como Renewed Faith ciclada ou após um Thoughtseize / Terror, garantindo que ela não morrerá. Jace após Bitterblossom é totalmente roubado.

Contra um mutavault do outro lado da mesa, o certo é você utilizar a primeira ativação para inflar ela a 5 marcadores de lealdade. O mesmo geralmente vale contra 5-color control, para jogar em volta de Volcanic Fallout e Cloudtrehsher ciclado. Aliás, apesar de Jace ser muito bom contra 5-color control, você precisa calcular bem o risco de fazer ela se tapando e tomar uma Ajani Vengeant na volta. Se você tiver 2 Jace na mão, o certo costuma ser ativar a primeira vez para só você comprar a carta.

O que eu mais gosto dessa configuração é que Vendillion Clique e Jace são cartas que te dão um plano quando a Blossom não vier. Ou seja, você pode focar sua partida em torno de protege-las e caminhar daí. Se bem que Scion of Oona + Sower of Temptation também eram um bom plano por si só. Aliás, eu vejo muita gente reclamando que fadas não faz nada sem a Bitterblossom. Talvez essas pessoas não jogassem com um deck que buscasse planos alternativos. Isso com certeza aconteceu na temporada bloco, quando o Paulo_tte dominou os mirrors com um plano de 4 Sower of Temptation.

Sem Sowers no deck, você não pode mais utilizar Agony Warp. Mas o oponente não sabe disso, o que obriga ele a jogar em volta da carta do mesmo jeito. Note que se você espera enfrentar muitos Tidehollow Scullers, talvez seja correto usar 2 Terror e 2 Agony Warp.

O Loxodon Warhammer é um experimento. Com 4 Thoughtseize e menos bichos para atacar, fiquei com medo do deck tomar muito dano e não conseguir matar a tempo. Contudo, o Warhammer pode virar +1 remoção, sem prejuízos. Também por esse motivo eu incluí 2 Faerie Conclave, coisa que não costumava fazer.

O SB foi feito com BW, RW, 5-color, mirror e BR em mente. Contra os x/w, você tira Jace e Vendillion para colocar os bichos. Curse of Chains é bem útil contra BR, lidando com Shambling Remains e dando mais opções contra Figure of Destiny. Você ainda precisa de Razormane Masticore porque é difícil ter algo para atacar contra um deck que mata tudo o que você faz. Nesse match, uma dica útil é mulligar mais agressivamente atrás da Bitterblossom, mas não precisa se desesperar. Uma mão de 7 com counters baratos e removal é aceitável. No mirror, eu colocaria apenas os Stillmoon Cavalier no lugar de 3 Vendillion e 1 Loxodon Warhammer - talvez os Remove Soul no lugar de Terror, mas não sei ainda. É muito difícil sidear no mirror.

A versão que eu postei é mais um experimento do que uma lista fechada. É possível que Scion e Sower continuem bons - elas certamente são ótimas no mirror, e apenas a perspectiva de que fadas seja uma parcela menor do ambiente é que justifica cortar essas cartas.

Pensem só: os decks que usariam Path to Exile, por exemplo, antes usavam Terror ou Unmake ou Flame Javelin no slot. Embora sejam cartas piores, elas faziam a mesma função. Mas um deck não pode usar 12 spot-removals do dia para a noite. Meu medo maior é um RW que combine tanto Flame Javelin quanto Path pos-sideboard, por exemplo, mas ainda não vi nenhuma lista assim. Da mesma forma, tenho medo de um deck que combine 4 Volcanic Fallou com 4 Cloudthresher pos-sideboard. Vale dizer que já que se você assumir que essas coisas só existem pos-sideboard, talvez seja certo manter o maindeck com Scion/Sower e deixar os Vendillion Clique no sideboard. O maindeck do Masashi Oiso no worlds parece um bom maindeck, já que inclui Jace e Thoughtseize, ainda que em números menores. Obviamente, o deck do PV também é muito bom para quem prefere a versão mais "clássica".

O Pro Tour: Kyoto está chegando e ele mostrará qual a versão certa de se montar um fadas. Como em todos os PTs, parte da graça está em adivinhar como serão as listas. Espero que esse texto ajudem vocês a ter novas idéias para tanto - e, no meio tempo, que tenham uma nova versão para um deck manjado para o próximo FNM.

Living the Dream - 1ª parte

por Paulo "tte" Cortez

Vocês já pararam para pensar quais são seus objetivos no Magic? Eu conheço pessoas que jogam pelos mais variados motivos: diversão, amizade, dinheiro e aqueles que jogam por algo a mais. “Play the game, see the world”, não parece um slogan fantástico? Eu quero jogar o jogo, e eu quero conhecer o mundo! Eu quero estar no hotel na meia noite antes do Pro Tour discutindo por que Scepter of Fugue é melhor que Vexing Shusher no mirror de 5cc. Também quero descobrir aquela tech pro mirror de RW que só os americanos sabem, e acima de tudo eu quero jogar Magic que nem os melhores.

Há poucos anos atrás, em um dos tópicos da ligamagic, um usuário escreveu em um tópico “Magic não é só um jogo, Magic é um estilo de vida”. Na época eu, como muitos outros usuários, achei aquela frase ridícula. Como considerar um jogo qualquer um estilo de vida? Mas o tempo vai passando e você vai percebendo como a frase fala por si mesma. Quanto mais você se aprofunda no Magic, mais ele vai fazendo parte da sua vida. Quantos amigos seus jogam Magic? Quantos deles não jogam Magic muitas vezes é até mais fácil de responder.

Então, depois começa a surgir assunto de Magic em todo o lugar possível como balada, bar, praia e assim vai. O próximo passo é você usar gírias do Magic pra qualquer coisa, e por incrível que pareça elas vão se encaixar perfeitamente em todas as situações. Bem vindo, você é mais um no “Magic life style”!

Minha introdução foi apenas para vocês leitores perceberem como o Magic é significativo na minha vida, assim como ele deve ser na vida de vocês, cada um na sua proporção. Quando acabei meu ensino médio, eu não imaginava o que eu queria fazer da vida, até hoje não sei bem, mas de uma coisa eu tinha certeza: eu queria jogar o Pro Tour. Gostaria que vocês pudessem sentir o que eu senti quando consegui a minha vaga, e quanto eu sofri com a demora do visto. Na volta para Taubaté, eu passei uma hora no ônibus olhando para ele, como era boa a sensação de tudo certo.

Bem, agora ao que interessa. Vou comentar um pouco sobre meus treinos para o Pro Tour que está chegando, e também claro para o não menos importante GP Rotterdam. Eu acredito que o limited de alara – alara – conflux não mudou muito do triplo de alara, claro que algumas diferenças precisam ser levadas em conta. Admito que esse não é um formato que estou me dedicando muito, mas por ter certa experiência com AAA estou tranqüilo. Verde, na minha opinião, é a melhor cor de conflux e só reforça a minha idéia de tentar sempre que possível cair em Naya ou Jund, sem deixar de ser flexível claro.

Acredito que Esper tenha ganhado muitas cartas boas, e uma versão mais aggro do deck o torna mais viável, mas é um arquétipo que sofre muito para incomuns como Infest, Jund Charm e Volcanic Fallout. Grixis também melhorou muito, e de guilda inviável a meu ver já é uma boa opção. O único que ainda deixa a desejar para mim é Bant, pois a falta de removals me preocupa, e nisso conflux não ajudou muito.

Agora o formato que está ocupando a maior parte do meu tempo, o Standard. Está sendo muito difícil escolher um deck para o Pro Tour, e vou tentar explicar os motivos. Eu tenho em mente que os decks mais jogados serão 5cc, fadas e os x/W (RW, BW, WW) e essa trindade é o pedra/papel/tesoura do atual t2, que por sinal é uma característica do formato. Fadas ganha de 5cc, que ganha de x/W que ganha de fadas.

O problema é que fadas já não ganha mais de 5cc como ganhava antigamente, muito menos os x/W estão ganhando de fadas mantendo claro as proporções de suas variações. Isso deixa o formato uma grande incógnita, pois qualquer deck parece bom, ou ruim dependendo do caso. As variações nos treinos estão atrapalhando mais ainda, pois o mesmo deck que faz 5-0 hoje faz 0-5 amanhã.

Fadas é um deck que não me sinto confortável jogando, apesar de ser um deck que eu apostei ano passado em todos os campeonatos possíveis. A cada nova edição o deck piora e nada nele é acrescentado, enquanto todo o resto do ambiente melhora. Scattershot Archer e Volcanic Fallout são os hates mais notáveis, mas também vale lembrar o Path to Exile que acrescentado nos x/W é uma boa resposta a Mistbind Clique.

Essa é apenas uma visão geral que eu tenho dos formatos, no decorrer da semana pretendo escrever mais sobre o GP, o PT e atualizar sempre que possível com as novidades do campeonato. Quarta-feira eu saio do Brasil e chego quinta, dia 19, em Amsterdã para jogar o GP. Até lá!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Elves! Não morreu

por Leandro "Stalker"

Desde o fim do ano passado, eu tinha ficado meio desanimado. Passada a temporada limited, eu fiquei sem muita motivação para treinar T2, muito pelo fato de que em breve Conflux chegaria e com isso mudaria um pouco os decks do ambiente. Sem treinos eu acabava indo jogar os campeonatos com um deck qualquer, ou porque eram criações minhas (Ramp) ou porque pareciam ser divertidas (ElfBall). Sem treinos e sem saber fazer o sideboard direito, os resultados foram bem ruins. As coisas começaram a mudar umas 2 semanas atrás quando o Thorgrim resolveu sair da “aposentadoria” e me chamar pra treinar.

Fazendo uma pesquisa dos principais decks do MOL e da M-L, definimos os arquétipos que iam fazer parte dos nossos treinos: RW Lark, Fadas e Toast. Thorgrim já estava bem convicto que jogaria de RW nos próximos campeonatos e como eu ainda não tinha decidido meu deck, servi de sparring nos treinos.

RW x Fadas

Na teoria o fadas deveria ganhar, já que a maioria das spells do RW são de custo 4+, porém nos treinos encontrei mais dificuldades do que o normal, já que a lista que eu estava usando só tinha Agony Warp, então um Figure of Destiny 4/4 era praticamente gg. Eu não fiz a contagem, mas os resultados finais foram 50/50, mas com 1-2 games de vantagem para o RW. A carta chave no match era a Misbind, pois o RW só conseguia tirar ela da mesa com o Flame Javelin. Isto, mais alguns backups de counterspells faziam o jogo fluir tranqüilo. Se eu não tivesse Mistbind, ou tivesse ela, mas sem um alvo muito bom para dar champion a partida ficava muito complicada, porque você tem que dar counter em praticamente todas as spells do RW, ai quando os counters acabam, um Reveilark cai na mesa e volta aqueles Siege-Gang de 2 turnos atrás e você simplesmente perde :(

RW x Toast

Aqui podemos dividir o treino em 2 partes: RW sem Fulminator e RW com Fulminator. Na primeira parte os jogos foram 50/50, basicamente eu perdendo jogos onde o Thorgrim abria de Figure e eu não tinha Terror, só uma Plumeveil para fazer chump block e ganhando jogos onde eu conseguia chegar nas 7 manas e fazer o Cruel Ultimatum. Na segunda parte, o RW usando Fulminator MD, o match ficou praticamente impossível. 5-0 a favor do RW, pois meu único counter na curva 2 era o Broken Ambitions, e o RW no play se esquivava muito bem, fazendo Mind Stone no 2° turno com Fulminator/Procession na volta, tendo 1 mana aberto para pagar o Broken Ambitions.

Cheguei na conclusão que eu continuava sem saber com qual deck jogar. Não tinha gostado nem do Fadas, nem do Toast, e o Jund Ramp que era o meu xodó desde que Shards chegou parecia uma péssima escolha também, pois perdia pra fadas, e perdia para Ajani RW. Ok, muita gente não acredita, mas o deck, pelo menos na mnha mão, ganhava de Toast.

No meio de tanta indecisão eis que surge uma luz no fim do túnel. O deck de elfos que o Bolovo estava usando para fazer top8 nos premiere events do MOL. Havia 2 listas distintas, uma usando Shaman Caveira e Imperiosa e outra um pouco mais BG rock, onde entravam Kitchen Finks, Murderous Redcap e Cloudtresher (A causa e solução dos nossos problemas no atual T2). Depois de alguns testes acabei optando pela versão com Cloudtresher, já que com exceção do toast, todos os outros decks usam Bitterblossom ou Spectral Procession. Outra vantagem eram a combinação Persist+man-lands, ou seja meu deck era praticamente imune as mass removal, o que faz o match contra 5cc parecer mais justo.

Claro que nos dois decks a um dos melhores drop2 do standard atual estava presente, Vanquisher. Tenho muitas razões para gostar dela, é barata pelo custo, consegue trocar com qualquer bixo maior que ela, como Rhox War Monk, Broodmate Dragon, Figure of Destiny. Você volta ela com Profane Command. É uma ameaça constante enquanto estiver na mesa.

Hora da revanche, que venha o RW!

RW x Elves!

Nas palavras do Thorgrim 90% dos meus jogos eram ganhos na base de Cloudtresher eot+Profane Command dando fear e Fireball gg. Sim, o fim de jogo normalmente era esse mas isso não explica a match todo. O Elves! sempre vem mais agressivo que o RW. Eu tenho uma Vanquisher que bate pra cima de Mogg Fanático, Figure, Procession. Thoughtseize ajudava bastante, dando o disrupt no early game, impedindo que Procession ou Ajani caíssem na mesa. Procession é uma carta chatinha, pois faz o RW ativar as Windbrisks e dessa porta dos desesperados sempre saia um Siege-Gang pra comer os elfos com farofa. Com alguns danos no early game e com o Civic Wayfinder fazendo meus lands drops todo turno eu conseguia fazer 6 lands com uma certa facilidade e assim realizar a jogada do Tresher+Profane. Falando assim parece que é um super-good match, mas nem sempre o elfo vem curvado, uma Procession cai na mesa e não consigo lidar com ela, ou o RW ganha tempo com a Ajani na mesa e infinitos zagueiros dando chump block até conseguir fazer Siege-Gang e começar a matar toda a minha mesa e/ou destruindo todos os meus terrenos. Como todo BG que se preze, este também não tem nenhum bad/good match. Mas senti que o match contra RW não é tão desesperador como o Bolovo tinha me alertado. Eu fico bem dependente dos Thoughtseize, e sem eles o match é mais difícil, já que você vai ter que rebolar pra tirar os processions e a Ajani que aparecerem do outro lado.

Bom, esse post já ficou maior do que eu esperava, então vou deixar para escrever um breve report nos próximos dias, só que focando mais numas jogadas interessantes que aconteceram do que propriamente nas partidas em si. Só pra dar um spoiler, nos últimos 2 FNM da Domain (30+ jogadores), ficamos em 1° e 6° lugar, e ontem 1° e 2° lugares.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Como evitar idéias ruins

por Lucas "Bertu"

A maioria dos decks são muito ruins. A maioria das idéias sobre decks são muito ruins. Até jogadores bons tem idéias ruins o tempo todo. Apesar disso ser fato notório, a razão número um de fracassos em campeonatos é o apego a idéias ruins.

Hoje, eu vou ensinar algumas dicas para você perceber quais idéias são ruins e aprender a rejeitá-las. O foco são idéias presentes na construção de decks, e não sobre decisões de jogo.

1) O melhor jeito de diferenciar as idéias é em "idéias boas" e "idéias ruins", e não em "idéias minhas" e "idéias dos outros".

As pessoas se apegam a idéias ruins porque magic é um jogo de inovação, e inovar faz você se sentir bem. Mas inovar é difícil. O PV, por exemplo, cria uns 20 decks novos por set lançado. Em geral, os 20 são ruins. Os decks bons são erros estatísticos. Mas ele percebe isso e segue em frente com a vida. As outras pessoas tentam e tentam e tentam fazer o "deck delas" funcionar, quando é claro que ele não tem futuro. Tempo é um recurso escasso. O pior jeito de gastá-lo é por birra, querendo se apegar a uma idéia para agradar seu ego. Sabe o que faz bem para o ego? Ganhar. Então antes de se abraçar em uma idéia, você precisa...

2) Argumentar.

Se você pretende mudar um deck já existente ou introduzir uma nova estratégia, você precisa de um argumento. Ou seja, não é recomendável você mudar coisas "para ver se é bom" se você não consegue, antes, teorizar porque isso seria bom. Formule uma hipótese. Do contrário, você está perdendo tempo e batendo a cabeça em paredes com seus "testes". O que nos leva ao próximo ponto:

3) O texto da carta não é um argumento.

Cartas existem em um contexto. Você tem que pensar em uma carta em termos de qual a função estratégica dela para o seu deck e como ela interage com as cartas mais jogadas do ambiente. Isso parece óbvio, mas quase ninguém leva em conta. Em 2004, o falecido paulomtg tentava me convencer a incluir Solemn Simulacrum no nosso GW control. "Mas por que eu quero ele, Paulo?" "Porque ele é 2/2... que busca terreno... e compra carta quando morre". Obviamente, a resposta dele é errada. Argumentos bons seriam "porque acelerar 7 manas no mirror antes do oponente significa que você faz seu Dragão primeiro" ou "pra competir com os decks azuis, precisamos de mais mecanismos de card advantage" ou "porque a maioria dos bichos do formato tem resistência 2".

Por exemplo, Mistbind Clique é boa porque ela impede que o 5cc jogue suas spells mais caras, porque ela bloqueia e mata a maioria das criaturas do ambiente e porque ela torna viável usar 4 Thoughtseize, já que ela impõe um clock rápido - e não porque ela é 4/4, fly, que quando você championa o oponente vira as lands. Entenderam a diferença?

4) Pergunte-se: existe um jeito melhor de fazer o que eu quero?

As vezes você até consegue achar um bom argumento e depois prová-lo com testes. Mas isso não significa que a sua solução é a única para resolver um problema.

Durante toda a temporada passada, surgiram inúmeras versões de "mana ramp control". São decks que usam cartas de remoção global e depois spells fortes de late game. Exemplos são o deck de Planeswalker, o BGR do mike flores, o BG ramp do Aristides e o Grixis control que o chineis postou em seu blog.

O problema de todos esses decks é que já existia um outro deck no ambiente que também usa remoção global e cartas poderosas. Esse deck era o 5 color control. Então, se você quer justificar uma estratégia de "mana ramp", você antes precisa se perguntar: "o meu deck é melhor que 5-color control? Por que?". A resposta geralmente é NÃO! Não faz sentido usar um deck tricolor com tri-lands se você pode usar um cinco cores com vivid. Se Jace for popular, eu entendo querer usar Treetop e cortar uma cor, mas usar manlands para dar 2 de dano no turno 12 não é um bom argumento. Você precisa entender as diferenças do seu deck para o deck "parecido" e pensar bem se elas realmente são eficientes ou necessárias. Porque sim, sempre há uma diferença - o ponto é ver se ela é significante. O que é melhor, fazer Rampant Growth para acelerar Cloudthresher (ganhando um turno) ou dar Remove Soul em um bicho do oponente (fazendo ele perder um turno) para depois dar Cloudtresher? O que é melhor para garantir land drops, um deck com 34 mana sources ou um com 26 mana sources e 8 draw spells? Pois é.

Outros casos são Merfolk X Fadas, ou BG Elfos X RW Lark, ou Mono R Aggro X Mono G Aggro. São estratégias parecidas, mas uma é geralmente superior a outra e você deve se perguntar o porquê.

Esse jeito de pensar também vale para escolhas individuais de cartas. Por exemplo, a lista de RW do MOL que "ganha tudo" possui várias escolhas que não fazem nenhum sentido para mim, por existirem alternativas mais eficientes. Usar Incinerate é totalmente sem sentido. Os bichos relevantes do formato ou tem resistência 2 ou resistência 4 - o que siginfica que ou você usa Shock ou Flame Javelin. Incinerate é só um Shock caro, a não ser que você REALMENTE ache importante o 1 de dano a mais na cara do oponente, o que para o RW não é tão importante. Outra carta sem sentido é o Balefire Liege. A razão é que o deck usa 3 Siege-gang Commander e 3 Reveillark. Porque você incluiria um Liege como 5-drop antes de ter 4 siege e 4 lark, que são cartas visivelmente mais fortes? Mesmo se Liege "for bom" ainda existe algo "melhor".

Enfim. Existem várias outras dicas, mas não quero falar delas agora. Em resumo, minha intenção é mostrar que você sempre precisa questionar tudo, sem se apegar a idéias por motivos sentimentais, e buscando fundamentação para suas decisões. Isso são dicas de como sua cabeça deve funcionar para evitar que você acabe utilizando cartas e decks derivados de idéias ruins.

É claro que nada disso adianta se você não procurar, antes, desenvolver sua capacidade analítica. Ou seja, não basta saber que "eu preciso avaliar uma carta de acordo com sua função estratégica" se você não é capaz de formular boas estratégias em primeiro lugar. Mas, para isso, só jogando bastante magic, com pessoas melhores que você e disposto a escutar os outros de forma crítica.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Comprei um booster, o que fazer agora?

por Leandro "Stalker"

No blog do chineis dessa semana, ele levantou um ponto interessante sobre as vantagens e desvantagens de se abrir boosters. Podemos filosofar muito sobre este tema que é muito vasto, então resolvi escrever minha opinião sobre isto e também mostrar algumas maneiras para tirar maior proveito dos seus pacotinhos.

Se você é maior de 18 anos pense no booster como uma garrafa de vinho do Porto. Você não enche uma taça e enfia goela a baixo bebendo como um ogro. Existe uma coisa chamada “apreciação”, para ativar nossos 5 sentido: servir o vinho (tato), olhar a taça cheia (visão), sentir o cheiro do vinho (olfato), o brinde (audição) e despertar o sabor na sua língua (paladar). Não estou falando para vocês passaram a língua nas cartas nem ficar cheirando elas, mas sim agregar mais valor a elas, de uma maneira que você possa aprender mais sobre o jogo.

Quando eu estava me preparando para o PTQ Kyoto, além dos treinos no MWS, eu montei bastente pools de deck selados IRL, já que o Ragabash tinha acabado de voltar do GP Kansas, e tinha separado umas 4 pools de cartas, dos PTQs, GP Trials e do GP que ele havia jogado. Aprendi a visualizar, organizar e selecionar as cartas da minha pool. Apesar de viver mais no Dota do que no Magic, esse japonês ainda tem muito conhecimento para passar, pois antes disso eu era um cone completo no quesito limited, e por causa desses treinos e discussões com o Thorgrim, (que sempre acabava montando um deck totalmente diferente com a mesma pool), eu consegui melhorar muitos aspectos do meu jogo, novas maneiras de pensar, além de começar a reconhecer todas as cartas do formato só de olhar a figura. Se o Ragabash tivesse simplesmente aberto essas pools, misturado todas as cartas e guardado na coleção, eu deixaria de aprender muita coisa.

Ok, mas só tem PTQ Limited no final do ano e na minha cidade nem PTQ tem! Tudo bem, para outras épocas do ano e para cidades afastadas dos grandes centros, o ritmo de treino não é tão frenético, mas sempre achamos um jeito para treinar. Que tal usar aqueles booster que você ganhou no campeonato da sua loja para uma causa nobre?

Uma das melhores maneiras de se fazer isso é draftando. Você junta mais 7 amigos, cada um com 3 boosters e faz um draft convencional, daqueles que ocorrem nos Pro Tours, GPs. Esse é um dos melhores treinos que você pode fazer. O mais difícil normalmente é juntar toda essa galera, e com o preço do booster atualmente, não é qualquer um que pode sair torrando R$40,00 só pra se divertir. Tem também aquela preocupação de quem que fica com as cartas depois, mas isso é fácil de se resolver, existem N maneiras de se fazer isso.

Uma segunda possibilidade é outro estilo de draft, Highlander. Você e mais 7 pessoas novamente fazem um draft, só que dessa vez será usado só um booster por pessoa. Me recordo desse estilo, porque foi o primeiro draft que eu fiz na minha vida, logo após ter ganhado alguns booster num FNM. As regras são bem simples e o ganhador leva tudo! No 1° round você começa com 10 de vida e o deck tem que ter no mínimo 20 cartas, quem ganha leva o deck do oponente, no 2° round o limite mínimo são 30 cartas e 20 de vida, até chegar na final onde as regras são iguais a um champ limited normal. Porém, mais uma vez, nem sempre é fácil achar 7 pessoas desocupadas para isso, e nem todos gostam dessa regra do “campeão leva tudo”.

Meu terceiro e último estilo de draft muita gente deve ter visto no Invitational de 2007. O “Winston Draft”. O próprio Richard Garfield que inventou esse estilo, para que pudesse ser jogado entre 2 pessoas o que ajuda bastante nessa questão de achar pessoas disponíveis. É uma oportunidade bacana para conhecer as cartas comuns e incomuns de uma série nova, aperfeiçoar a montagem das bases de mana, além de poder ver cartas ruins em ação e poder medir seu poder, transferindo este conhecimento na hora de montar decks constructed.
Para quem manja de inglês, esse vídeo do Rosewater explica as regras.



No final das contas espero que essas dicas levem vocês a pensar melhor na hora de abrir boosters. Magic não é um jogo barato, e se você puder tirar pequenas vantagens de cada pacotinho que comprar, em breve você terá o retorno desse investimento de tempo/dinheiro. Seus resultados nos campeonatos vão melhorar, e com isso mais premiações você vai acumular ao longo do tempo. Aprendemos muito mais sobre magic jogando limited do que jogando constructed. Prova disso é que muita gente que só joga construído nem sempre vai bem em campeonatos limited, porém pessoas que possuem grande conhecimento sobre selado e draft tendem a ir melhor no T2/T4. É como no tenis, onde o Nadal que era conhecido com um ótimo jogador de saibro por muitos anos, mas só foi se tornar o melhor do mundo quando aprendeu a jogar nas outras superfícies.

Por hoje vou terminar por aqui, até a próxima!

Blogueiro por um dia - Matheus "Joker" Hruschka

Equações Magemáticas

Magic: The Gathering foi um jogo criado há vários anos por um Sr. com sobrenome Garfield, que apesar do nome, não tem nada a ver com o gato gordo e preguiçoso dos cartoons. Mal imaginava ele que esse joguinho de cartas que salvou a Wizards of the Coast fosse chegar ao número absurdo de 10 edições e mais de 16000 cartas e se tornar tão, mas tão competitivo.

São nos campeonatos que fica mais evidente o quanto Magic tem a ver com números. Probabilidades de sair com 4 lands na mão, probabilidades X de drop 1, até a probabilidade de ganhar no dado influenciam o jogo. Mas existe uma discussão fundamental sobre qual o fator predominante no Magic: o Deck; o Player /Jogador (porque piloto dirige avião e carro de corrida) ou se essa tal de sorte.

Seria muito fácil diagnosticar esses 3 fatores preponderantes e dividir por 3. Mas como 100 não é divisível por 3 teríamos uma dizima periódica infinita no valor de 33,33%. E no Magic aquele 0,000…..00001% pode fazer a diferença num campeonato ou numa partida.

Por isso atribui valores arbitrários para os fatores da equação, atribuindo da seguinte maneira:

50% Deck

A escolha de um deck pode ser fundamental tanto para a diversão quanto para se conseguir um Top 8. Geralmente a escolha deve partir do princípio que o deck escolhido seja bem construído, equilibrado e sinérgico. Logo este se estabelecem como tier 1 ou deck to beat e as vezes são as escolhas mais óbvias para se chegar a uma final de campeonato.

50% Player

Existem N tipo de jogadores de Magic. Mas para se encaixar nesta categoria o jogador de Magic , você tem que ter skill (adquirida por treinos e mais treinos) ou simplesmente um DOM (este um pouco mais raro). Mas digamos que o cidadão é realmente um good player, uma pessoa que estuda as sinergias das cartas, entende como o jogo funciona, conhece a fundo o ambiente em qual participa, sabe como jogar contra o deck X quando ele esta de Y, sabe a maneira correta de colocar o sideboard contra os adversários, tem até techs exclusivas para os mirrors. Este é um really good player e por isso merece estar nesta categoria.

50% Sorte

Não adianta o Player saber exatamente como o deck roda. Que horas têm que jogar determinada mágica, baixar tal criatura ou simplesmente fazer um mulligan estratégico quando os “Deuses do Magic ” simplesmente resolveram sentar do outro lado da mesa. Esquece! Não adianta apelar pra santo, mesmo porque Deus é mais forte que Santo. Não tem jeito, o cone a frente entra no auto-play mode ON, dá draws perfeitos e mesmo jogando errado vai surrando seu oponente, o famoso Best Player of the year, que vê seu ser derretido por aquele ser insolente sem shield, enquanto ele compra a vigésima land seguida.

Claro que ainda existe os famosos e irritantes (pro adversário que perdeu) “top decks”, que tem o poder de virar uma partida perdida, que tem um nome auto explicativo e dispensa comentários.
No fator sorte em campeonato ainda tem o tema: Path! Ou o caminho que um deck tem que percorrer até a final. As vezes um deck tier 1 não ganha nem com reza braba (já disse que não adianta apelar para os santos) de um deck que é tier 2. E naquele campeonato, dependendo de uma vitória, encontra esse deck que ele não vai ganhar. Por mais que saia com a god hand, saiba rebolar, segurar o jogo, blefar, simplesmente não dá. Cinquenta minutos depois “The Good Player” é derrotado por um deck mediano, com um jogador mediano.

Apresentados as variantes. Vamos as equações Magemáticas. Vejamos:

A) Se Jogador A tem (50% Deck + 50% Player) e Jogador B tem apenas (50% sorte), o resultado é igual a:?

B) Johnny C tem (50% Sorte + 50% Deck) irá disputar uma partida contra Johnny D com (50% Deck + 50% Player), qual o resultado da partida?

C) Na disputa da final do campeonato Champs E (50% Deck + 50% Player) se enfrenta com Champs F (50% Deck + 50% Player) eliminando a variável Sorte, quem será o campeão?

E por aí podem ser apresentados inúmeros fatores, micro variáveis dentro dos fatores que irão influenciar o resultado. Mas ai você se pergunta e se determinado dia, enfrentar o Adversário M (50% Deck + 50% Player + 50% Sorte) tenho chances de ganhar? Ninguém disse que Magic é uma ciência exata, muito menos, Justa.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Top 10 Conflux

por Ricardo "Thorgrim" Mattana

Ontem ao ir para a Magic Domain, tive uma grata surpresa, tanto a loja quanto a maioria dos dealers que a frequentam já estavam com infinitas cartas de Conflux. Não sei que mágica que eles fizeram, mas eu pensei que ia demorar muito mais para ver uma carta da nova edição pessoalmente. Só tenho a agradecer a eles, por que se não fossem pelos dealers seria capaz de nós ainda estarmos jogando Standard só com cartas de Lorwyn e Morningtide.

Como ando mais familiarizado com o Standard do que o Extended, resolvi fazer um top 10 com as dez cartas que eu acredito serem as que mais vão jogar nesse início de Standard com Conflux. É bem provável que eu quebre a cara em uma escolha ou outra, ou que em Kyoto os pros apareçam com aquela carta que você nem imaginava que existia na edição, mas acredito que as minhas escolhas não são tão absurdas.

Antes de começar com a lista, queria dizer que gostei muito da edição e algumas cartas que ficaram de fora desse top 10 como Wall of Reverence, Shambling Remains, Maelstrom Archangel, entre outras merecem uma atenção especial e vocês certamente encontrarão elas jogando em algum deck daqui para frente.

O critério para escolher se a carta iria ficar mais no topo ou no final da lista, era o número de decks que poderiam comportar a carta e qual o verdadeiro impacto dela no ambiente. Não é por que carta y ficou em terceiro lugar e a carta x ficou em décimo é que uma carta é melhor do que a outra. Como você vai comparar, por exemplo, uma Reflecting Pool com uma Wrath of God? Ambas as cartas possuem funções totalmente diferentes e a comparação é imcabível.

Vamos enfim ao meu Top 10 de Conflux para o Standard:

10 - Scattershot Archer

A princípio a carta deve brigar por um slot no sideboard dos decks verdes do ambiente, fazendo a função que por enquanto o Cloudthresher e o Hurricane procuram fazer. Por outro lado a carta pode alavancar o crescimento de algum Elves! no formato ou ganhar seu espaço no famoso BG Elves.

Antes mesmo da entrada de Conflux no ambiente o BG Elves já vinha conquistando seu espaço no Magic Online e listas de Elves! com Garruk Wildspeaker e Overrun apareciam uma vez ou outra no top 8 dos Premiere Events.

Se formos pensar nos principais decks do ambiente, praticamente todos usam Bitterblossom e/ou Spectral Procession, de cara posso mencionar o BW Tokens, WW Kithkins, RW Reveillark, UB Faeries e o BR Blightning.

Por essas e outras que eu encaro o Archer como uma das boas novidades de Conflux, conquistando o décimo lugar na minha lista.

9- Celestial Purge

A carta claramente é uma opção para o sideboard e nunca será vista no main deck, mas por ser uma carta que certamente entrará no side de todos os decks do ambiente que podem ter acesso ao branco, Celestial Purge entra no meu top 10 no nono lugar.

O fato de você por duas manas apenas poder lidar com qualquer carta vermelha ou preta de forma instantânea faz com que Celestial Purge seja quase que uma obrigação em qualquer sideboard de deck branco. É evidente que a carta é perfeita contra o BR Blightning e trabalha removendo da Bitterblossom até o Demigod of Revenge.

Mas uma das grandes proezas da carta é o fato dela remover uma permanente preta ou vermelha. Além de fazer com que o Demigod volte nunca mais ao jogo, ela é uma ótima opção contra o RW Reveillark por remover cartas como Figure of Destiny e Siege-Gang Commander de jogo, sem que o oponente as traga de volta para a mesa com um Reveillark e se não bastasse a carta ainda consegue remover a Ajani Vengeant.

Eu ainda não vi nenhuma lista concreta, mas correm boatos que agora com a edição de Conflux um novo deck BR mais agressivo do que o BR Blightning, que abusará de cartas com Unearth como Hell´s Thunder e Shambling Remains ganhará espaço no Standard, portanto mais uma razão para Celestial Purge ser uma das cartas que você mais encontrará nas mesas dos Regionais.

8- Bloodhall Ooze

Uma das razões para o surgimento de um possível BR Aggro que eu comentei acima é definitivamente o Bloodhall Ooze. Por Shadowmoor possuir diversas cartas híbridas, e as novas edições estarem focando tanto em cartas douradas, não será impossível montar um Mono Red ou BR que abuse tanto de cartas verdes como de cartas pretas.

Para quem acha impossível tal situação, imagine você jogando de BR e fazer o Ooze no primeiro turno, seguindo com Bitterblossom e depois Boggart Ram-Gang. Em apenas dois turnos após o Ooze estar na mesa, ele já poderá ganhar o seu bônus máximo todo turno. Além das cartas citadas, outras ótimas opções de cartas verdes ou pretas para esse tipo de deck são: Vexing Shusher, Shambling Remains, Ashenmoor Gouger, Sygg, River Cutthroat e muitas outras.

Por acreditar que o deck deverá aparecer de maneira mais concreta no PT Kyoto no final deste mês, Bloodhall Ooze entra em oitavo lugar na minha lista.

7- Noble Hierarch

Noble Hierarch certamente é uma carta com potencial, mas infelizmente não consigo imaginar, por enquanto, nenhum deck que o possa utilizar sem que seja alguma espécie de Bant Aggro. Não que eu acredite que o deck possa ser uma opção viável nesse ambiente que se forma, mas antes da entrada de Conflux já tinha observado algumas listas no MOL, como esta que ficou em oitavo em um dos Premieres da semana passada.

Quem sabe agora com as excelentes cartas brancas que Conflux trouxe, e com a possibilidade de um War Monk bater 4 lifelink no terceiro turno, o Bant Aggro não comece a ganhar espaço e jogue mais do que eu imagino que possa jogar.

Apesar de eu não ser muito fã da habilidade exalted no Constructed e não acreditar muito em decks que não sejam os principais do ambiente, Noble Hierarch conseguiu conquistar um lugar no meu top 10, assumindo portanto o sétimo lugar.

6- Scepter of Fugue

Scepter of Fugue ao meu ver é uma das melhores cartas da edição e por enquanto eu vi poucas pessoas comentando sobre o seu potencial. Descarte sempre foi uma das mecânicas que eu mais gostei de jogar no Magic e quem sabe agora com o Scepter, Blightning e Raven´s Crime, não surja algo para o Standard.

Mas a principal razão para o Scepter entrar nessa lista é o provável estrago que ele deve fazer em uma partida contra Quick´n´Toast. Por custar apenas duas manas e o deck não possuir muitas respostas contra artefato, o Scepter promete ser uma boa opção para decks que tem problemas contra Toast.

Para ser sincero ainda não testei o Scepter suficientemente, mas acredito que ele possa ser melhor do que Mind Shatter ou Liliana, por exemplo. Por enquanto o Scepter deve marcar presença no sideboard de decks como o UB Faeries e o BR Blightning.

Portanto por acreditar que o Quick´n´Toast será um dos principais decks do ambiente e o Scepter é uma ótima opção contra o deck, eis que descobrimos o sexto lugar do top 10.

5- Nyxathid

O Nyxathid sofre do mesmo mal que o Noble Hierarch, uma carta com excelente potencial, mas que por enquanto não consigo encontrar nenhum deck onde eu possa encaixá-lo. Como o meu forte nunca foi criar decks, prefiro deixar para que os amantes do Mono Black da Ligamagic ou algum pro player em Kyoto consiga criar algo que possa abusar do potencial do Nyxathid.

Talvez o Nyxathid nem venha jogar tanto no Standard e o seu lugar seja mesmo o Extended ou o fundo das pastas de dealers, mas achei a carta bem interessante e em um deck apropriado pode causar muitos pesadelos ao seu oponente.

Quando uma nova edição sai é natural pensarmos primeiramente em cartas que possam encaixar nos decks que já estão jogando, para depois pensar em novos decks e como abusar de novas mecânicas. O Nyxathid entra na minha lista na quinta posição por eu achar que a carta tem bastante potencial e que possivelmente ela mostrará as caras em Kyoto.

4- Volcanic Fallout

Uma das cartas mais comentadas quando o Spoiler de Conflux foi revelado, Volcanic Fallout está longe de decretar o fim do UB Faeries, mas certamente ajudará com que o deck não seja tão impossível de ser batido, como foi na temporada Block.

Quando uma carta nova surge, é natural que peguemos ela e comparemos com cartas semelhantes, para entender melhor o seu potencial e se elas valem realmente a pena. No caso do Volcanic Fallout, muitos jogadores a compararam com Jund Charm e Pyroclasm, pelo fato das três cartas causarem dois pontos de dano em todas as criaturas da mesa.

A vantagem de Volcanic sobre as outras duas me parece um pouco óbvia quando pensamos em colocar a carta no Quick´n´Toast. Apesar de Jund Charm ser mais versátil e poder remover o cemitério do oponente de jogo (algo importante contra RW Reveillark), o Volcanic é uma carta chave para controlar a população do UB Faeries, possivelmente o pior match para o Toast. Quem sabe agora com o deck utilizando Cloudthresher e Volcanic Fallout, vitórias sobre o Fadas sejam mais corriqueiras do que antigamente.

Sem contar também, que até para decks mais agressivos, Volcanic pode ser uma boa aposta contra Faeries, simplesmente pelo fato de causar 2 pontos de dano no jogador sem poder ser anulado. Cansei de ver jogos onde o Mono Red deixava o Faeries na red zone, mas o jogo já estava tão controlado para as fadas, que não havia mais nada a ser feito.

Por ter sido tão comentada nas semanas pré lançamento de Conflux e por ser uma ótima carta contra o UB Faeries, Volcanic Fallout entra no top 10 ocupando a quarta posição.

3- Banefire

Esta aí uma das cartas que eu mais gostei da edição. Cartas que causam x pontos de dano sempre me atraíram, como, por exemplo, no ano passado em que joguei grande parte da temporada de BG Elves, que utilizava cartas como Profane Command e Squall line.

Cartas que causam x pontos de dano podem tanto matar uma criatura inconveniente no early game, como servir de finisher no late. Óbvio que Profane Command e Squall line jogaram bastante no ano passado devido também as suas outras habilidades e cartas como Blaze e Fireball nunca jogaram como deveriam.

Mas Banefire consegue ser uma opção muito viável para o Standard pelo fato que por seis manas você consegue causar 5 pontos de dano no oponente sem que ele consiga anular. Sabe aqueles jogos contra UB Faeries e Toast, que você deixou o oponente na red zone, mas ele controlou de uma forma que não há mais nada a ser feito? Então... agora há - Banefire!

Só tomem cuidado ao "guardar" o seu Banefire para o final do jogo, pois o Toast pode de repente imaginar que você tem um na mão e descartá-lo com um Esper Charm ou Cruel Ultimatum. De qualquer forma, Banefire continua sendo aquele top deck no late game que os decks aggros não costumavam ter.

Por enquanto consigo imaginar o Banefire em decks como o BR Blightning e o RW Reveillark, mas pode ser que o Jund Ramp ganhe espaço no ambiente agora com a adição do novo Demonfire.

Por ser uma carta tão versátil e uma das minhas preferidas na edição, a medalha de bronze vai para Banefire.

2- Martial Coup

Martial Coup provavelmente é a melhor carta de Conflux ou pelo menos a que possui maior potencial para virar uma partida ou começarem a surgir decks ao seu redor. Por enquanto eu ainda não vi nenhum deck que abuse dela, mas arrisco dizer que 1 ou 2 cópias no Toast merecem ser no mínimo testadas.

O que muitos esquecem é que Martial Coup é excelente quando ela consegue fazer o efeito de uma Wrath of God, mas se por acaso você não possuir terrenos suficiente e precisar fazer um Coup menor, ela continua sendo muito boa.

Já ouvi gente dizendo em fazer um GW Ramp abusando da interação entre Martial Coup mais Garruk Wildspeaker, pessoas querendo colocar no Toast e até mesmo outros decks como um UW Control. Não sei exatamente onde esta carta vai jogar, mas boto muita fé nela e é muito provável que ela apareça por Kyoto.

Branco já vem sendo uma das cores mais jogadas no formato faz um bom tempo, mas agora com Conflux, branco que para mim sempre foi a pior cor do Magic, está mudando totalmente meu ponto de vista.

Enfim, por ainda não existir nenhum deck óbvio para utilizar o Martial Coup, ela levará somente a medalha de prata, correndo o risco de ganhar mais para frente a medalha de ouro, se for confirmada todas as espectativas que eu tenho com a carta no PT Kyoto.

1- Path to Exile

Assim como no top 10 de muitos outros escritores, Path to Exile ganhará a medalha de ouro, como a melhor carta da edição na minha opinião. Até Conflux sair do Standard, é bem provável que praticamente todos os decks brancos utilizam Path em suas listas.

O novo Plowshares, como tem sido chamado o Path, é fantástico e muito versátil, se pensarmos que a carta ajuda a lidar com a Mistbind do Faeries, o Demigod do BR, entre tantas outras ótimas criaturas do ambiente por apenas UMA mana.

O fato do oponente buscar por um terreno básico não é tão absurdo se formos pensar no late game ou contra decks que acelerar um turno não faz tanta diferença quando a melhor criatura da mesa foi removida de jogo.

Muitos jogadores gostam de comparar o Path com Condemn, mas só pelo fato dele conseguir lidar com criaturas que não estão atacando ou que trabalham muito bem sem precisar atacar, como o caso da Oona fazem com que o Path ganhe essa "briga".

Além disso tudo, Path possui uma excelente interação com o Knight of the White Orchid e já vi algumas pessoas comentarem dele mais o Lapse of Certainty. Agora com a adição de Path no ambiente, uma mana branca aberta será sempre motivo de preocupação.

Espero que com esse top 10 vocês tenham conhecido um pouco melhor das principais cartas de Conflux e começaram a entender qual o impacto que elas devem causar no ambiente. Gostaria de repetir que o top 10 foi baseado nos critérios que eu citei no começo do texto e provavelmente muitas pessoas vão considerar que tal carta tem um peso no ambiente um pouco maior do que eu avaliei e etc.

Mas em todo caso, acredito que essas devam ser as dez principais cartas da edição no momento e que o PT Kyoto confirme algumas das minhas apostas, além é claro de apresentar novos decks e interações para os mortais testarem nos Regionais.

Tenham um ótimo domingo e até a próxima!