quinta-feira, 30 de abril de 2009

Famous Firsts (Famosas primeiras aparições)

por André "Fox" Dembitzky

Olá e bem vindos a uma nova quinta-feira.

Antes de qualquer coisa, Stalker, você fará falta! Mas como eu sei que o mais importante é o trabalho, go, go, go, Stalker! O trabalho é tudo.

Bem, retornando exclusivamente ao Magic, hoje vou voltar a um tipo de matéria que eu comecei no Mastigando e que teve uma razoável repercussão entre os jogadores novos e antigos.

Alguns cards tornam-se stamples cards. Isso quer dizer que eles são cards referência e que quando são lançadas novas coleções a gente sempre procura uma relação com os cards mais antigos que fazem coisas parecidas. Um exemplo é o Ofídio. Lançado em Alísios essa pequena cobra tinha a peculiar habilidade de conforme atacar o seu controlador poderia trocar o dano que ela causaria naquele combate por uma compra. Bem, uma criatura azul, 1/3 e que comprava cartas era ótimo num ambiente cheio de monoblues, cercados de baralhos agressivos e rápidos. Um goleiro se necessário e uma draw-engine ótima.

Depois dela, surgiram Gralha Larapia, Mago das Sombras Infiltrador, Selkie Olhos-Frios, etc. Lançaram algumas variações antes e depois dessas, onde a criatura devia ser bloqueada para se comprar, ou o controlador comprava e depois descartava, etc. Mas criaturas que atacam e seu controlador compra um card, todas acabam sendo comparadas ao Ofídio. O primeiro card do gênero e por conseguinte, o stample card.

Esse tipo de texto serve basicamente para mostrar aos jogadores mais novos ao que nos referimos quando comentamos sobre cards novos, semelhantes aos antigos. Por que chamamos de couterspell cards que anulam outras mágicas? Por que Isamaru se tornou sinônimo de criaturas de uma mana 2/2? Ao invés do bom e velho Leões da Savana?

E hoje quero falar sobre esses cards e suas histórias. Muitos cards, mesmo que lançados depois de outros acabam recebendo a honra de se tornar referência. Isso ocorre por que o card na versão mais antiga nunca foi propriamente usado ou o ambiente no qual ele estava inserido não permitia seu uso. Novamente vou colocar alguns exemplos e vocês vão conseguir entender melhor.

Espadas em AradosExilar Extirpar (o de profecia) – Retalhos de Asas Luz Devoradora - Troca de Berço Caminho para o Exílio

Essa seqüência pertence a família de Plowshares mais usados. É possível notar que eles diminuíram a potência dos cards, com o passar do tempo, para que não fossem tão fortes quanto o card original, mas também logo na seqüência ele perceberam que eles podiam ampliar um tanto o seu poder de fogo, não tornando-os tão abusivos. Tanto o é que o novo Plowshares é tão bom quanto o original, diferente, mas tão bom quanto.

Outro exemplo

Contramágica Força de Vontade Contradição Arcana - Dissipar Deserção - Dispensar Proibir - Retroceder Contrariar Absorver - Negação Ardorosa - Perturbar Última Palavra - Cancelar Comando Críptico Fratura de Sonhos...

Essa lista é bem maior (e sim faltam alguns cards) mas ela só compreende cards que dizem “anula a mágica alvo. (ponto!)”. Ou seja, se você jogou essa mágica a outra mágica será anulada e fim de papo (a não ser que ela não possa ser anulada, ou o outro jogador anule sua mágica). Não há “se o jogador fizer A, B ou C” não anule, ou espere ou a mágica pode ser jogada novamente, como Lapso de Memória ou Aprisionar. Nem limitações como custos, cores ou tipos.

É possível ver que novamente um card lançado em Alpha fez escola. No outro artigo em que falei sobre o Espectro Hipnótico, mencionei que normalmente as idéias originais vieram de cards da primeira coleção. Mas há exceções sim. São card que nasceram muito depois do lançamento de Magic ou que só puderam ver jogo quando as regras já estavam muito bem estabelecidas e os ambientes de Magic já estavam bem formados. Como exemplos temos:

Jokulhaups Apocalipse Obliterar Sublevação Dragão Engole-Mundos - Expurga-Mundo.

Mesmo essa seqüência tendo cards de outras cores, a estética do cards se mantem – um reset em todas – ou quase todas - as permanentes em jogo proveniente de uma única mágica e no momento que ela resolve. Mas aqui temos um caso um tanto diferente, pois o baralho que trouxe a tona os efeitos de limpar a mesa como mote do baralho, usava tanto a versão de Era Glacial (que havia sido relançada em Quinta Edição) Jokulhaups quanto a versão não anulável Obliterar, então muita gente costuma nomear cards com esse efeito como Obliterar e não com o nome mais antigo. Mesmo porque Obliterar é uma versão beeem melhor do Lhaups. Hoje há uma nova vertente de cards, basicamente quando são azuis, chamados de Upheavels, devido ao card do mesmo nome e que surgiu em baralhos com Terravoros e Psicatogues. Mas basicamente a estratégia é a mesma e o efeito final também.

E falando em Terravoros, temos ali também uma família bem conhecida e jogada de criaturas. Todos originários de outro card de Era Glacial.O bom e velho Goyf. Não, não é o Tarmogoyf, o irmão mais novo é realmente o melhor monstro do jogo, mas ele não foi o primeiro da familiar a fazer sucesso. Todos parecem cair nas graças dos jogadores.

Lhurgoyf Ressurgido - Terravoro Magnívoro Mortivoro - Kagemaro - Detritívoro Tarmogoyf

Normalmente agora lançados em ciclos de criaturas, o Goyf já tem esse nome desde o primeiro lançado. Até mesmo o Ressurgido, de Fortaleza era um “Lhurgoyf” preto e voador. Diferente de outras criaturas que observavam permanentes, os Goyf gostavam mesmo dos cemitérios e quando foram lançados como um ciclo de criaturas em Salvadores de Kamigawa eles mudaram um pouquinho sua origem e partiram para as mãos, o numero de card lá. Mas foi com o Tarmogoyf que eles alcançaram a patente de Stamplecards abolutos, já que provavelmente a partir de Visão do Futuro qualquer criatura que aumentasse seu poder ou resistência conforme um elemento do jogo, seria referido como um “goyf”. Isso já ocorre com o Nixatid, uma criatura preta que observa a mão dos oponentes para saber seu tamanho. E invariavelmente ele é o “Goyf” da mão do oponente.


Esses cards demonstram que idéias antigas podem ser tão recicladas, e fazerem tanto sucesso quanto novidades fresquinhas. E o magic, e o pessoal por trás do desenvolvimento dos card, tem tanto ainda a explorar que mesmo repetindo idéias, como atualmente parecem estar fazendo, com as hibridas e reciclar, as novas idéias estão estocadas ao infinito do tempo. Ou 2012 como dizem alguns que é quando o mundo acabara.

Se olharmos para a maioria dos cards, vamos descobrir um card mais antigo que se tornou um exemplo de card, um stample card, e de onde provavelmente ele foi inspirado. Isso além de tornar a produção um pouco mais rápida e o desenvolvimento e analise de ambientes um pouco mais seguros, também ajuda aos jogadores a se adaptarem aos cards de maneira mais tranqüila. Sem o stress de tentar adivinhar o que pode ser feito com o card, onde ele pode ser inserido, etc.

Um Disco de Nevinyrral é muito semelhante a um Ato Pernicioso certo. Então, mesmo tendo algumas leves diferenças (um é colorido o outro sem cor – um é encantamento e o outro artefato – um só pode ser usado depois de um turno o outro no momento que jogador possuir manas disponíveis) eles têm a mesma função. Ctrl + Alt + Del para tudo que não seja terreno. Então eles são iguais, ao menos, muito semelhantes e por isso mesmo quando foi lançado o Ato era familiar.

E isso não ocorre raramente ou só algumas vezes. Todo o magic, seu ambiente, construção de baralhos, discussões e modo de jogar de seus participantes, depende dessa similaridade dos cards.

Posso pegar um exemplo comentando um blog novo o cantodojogador.blogspot.com. O Victor Galves, vulgo Forroman da Liga abriu um blog novo sobre o ambiente Limited (antigo Tipo 3). Como é que ele poderia fazer uma analise prévia de uma coleção nem lançada ainda, de como se draftar e jogar se os cards apresentados não fossem familiares a ele? Impossível. O jogo não pode ser alterado dramaticamente pois os jogadores ficariam confusos. Mas também não pode continuar na mesma.

Mas algumas vezes, arquétipos ou stample cards surgem quando ambiente é propício.
Um exemplo é o Kavu de Língua-flamejante. Ele surgiu em Conjunção e é uma criatura que obrigatóriamente precisa causar 4 de dano a uma criatura em jogo, mesmo que seja ele mesmo. ele pode ser encarado como um card ruim, visto que você nunca poderia jogá-la sem outra criatura em jogo, caso contrario ela se mataria. Já havia versões desse card antes, mas nada realmente bom. Ou causava pouco de dano ou estava fora da cor ambiente ou era irrelevante sua capacidade para matar alguma coisa, mas foi com ele que criaturas chamadas de “Remoção” entraram em voga e começaram a ser observadas mais de perto quando uma coleção é lançada.

Pode ser que nunca mais vejamos algo parecido e ou se houver, jogando efetivamente, mas mesmo assim sempre procuramos nos novos sets por um novo Kavu, um novo Counter ou um novo Goyf, pois além de os utilizarmos para sermos vitoriosos, também temos aquela coisa de sermos lembrados como os primeiros a notar certos cards e que ninguém deu importância, e que de uma hora para outra se tornaram essenciais ao jogo.

E para deixar vocês mais ligados no nova coleção vou realizar um mini-concurso (não valendo nada além de ter seu nome publicado aqui). Alara Reunida esta sendo lançada correto? Você consegue identificar cinco cards que tenha alguma ligação com outros cards famosos do passado? Quem me responder e for o mais criativo vou fazer uma menção aqui no FoFBr! Enviem seu e-mail para andretalk@ig.com.br , e na semana que vem posto o seu nome.

Só uma outra coisinha, existe um card, que nunca jogou (ao menos competitivamente ) e se tornou referencia para uma centena de outros cards parecidos com ele. E além de nunca ter jogado, o card não faz nada de especial e nem nada de diferente. Sabe qual é?

Ursos Cinzentos. Qualquer criautra 2/2 por duas mana hoje é chamada de urso. É claro que tem criaturas que pela própria representatividade não são chamadas assim, como Mago Interferidor, por exemplo. Mas todos os Magos de guilda de Ravnica, por exemplo, eram chamados de ursos, bons ursos, mas ursos da mesma maneira.

Fico por aqui e aguardo e-mails!

Abraços a todos e até a próxima quinta-feira!

Fox

domingo, 26 de abril de 2009

Stalker_Away

por Leandro "Stalker"

Esse é um post que eu passei uma semana pensando em como escrever. Como diz um famoso tópico da ligamagic "Jogador não para, dá um tempo", e tempo é o que eu estou precisando agora. Eu juro que tentei escrever de infinitas maneiras diferentes, mas não consegui, ou ficava extenso demais, ou piegas demais. No final das contas decidi escrever pouco. Resumindo, tirei "férias indeterminadas" do Magic, e isso inclui escrever no Fact or Fiction também. Pronto, consegui :)

Uma das coisas que eu me orgulho de ter feito no magic é esse blog com o Thorgrim. Retribuir com a comunidade do Magic, trazendo informações que muitos de vocês precisavam mas não tinham acesso porque ninguem escrevia sobre esse assunto aqui no Brasil.

Espero poder voltar em breve

Abraços

Stalker

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Preparando-me para os Classificatórios – parte 2

por Ricardo "Thorgrim" Mattana

Nesta última quarta-feira escrevi a primeira parte do meu artigo, contando como foi o processo de exclusão de decks, até chegar no deck que eu acreditei ser o melhor para este início de temporada.

Já nesta segunda parte, irei falar exclusivamente do BW Tokens. Contarei tudo que aprendi sobre o deck nestes meses de preparação, além de breves comentários sobre a minha participação nestes três primeiros Classificatórios já realizados.

Como ainda não sei se vou conseguir jogar em Rio Claro e o formato deverá sofrer grandes mudanças com a entrada de Alara Reborn no ambiente, espero que o texto sirva de auxílio para quem ainda pretende jogar com o deck neste final de semana.

Definindo a lista

Acredito que 99% dos jogadores, que resolveram jogar de BW Tokens nesta primeira parte da temporada de Classificatórios, escolheram inicialmente a lista que o LSV utilizou em Kyoto e conforme foram jogando com o deck foram atualizando-a ou adaptando-a para o ambiente de sua cidade.

Comigo não foi diferente. Após dar uma boa analisada nas listas de BW que haviam ido bem no PT, duas listas surgiram como fortes candidatas: a já conhecida lista do LSV e uma outra lista, pouco comentada, mas com ótimos resultados, utilizada pelo Raphael Levy, Martin Juza, entre outros europeus.

O que me incomodava na lista do LSV era a ausência de cartas, que eu considerava importantes como Thoughtseize e Marsh Flitter e o fato de apenas ele, entre toda a sua equipe, ter ido bem com o deck.

Já a lista dos europeus me parecia muito forte, onde apenas duas coisas me incomodavam: aquela única Soul Warden perdida no main deck e o sideboard por completo.

Passado o Pro Tour, eis que o LSV escreve em seu novo site um grande report contando sobre sua participação no evento, além de divulgar um vídeo, onde o próprio comentava sobre como ficaria o ambiente pós-Kyoto.

Após ter lido o report e acompanhado atentamente todas as informações que o LSV passou no vídeo, resolvi seguir em frente com sua lista, apenas alterando algumas cartas do sideboard, adicionando uma terceira Plains no lugar de um Arcane Sanctum, pois estava achando que o deck tinha muito pouco terreno básico para buscar caso tomasse um Path to Exile, além de adicionar 2 Marsh Flitter no lugar de 2 Finks, como o próprio LSV havia sugerido.

Desta forma, minha lista ficou da seguinte maneira:

BW Tokens

4 Terror
4 Bitterblossom
4 Spectral Procession
4 Glorious Anthem
3 Ajani Goldmane

4 Knight of Meadowgrain
4 Cloudgoat Ranger
4 Tidehollow Sculler
2 Kitchen Finks
2 Marsh Flitter

4 Windbrisk Heights
4 Reflecting Pool
4 Fetid Heath
4 Caves of Koilos
3 Arcane Sanctum
3 Plains
2 Mutavault
1 Swamp

Sideboard:
3 Path to Exile
2 Wispmare
2 Wrath of God
2 Elspeth, Knight-Errant
2 Head Games
2 Burrenton Forge-Tender
1 Martial Coup
1 Ajani Goldmane

Antes de comentar como o deck se comporta contra os principais decks do ambiente, gostaria de discutir alguns pontos sobre a lista, que eu acredito serem importantes.

Path to Exile vs Terror

Vejo muitas pessoas optando por utilizar Path to Exile no lugar de Terror na lista principal. Em minha opinião, isso é uma das piores mudanças que a pessoa pode fazer na lista do LSV.

Antes de tudo, quero que fique bem claro, que ambas as cartas são muito importantes para o sucesso do deck, mas cada uma possui uma função diferente.

Path to Exile é uma carta fantástica contra qualquer deck que possua Sower, Reveillark e “fat monsters” como é o caso do BG Elves e o Dark Bant, porém o fato dela ceder um terreno para o oponente no início do jogo faz com que ela seja bem pior que o Terror nos confrontos contra 5cc e Kithkins.

Se você está enfrentando um 5cc ou um Kithkins, sabe da necessidade de retirar de jogo criaturas como Wizened Cenn, Plumeveil ou Wall of Reverence no momento imediato que elas surgem na mesa. Com o Terror você pode fazer isto tranquilamente, já com o Path to Exile, tal remoção pode significar um Cruel Ultimatum de turno 6 ou um Cloudgoat Ranger de turno 4.

Quem já jogou contra Kithkins sabe quão importante é ganhar no dado e acelerar um Cloudgoat ou Ajani Goldmane do seu oponente pode ser fatal. De uma maneira geral será preciso analisar se a habilidade de remover a criatura de jogo é mais importante do que o oponente acelerar seu deck e entender que em partidas como Faeries pós sideboard e Dark Bant/BG Elves será muito importante ter no deck de seis a sete spot removals.

Em todo caso, se o ambiente de sua cidade for repleto de Dark Bants e Esper Larks, provavelmente o Path to Exile será mais eficiente, mas enquanto o ambiente for repleto de 5cc e Kithkins, acredito que Terror no main deck é a escolha correta.

Elspeth vs Puppeteer Clique

Uma das cartas que mais me chamaram a atenção na lista dos europeus, foi a Puppeteer Clique. Ela me parecia ser uma ótima resposta contra decks como Boat Brew, Esper Lark e 5cc, porém ela tinha um grande problema – brigava por um slot no sideboard com a Elspeth, que era uma espécie de xodó, assim como o Obina no banco do Mengão.

Algumas semanas antes de treinar a partida contra Boat Brew pós side, eu havia testado BG Elves vs Boat Brew e a Puppeteer tinha se mostrado MUITO boa. Até quando ela voltava um Mogg Fanatic parecia que ela estava sendo extremamente útil e foi com esse pensamento que resolvi testá-la no meu BW.

Não sei se foi uma tarde infeliz ou se ela realmente não é tão importante no deck como é no BG Elves, mas ela simplesmente não funcionou. Como contra 5cc, na maioria das vezes, o máximo que ela poderia buscar do cemitério seria um Mulldrifter e como eu não imaginava tantos Esper Larks no ambiente, acabei optando por Elspeth, que é uma carta que nunca me decepcionou quando entrou na mesa.

Ausências de Thoughtseize e Stillmoon Cavalier

Duas cartas que muitos devem estar sentindo falta na lista apresentada são: Thoughtseize e Stillmoon Cavalier. Para ser sincero, não tenho muitos argumentos convincentes para explicar a ausência de ambos, mas talvez o principal motivo seja pelo fato da maioria das listas do PT também não estarem jogando com eles.

O Thoughtseize me parece uma carta importante contra o UB Faeries e o UR Swans criado pelo Nakamura. Contra decks como Esper Lark, 5cc, Batutinha´s Lark, Grixis Control e qualquer outro deck que tenha Mulldrifter, o Head Games me parece melhor.

Eu até pensei em utilizar o Thoughtseize contra Boat Brew, mas depois de ler um artigo do Gerry Thompson, onde ele explicava o porquê da carta ser horrível neste match, acabei desistindo da idéia.

Já o Stillmoon Cavalier, em minha opinião, é uma carta que funciona melhor no Boat Brew e no Kithkins, pela simples existência do Reveillark. Enquanto no BW Tokens, acredito ser muito mais importante você jogar com cartas como Bitterblossom, Elspeth, entre outros fazedores de tokens para contornar as Wrath of Gods que aparecem no confronto contra mirror e WW pós sideboard.

Se eu fosse jogar com o deck atualmente, manteria o mesmo main deck que eu apresentei no início do texto, porém jogaria com o seguinte Sideboard:

3 Wrath of God
3 Burrenton Forge-Tender
2 Path to Exile
2 Wispmare
2 Elspeth, Knight-Errant
2 Head Games
1 Ajani Goldmane

Martial Coup é uma carta muito boa e em meu ponto de vista, ainda está sendo mal explorada no Standard. No BW ela não funciona como deveria, por que nos confrontos que você gostaria de entrar com ela, a Wrath of God acaba simplesmente sendo melhor. É muito difícil você conseguir colocar sete terrenos na mesa, sem que já não tenha ganhado o jogo ou esteja morto.

Desta forma acho que o Coup se encaixaria melhor em decks como o Boat Brew que joga com 4 Path to Exile e 4 Mind Stone main deck ou em algumas versões do GW Tokens que utilizam Garruk.

Matchup Analysis

Antes de fazer alguns comentários sobre os principais matchups, vou roubar a idéia do Stalker e classificar os confrontos da mesma maneira que ele classificou. Em uma escala de good matchups para bad matchups minhas impressões eram:

Fácil (Matches que em hipótese alguma eu poderia perder nos regionais):
BR Blightning
Dark Bant
BG Elves

Médio-Fácil (Matches que eram favoráveis, mas que existia a chance de perder)
Boat Brew

Equilibrado (Matches parelhos, mas que com um bom plano de sideboard era contornável)
Kithkins
BW Tokens
UB Faeries

Difícil
5cc
Esper Lark

Impossível
UR Swans

Com os matchups devidamente classificados, darei-me ao luxo de apenas comentar os confrontos contra os “Médio-Fácil”, “Equilibrado” e “Difícil”. Os que estão na coluna do “Fácil” realmente são partidas bem tranqüilas, enquanto o UR Swans, eu sempre soube que é um match muito complicado, mas joguei pouquíssimas vezes contra, portanto não tenho conhecimento suficiente para falar a respeito.

Boat Brew

O game 1 contra o Boat Brew se resume a uma carta: Glorious Anthem. É incrível como ela faz com que o jogo fique totalmente ao seu favor. Basta você resolver uma Anthem e punir seu oponente com o seu arsenal de criaturas voadoras.

A partida é relativamente tranqüila, existem apenas duas mãos que te preocupam. O Boat Brew no play abrir de Mind Stone no turno 2, seguido de Vengeant no 3 ou ainda no play, o Boat Brew fazer Procession no turno 3, ativando uma Windbrisk no turno 4, revelando um Siege-Gang Commander.

Uma Vengeant de terceiro turno significa que você no quarto turno terá apenas três terrenos, enquanto ele terá 5, fazendo um provável SGC – ou seja, você estará em más lençóis. É até engraçado dizer isso, mas uma das melhores cartas do Boat Brew neste confronto é a Mind Stone.

Algo que precisa ficar bem claro é a importância do Sculler, quando você está no draw nesta partida ou nos outros confrontos contra W/x. Fazer um Sculler no turno 2 significa que você estará retirando a Procession ou a Ajani do oponente para fazer a sua primeiro.

Pode parecer besteira, mas garantir que sua Procession/Ajani entre primeiro na mesa é a garantia de que você estará sendo o beatdown na partida e isso é tudo que você quer num confronto destes.
O grande problema deste match está nos games pós sideboard. É muito difícil adivinhar que cartas que o Boat Brew entrará contra você. Certamente eles virão com Wrath of God, mas além dela podem aparecer também Wispmare, Volcanic Fallout, Stillmoon Cavalier, Elspeth ou até mesmo Ignite Disorder.

O que eu costumo fazer nesta partida é entrar com a quarta Ajani Goldmane, as 2 Elspeth e trocar alguns Terrors por Path to Exile.

+2 Path to Exile +2 Elspeth, Knight-Errant +1 Ajani Goldmane
-3 Terror -2 Knight of Meadowgrain

Eu não sou muito fã de Terror nesta partida. Os melhores alvos serão o Figure of Destiny, que preocupa realmente só no late game, quando ele estará 8/8 ou um SGC, quando não se tem terrenos para ativar sua habilidade, fora isso não vejo muitos alvos interessantes para o Terror, já que a tendência é o Boat Brew tirar alguns early drops como Orchid ou Fulminator e entrar com cartas como Stillmoon e Fallout.

Elspeth entra justamente para contornar todas estas mass removals que o Boat Brew coloca para dentro. Como não é certeza absoluta, que eles entrarão com Fallout, não vejo necessidade de entrar com os Burrentons, mas caso você tenha certeza que o oponente entrará com eles, Burrenton pode até ser uma boa saída.

Kithkin/BW Tokens

As duas partidas são muito parecidas. Ambos os decks possuem diversas cartas iguais e o jogo se resume a quem consegue colocar mais Anthems ou Ajani primeiro na mesa. Outro fator determinante nestas partidas é ganhar no dado, começar neste match significa que sua Procession, sua Anthem ou sua Ajani entrarão primeiro e você poderá ser o agressor.

O grande problema é que não há muito o que se fazer para melhorar estas partidas, talvez uma tech ou outra no sideboard, uma escolha correta em uma combat phase ou um detalhe ou outro em sua lista principal, mas na maioria das vezes quem abrir melhor acaba ganhando.

São poucos os tricks que você pode fazer durante o jogo e o fator jogador acaba não pesando muito neste confronto. Contra Kithkins eu costumo tirar todos os Scullers, pois é uma carta frágil, que dificilmente segurará o ímpeto dos drop 1 e 2 que o Kithkin possui e você não, enquanto contra o mirror, sai os 4 Terrors.

Contra Kithkin:

+3 Wrath of God +1 Ajani Goldmane
-4 Tidehollow Sculler

Como as cartas que normalmente decidem a partida são as que permitem que suas criaturas fiquem maiores do que as do seu oponente é importantíssimo que você possua 4 Anthem e 4 Ajani pós sideboard.

Talvez este seja o grande trunfo do BW neste confronto. Enquanto você certamente terá estas oito cartas em sua lista, a maioria das versões de Kithkins não utilizam quatro Anthem e jogam com cartas inferiores como Wilt-Lief Liege, para poder lidar com o 5cc. No draw eu recomendaria tirar uma Bitterblossom para colocar um Path ou um Wispmare, dependendo da versão do seu oponente.

Contra BW Tokens:

+3 Wrath of God +1 Ajani Goldmane +2 Wispmare +2 Elspeth, Knight-Errant
-4 Terror -2 Kitchen Finks -1 Tidehollow Sculler -1 Knight of Meadowgrain

Eu vejo muitas pessoas tirando Sculler no mirror, com a desculpa de que ambos os jogadores entrarão com Wrath. Talvez no play possa até ser uma possibilidade, mas no draw, como eu expliquei anteriormente, Sculler é a melhor opção a se fazer para que você consiga manter a postura de agressor na partida, que no final das contas é o que realmente importa.

Outra mudança não-convencional que eu faço é trocar os Finks por Elspeth. Normalmente quando alguém está em vantagem neste confronto é por que tem Ajani/Anthem na mesa e o oponente não, podendo então atacar com pelo menos 3 criaturas por turno.

Em minha opinião, é muito mais importante você estar fazendo uma criatura por turno e ter a chance de transformar seu deck em um deck indestrutível, inutilizando as Wraths do seu oponente do que ganhar 4 de vida e colocar uma criatura 2/1 na mesa pós Wrath, portanto vantagem para Elspeth.

UB Faeries

A partida contra UB Faeries é outra partida muito equilibrada, porém com o fator jogador sendo muito mais decisivo do que nos confrontos contra W/x.
Não tem muito segredo, você estará sempre colocando pressão no Faeries, enquanto ele procura neutralizar suas principais cartas e ganhar tempo para fazer suas Mistbinds e Comandos.

Vale lembrar que você pode matar a Mistbind antes dele champiar alguma criatura, fazendo com que os seus terrenos não fiquem virados e você possa fazer a mágica que quiser.

Neste confronto Terror e Sculler são duas cartas fundamentais e a entrada de Path to Exile o ajuda a lidar com cartas como Mistbind, Scion e Sower, que são de longe seus piores problemas.

Na hora de sidear, costumo tirar os drops mais altos do deck, que são as Ajanis e Cloudgoat Ranger.

+2 Path to Exile +2 Wispmare
-3 Ajani Goldmane -1 Cloudgoat Ranger

As Ajanis são péssimas quando escondidas em baixo da Windbrisk e costumam entrar em um turno onde o oponente poderá ter o Comando na mão ou já estar fazendo múltiplas Mistbinds em sua manutenção.

Já vi alguns jogadores tirando Meadowgrain contra UB Faeries, não me parece o mais certo a ser feito, já que a sua melhor estratégia é estar sempre colocando pressão no Faeries, enquanto ele tenta ganhar tempo para achar suas respostas.

O fato do Meadowgrain possuir iniciativa significa, que ele não consegue trocar 2 tokens ou 1 Mutavault por ele e o life gain ajuda você a ganhar turnos caso precise comprar uma removal para a Mistbind/Sower do seu oponente.

5cc

O 5cc certamente é uma das partidas mais complicadas para o BW Tokens, mas não chega a ser este pesadelo todo que muitos jogadores costumam dizer.

Um dos fatores mais importante nesta partida é você ao longo dela, tentar decifrar a lista do seu oponente. Se ele utiliza o pack de barreiras, se ele usa Cloudthresher ou Broodmate Dragon, se a versão é mais parecida com a do Paulo Cortez/Marcio Carvalho ou com a do Nassif e por aí vai.

A grande vantagem é que o que mais tenho observado nestes Classificatórios são pessoas que não tem a mínima idéia do que fazer quando estão pilotando um 5cc. Como o deck é extremamente difícil de ser pilotado, a tendência é que os jogadores cometam erros e você acabe se beneficiando por isso.
Acho que na hora de sidear, não tem muito segredo:

+2 Head Games +2 Elspeth, Knight-Errant
-4 Knight of Meadowgrain

Eu sinceramente não gosto de Burrenton nesta partida. Por mais que ele ajude a lidar com Fallout, normalmente o oponente estará entrando com Wrath of God, Infest ou até mesmo Scourglass, fazendo com que o Burrenton seja apenas uma criatura 1/1 capaz de prevenir um ataque de Broodmate.

Outras cartas essenciais neste confronto são Kitchen Finks e Mutavault, que serão seus soldados sobreviventes após o arsenal de remoções em massa que o 5cc utilizará.

Queria poder dar mais conselhos sobre o confronto, mas o melhor que eu posso fazer é aconselhá-lo a jogar muitas vezes a partida. Com o tempo você vai percebendo em que horas vale a pena arriscar mais, que horas você deve ser mais cauteloso, como jogar em volta de Broken Ambitions, Fallout, Plumeveil e etc.

Sei que o texto ficou bem grande, mas tinham muitas coisas que eu precisava dizer sobre o deck. Se por acaso alguém ainda tiver alguma dúvida, o e-mail do blog está ai para isso e eu ficarei muito contente em responder.

Acabei não falando muito sobre a minha participação nos Classificatórios, mas é por que eu realmente fui muito mal, fazendo um recorde medíocre de 9-6 com o deck. Apesar de tudo, ainda acredito que o deck seja uma opção válida e pode render ainda muitos classificados para o Nacional.

Espero que tenham gostado do texto e até a próxima!

Mastigando na Quinta Feira - Heróis e Lendas

por André "Fox" Dembitzky

Olá e bem vindos a uma nova quinta-feira. Primeiramente gostaria de parabenizar os diversos vencedores das últimas etapas dos classificatórios ocorridos por todo Brasil. Tivemos boas surpresas, nomes mais do que conhecidos e até alguns novatos. Ótimo! Um bom mix de jogadores para o nacional 2009.

Numa opinião como organizador de eventos, o reconhecimento por seus pares é algo que o ser humano sociável adora ter. Da para notar que quem ganha, gosta do afago no ego quando tem alguém para torcer por ele. E esse reconhecimento deve ser real e viceral no mais estrito sentido da palavra. Alguém, mesmo que seja lá no fundo da multidão assistindo, tem que gritar ao final da partida decisiva do canpeonato: Joãozinho é CAMPEÃO! VIVA!

Esse sentimento de que alguém acompanhou seu desempenho é uma sensação que motiva qualquer um a continuar a perseguir vitórias e objetivos. Até mesmo um FNM ou campeonato casual de loja fica mais emocionante quando há uma torcida, palmas e alguns urras.

Eu fico pasmo ao ver a comumente comemorações esfuziantes em outros eventos. Corridas de carro, atletismo, natação, vôlei. Sempre tem pelo menos a família apoiando, uma namorada, uma esposa, uma amigo do bairro. A lá olimpíadas, tem sempre alguém com esperanças, mesmo que um pouco remotas, de que aquele sujeito no meio da multidão de competidores, poderá vir a conquistar e com isso demonstrar a todos que ele é mais do que mais um.
Mas no Magic isso é muito pouco visto.

Tenho vívido em minha memória os pulos que o nosso querido Bertu deu no salão da Devir quanto o Paulinho “Taubate” ganhou a final do PTQ e, por conseguinte a vaga e a passagem para o Pro Tour. Coisa de equipe talvez, mas também de comprometimento com aquele com quem você se importa. Mas no geral é difícil ver outras pessoas torcendo. No Brasil, pelo menos, a exceção desse desprendimento pela torcida me parece ocorrer apenas no Nacional de Magic.

Ali muita gente toma “partido” de um ou outro jogador, seja por ele ser de seu estado, conhecido ou simplesmente por alguma simpatia imediatista, e realmente acabasse torcendo por aquela pessoa. No Nacional sim eu vejo um tanto do “coração” dos jogadores expostos, enxergo nos espectadores (que em geral são apenas os jogadores mesmo) reações e comentários sobre sorte, sobre treino, sobre o draft, e é possível perceber que eles estão vibrando ansiosos por ver se aquele cara vai levar mesmo o título.

O Magic não me parece um ambiente em que se comemore ou que as pessoas se deixem levar por comemorações. Não que os amigos não comemorem, que os companheiros de equipe não comemorem, mas parece que não temos heróis, não temos ídolos, e com isso ficamos mesmo satisfeitos quando os nossos amigos gritam “Aeee!!!” ao final do evento.

Existem algumas razões para que sejamos assim menos “festeiros” que outros esportes. Mas mesmo sem a festa é importante que tenhamos a quem nos espelhar para buscar o que é melhor para nosso jogo.

Nesse caso, temos até alguns jogadores que todos acabam procurando nos standings de GP ou de PT quando o coverage começa a transmitir. O PV, o Jabá, o Willy e mais recentemente, principalmente pelo winning streak, o Paulo TTE, Brunilski, etc.

Sempre tem alguém que sabe o nome de todos os brasileiros em eventos estrangeiros e sempre posta algo na liga ou outro fórum começando com o “go go go brazucas!!!”. Mas no fundo a impressão que eu tenho é que estamos realmente apenas curiosos com os resultados e não torcendo, como se faz com um time de futebol.

Muito disso eu acredito que seja pela falta de interesse, primeiramente de nossa própria família. Já vi alguns pais (poucos por sinal) levando os filhos para um evento mais importante, ficando com ele até o final e mesmo não sabendo exatamente como são os goods e bads match ups ou que momento naquela torrente de palavras “desconhecidas” descrevendo a partida que seu filho errou, ele permanecesse atento ao que esta ocorrendo e quem esta tomando a dianteira.
E isso não é culpa da torcida não, é provavelmente culpa do próprio jogador.

Não entendeu? Deixe-me explicar.

Nessa semana tivemos a final de um evento realizado na Domain. O evento chama-se Ethernal Domain, e ele consiste de vários eventos menores classificatórios em que seus vencedores recebem um convite para uma final que tenta ser o que o Invitational era. Um show dentro do jogo.

Ta certo que não se pode comparar um evento multimilhardario e caro como um Mundial de Magic ou Invitational com a final do Ethernal Domain, mas, vamos tentar manter em foco que o objetivo é o entretenimento de quem esta assistindo à cobertura, comentários ou apenas saber quem ganhou.

Eu particularmente realizo o Ethernal Domain pois acho muito legal a idéia de valorizar um vencedor. Esse ano fizemos um evento diferente, um leilão de boosters e um evento suíço para definir quem levaria o caneco (ou troféus no caso).

Bem, ninguém levou o troféu. Por quê? Por que eles simplesmente não queriam. Não que isso seja um erro da parte deles, eles simplesmente não tinham tanto interesse de levar o troféu e dizer “Eu venci!!!” .

Em nosso país posso sentir que ter fama e ser reconhecido não é algo que a grande maioria almeje, principalmente por ela ser bem efêmera/passageira. Não queremos ser apontados na rua e alguém vir nos pedir autógrafo. Nós não valorizamos, pelo menos abertamente, ser admirados por algo que fizemos. Queremos ganhar sim, mas virar celebridade? Acredito que não.

E com isso não acabamos por não fazer muita questão que familiares e conhecidos fora do âmbito do Magic venham prestigiar nossas façanhas. É fato que o Magic é um jogo um tanto complicado e muito difícil de assimilar para novos participantes ou curiosos, mas também não deixamos barato nem facilitamos para que as pessoas se familiarizem com ele.

Normalmente não é permitido que pessoas fiquem passeando entre as mesas dos eventos, pois isso pode eventualmente atrapalhar os jogos ainda em andamento e tirar de alguém uma vitória. Bem, se ninguém pode andar no meio do salão para ver os jogos, como raios podemos querer que pessoas se interessem em ficar ali do lado esperando horas pelo resultado de algo que eles nem mesmo podem apreciar e observar corretamente?

Com isso novamente temos vitórias que não podem ser apreciadas em seu máximo. Em outros eventos esportivos, é sempre dada muita ênfase à propaganda do evento, ao show. Ingressos são exemplos disso, já que a maioria dos eventos as pessoas “realmente” pagam para assistir outras pessoas competirem.

Agora, se pudermos juntar esse espetáculo com os jogos acredito que o incentivo para que as pessoas acompanhassem o esporte Magic seria muito maior. Claro que não dá para cobrar ingresso (será?), mas ao menos fornecer uma estrutura melhor para a observação (ao menos um pouco melhor do que tem sido feito até agora) das partidas.

Eu sou da levada de organizadores que fica muito contente quanto alguém pede para dar uma espiada no que está ocorrendo no evento, Provavelmente a pessoa não vai entender nada, mas ao menos não estou excluído-a de algo, e fazendo parecer que ela esta ali como um intruso.

O coverage usual é ótimo, e atualmente é a forma mais difundida de visualização das partidas. Mas até no xadrez, um tipo de jogo muito parecido com o magic, os observadores tem um telão MONSTRO para observar as jogadas entre os participantes. Não em todas as partidas claro, mas ao menos nas mais importantes. Isso seria algo que poderia ser feito com os Feature Matchs, por exemplo.

Gostaria de poder ir a um evento de magic, e de uma sala observar de perto o que ocorre na mesa, as mãos e comentar em voz alta, sem que os jogadores envolvidos pudessem ser prejudicados por isso. Pelo que se fala e se mostra nas transmissões dos PT é exatamente isso que ocorre. Mas será que num futuro próximo teremos isso em nacionais (no Brasil) ou PTQs? Essa é uma ferramenta que pode ser explorada. Uma TV grande, um transmissão wire-less e uma câmera não são difíceis de conseguir. Na devir mesmo pro exemplo, os jogadores poderiam ficar com um juiz em separado numa sala afastada e na entrada do salão poderia rolar a transmissão.

Esse aparato de promoção faria com que mais pessoas fossem aos eventos, não só para jogar os Paralelos e sim para apreciar o evento, ver como andam as coisas e socializar com outros participantes.

A Domain tem trabalhado para que o GP São Paulo desse ano possa oferecer uma gama de eventos fora do âmbito “mesa de jogo” para que familiares, professores, curiosos e visitantes tenham uma experiência gratificante estando lá. Vai dar certo? Quem sabe, é uma tentativa. Contamos com sorte e trabalho duro para tal.

Hoje vemos diversos organizadores trabalhando para tornar seus eventos verdadeiros shows (Ertai, vou usar a palavra Show aqui em sua homenagem hehehe!!!). Não é necessária uma banda de rock, bebida ou comida grátis (não que também não seja bom), mas podemos fazer de cada evento uma coisa única. Especial e com isso, com um troféu, uma camiseta promo limitada, sorteios de produtos, prêmios não relacionados ao jogo, possamos fazer com que a sociedade veja e dê mais importância ao que fazemos do que simplesmente achar que somos um bando de “bobos” participando de algo que só nós entendem e só nós damos importância.

Não digo que espero que um dia alguém vá ao Programa do Jô e dê uma entrevista de como foi o Top 8 do mundial ou do Pro Tour X, ou que se discuta baralhos e match-ups no SportTV, com o galvão buenos gritando “Jabaaaaaaaa!” ou “Paaaaaaaulo Vitor” “Vai que é sua!” mas que ao menos a gente possa dizer que levantamos o caneco no GP mais recente realizado no país e que as pessoas de nossa própria família não virem para a gente com o já famoso ‘Que?!?”

Mas essencialmente tudo isso começa com a valorização de nós mesmo por nossas conquistas. Receber o troféu do Ethernal Domain, Magic 1000, GP ou dar uma entrevista para o blog da loja é o primeiro passo para que valorizemos nossos feitos.

Não pode ser que não seja importante alguém dizer para o outro “Eu fiz a final do GP Buenos Aires, não ganhei mas eu estava lá com 300 jogadores me observando e comentando cada movimento meu”

E sim senhor por que não? Parabéns Fanfarrão, parabéns Leit, Bertu, PV, JABÁ, Willy, Cassati, Paulo TTE, Brunilski e tantos outros (que o espaço não permite colocar).

Parabéns pelas vitórias e tenham muito orgulho das conquistas realizadas por vocês. Qualidade se comprova com regularidade e temos que começar a apreciar e elogiar os vencedores, ao invés de desdenhá-los como se fossem acasos.

Hall of Fame Brasil, por que não?

Abraços e até a próxima quinta!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Preparando-me para os Classificatórios - parte 1

por Ricardo "Thorgrim" Mattana

Esta temporada de Classificatórios tem sido extremamente frustrante para mim. Nunca havia me dedicado e treinado tanto para um formato como me aconteceu nesses últimos três meses e os resultados infelizmente não estão acontecendo.

Desde a final do PT Kyoto que eu tenho simplesmente respirado Magic. Além dos treinos específicos que aconteciam diariamente com o Stalker, dos brainstormings com o pessoal da #mtg.br e de ler TUDO que saía sobre o formato na internet, ainda sobrava tempo para jogar alguns FNMs na Magic Domain e alguns torneios online.

A agonia de não ver os treinos se transformando em resultados é terrível, uma das piores sensações que eu senti nestes últimos anos, mas como o velho ditado diz: perde-se a batalha, mas nunca a guerra.

Como este final de semana será o último onde o Standard ainda não contará com a presença de Alara Reborn, resolvi escrever esse texto contando sobre as minhas impressões sobre o formato, dando um foco maior no deck que eu escolhi para esta primeira parte da temporada.

Escolhendo o deck

Para mim, a parte mais difícil destas semanas que antecedem os Classificatórios é saber escolher o melhor deck. Normalmente existem dois ou três decks no formato que podem te levar ao objetivo almejado e para descobrir qual deles é o mais adequado só através de muito treino e um pouco de feeling.

Com o término do PT Kyoto, ficou claro que o ambiente era formado pelos seguintes decks: Boat Brew, Kithkins, BW Tokens, 5cc, UB Faeries, Dark Bant, BR Blightning, Esper Lark e por fim o BG Elves.

Diferente dos outros anos, não existia nenhum deck a ser batido. Pode-se dizer que mesmo após a conquista do Nassif, o Boat Brew ainda era o deck mais querido pelos jogadores nestas semanas pré-classificatórios, mas seguido logo atrás pelo 5cc, o BW Tokens e o Kithkins.

Com este pensamento em mente, gostaria de fazer alguns pequenos comentários sobre os decks citados, antes de explicar o principal motivo para eu ter escolhido o BW Tokens para esta primeira parte da temporada.

Dark Bant

Em minha opinião, o grande defeito do Dark Bant é o fato do deck possuir grandes dificuldades para lidar com cartas que foram feitas para ganhar dos principais decks do ambiente, como é o caso de Wrath of God, Stillmoon Cavalier e Path to Exile.

Antes mesmo do Dark Bant aparecer em Kyoto, praticamente todos os decks brancos do formato já contavam com estas três cartas em suas listas. Desta forma, a grande virtude do deck - o fator surpresa – não pôde ser perfeitamente explorada. É como se eu inventasse um deck combo, que abusasse do cemitério, em um ambiente onde todos os decks já possuíam quatro Faerie Macabre em suas listas

A idéia do deck é até interessante, o fato de ele ter uma partida favorável contra 5cc é bem atraente, mas as dificuldades para bater os W/x, que seriam sabidamente os decks mais jogados nos Classificatórios, culminaram com a desistência de minha parte pelo Dark Bant.

BR Blightning

Eu sempre tive uma tara por decks vermelhos e pretos. O fato de o deck ganhar de UB Faeries e ter uma partida relativamente justa contra o 5cc também me animava, sendo assim duas listas em Kyoto chamaram-me a atenção: a lista do Mark Herberholz, que utilizava Siege-Gang Commander e Outlander e a lista do Marijn Lybaert, que possuía uma curva de mana menor e uma das únicas razões para eu apostar no deck, Stigma Lasher.

A criatura é fantástica nesse ambiente e resolve quase que todos os maiores problemas do deck, porém após jogar muitos jogos contra os W/x, percebi que dificilmente eu teria vantagem nestes confrontos.

Mesmo jogando com múltiplos Terrors, Infests e Fallouts, os jogos sempre seriam tensos. A forte presença de cartas que ganham vida como Meadowgrain, Wall of Reverence, Kitchen Finks e as duas Ajanis também não ajudava. Acreditava também que muitos jogadores iriam entupir seus sideboards com Burrentons e Celestial Purges e após o Marijn escrever na SCG, que não recomendava o deck para um ambiente repleto de Boat Brews, resolvi abrir mão do BR.

Esper Lark e BG Elves

Esper Lark e BG Elves foram os dois decks que eu menos testei para esta temporada. Mesmo com o Stalker apostando no BG, eu nunca compartilhei do mesmo entusiasmo com o deck e sempre acreditei que confrontos contra o BW Tokens e o Boat Brew seriam muito mais difíceis do que eu gostaria, portanto descartado.

Já o Esper Lark é um deck que eu simpatizo até hoje. Talvez agora com a volta do Meddling Mage no Standard, possa-se criar algum deck parecido com o que era o Finkula anos atrás.

Não sei exatamente o porquê de não ter me entusiasmado com o Esper, mas em poucos dias abri mão do deck. Talvez tenha pesado o fato do Irvine não ter ido muito bem no PT ou de eu não ter visto tantas listas do deck fazendo sucesso pelo mundo a fora, mas de qualquer forma Esper Lark descartado.

UB Faeries

UB Faeries certamente é um dos melhores decks do formato, mas diferentemente do ano passado o deck deixou de ser o deck a ser batido e acabou perdendo muita força após a chegada de cartas como Volcanic Fallout e Banefire.

Se ano passado quando o UB Faeries era sabidamente o melhor deck do formato, eu optei por jogar com outros decks, não seria neste ano quando ele enfraqueceu bastante que eu o escolheria.

Como o tempo de preparação era curto, preferi jogar com algo que compartilhava mais com o meu estilo de jogo do que me arriscar com um deck que eu acreditava ser bem difícil de pilotar.

Provavelmente este seja um dos meus principais defeitos, abrir mão de decks fortes por não acreditar que eu consiga aprender a pilotá-los em um espaço curto de tempo. Mas, independente de qualquer coisa, ainda acho que o BW Tokens não deve nada ao UB Faeries e ambos os decks são ótimas opções.

5cc

Eu nunca fui muito fã de hard controls. Optar por jogar de 5cc seria jogar com um estilo de deck que eu nunca havia me arriscado antes, mas diferentemente do UB Faeries, o que me afastou do 5cc foi o fato de eu realmente não gostar do deck.

Mesmo após o Nassif ter ganhado o PT Kyoto com o deck, nada me convenceu a escolher o 5cc como principal opção para a temporada. O deck me passa a impressão de que você sempre precisa ter a resposta certa, na hora certa, se não as coisas começam a complicar.

De qualquer forma, se fosse optar por uma versão de 5cc, com certeza jogaria com a lista que o Paulo Cortez e o Marcio Carvalho jogaram no PT, que me parece ser bem melhor do que a lista do Nassif.

Kithkins

Eu sempre fui um grande fã do Kithkins. Um dos meus maiores arrependimentos foi não ter jogado com o deck no FFA do ano passado, mas quando o Cedric Phillips fez top 8 com uma versão do deck com splash vermelho para Ajani Vengeant e Banefire, acreditei ter achado o meu deck para a temporada.

O deck ignorava o Boat Brew, tinha uma partida justa contra o UB Faeries e com alguns pequenos ajustes na lista, não perderia tão fácil para Dark Bant - como foi no top 8 do PT – fora isso tudo, o deck ainda ganhava tranquilamente do BR Blightning e tinha lá suas vantagens em um provável confronto contra o BW.

O calcanhar de Aquiles do deck era claramente o 5cc. Lembro de uma tarde onde eu estava testando o match, onde em 10 games eu tinha conseguido ganhar apenas 2. Com exceção de partidas onde eu conseguia abrir com a mão perfeita, o 5cc conseguia sempre controlar a partida antes de eu acabar com todos os seus pontos de vida.

Como o Gabriel Nassif tinha acabado de ganhar o PT de 5cc, imaginei que, pelo menos, nos primeiros Classificatórios, muita gente também iria apostas no deck, portanto ter uma derrota quase certa contra este tipo de deck não estava nos meus planos, sendo assim, Kithkins - descartado.

Boat Brew

Após descartar todos estes decks, restaram-me como opções: o Boat Brew e o BW Tokens. Logo quando o RW começou a ficar popular, fui um dos que entrou na onda e comecei a jogar com o deck. Para minha grata surpresa, o deck se comportou muito bem e tornou-se um forte candidato como escolha principal para esta primeira parte da temporada.

Para reforçar a idéia de que o deck era uma escolha viável, um dos jogadores mais “famosos” do mol, o chinês duotianshi203 não parava de ganhar tickets com uma lista do deck, enquanto lá no Japão o Mihara havia ganhado um Lunatic com uma lista bem parecida com a que o Saito utilizou em Kyoto.

O grande motivo por eu ter optado por jogar com BW Tokens ao invés do Boat Brew foi que eu me sentia muito mais confiante pilotando o BW em partidas complicadas como eram as partidas contra 5cc e UB Faeries do que o Boat Brew, além de que em um confronto direto entre os dois decks, o BW possuía uma leve vantagem.

Sendo assim, Boat Brew acabou sendo descartado e o deck escolhido para a temporada foi o BW Tokens.

Como esta parte do artigo acabou ficando maior do que eu imaginava, resolvi dividi-lo em dois para que a leitura não fique muito cansativa. Nesta parte do artigo vocês puderam ver como foi o processo de exclusão de decks, até chegar no deck que eu acreditei ser o melhor para este início de temporada.

A segunda parte do artigo será exclusivamente sobre o BW Tokens. Discutirei algumas techs e listas que andei encontrando na internet desde Kyoto, comentarei como o deck se comporta contra cada deck do formato, quais as cartas que eu tiro e coloco e alguns comentários da minha participação nos três Classificatórios que eu já pude jogar.

Espero publicar a segunda parte do artigo o quanto antes. Obrigado pela leitura e até a próxima.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Como criar novas cartas de Magic?

Com o pré-release de Alara Reborn se aproximando (lá fora, porque aqui vai demorar um pouquinho ainda) nada melhor do que satirizar um pouco o pessoal do R&D da Wizards.

Clique na imagem para ampliar:
Quer mais? Acesse http://5colorcontrol.com/

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Mastigando na quinta-feira !?!

por André "Fox" Dembitzky

Olá e bem vindos a outra quinta-feira. Ué? Será que eu estou louco ou aqui é o factorfiction? SIM!!! É o Fact... Mas por que raios eu estou aqui? Bem, a história não é muito curta, nem rápida e rasteira. Eu já havia conversado com o Meili e o Mattana (a.k.a Stalker e Thorgrim) sobre uma vontade que eu tinha de fazer com que o FoFBR fosse um pólo de blogs. Isso quer dizer que eu achava que seria muito mais legal um blog, com links e artigos de diversos blogueiros, e que isso na realidade é uma tendência mundial dos blogs, do que os modelos que se via atualmente.

Na maioria das vezes, espalhados os Blogs perdem suas forças, pois depois de alguns meses ou o seu autor desiste de escrever (por inúmeras razões) ou ele deixa de ser atrativo e isso cria um estimulo para ai sim ele parar de escrever. Imaginem se você fosse comprar um jornal que só falasse sobre cultura, ou apenas sobre política. Não é interessante, pois o meio de comunicação jornal é justamente um meio diversificado. E que apresenta diversas facetas da informação. No jornal impresso é onde podemos encontrar diversos assuntos, tratados muitas vezes de forma mais superficial, mas que nos deixam informados dos acontecimentos gerais, sem prejudicar a informações de outros meios.

Tudo bem que hoje em dia temos jornais específicos, como o Lance! (de esportes) e o Valor Econômico (duh.. sobre economia). Mas estamos na capital financeira do país, e acredito que aqui, com milhões de habitantes seja mais fácil vender um jornal tão segmentado. Agora quando diversos blogs falam das mesmas e restritas coisas, bem isso cria uma situação onde a afinidade com o blogueiro se torna mais relevante para o leitor do que o ponto que o blogueiro toca ou como ele escreve ou se coloca.

Agora imaginem nosso mundo do Magic. Ele em si já é um setor segmentado do resto do mundo. Então eu sei que vááários blog comentando ao mesmo tempo o mesmo assunto, acabam competindo uns com os outros e com isso tirando o fator de novidade que, por exemplo, um site de informações (vamos guardar as devidas proporções) como o Magicthegathering.com tem a oferecer. Eu vislumbrava, e de verdade, ainda vislumbro o FoFBR como um portal de artigos. Que no meu entender é algo muito mais atraente e simpático do que um diário sobre decks e analises (quem gosta ótimo, mas temos muito que passam batido em post dessa natureza).

Por exemplo, eu costumava escrever para o Mastigando basicamente sobre assuntos relacionados à comunidade de Magic ao invés do jogo em si. O Chineis com o Descomplicando o Magic fala muito mais sobre o lado competitivo dos jogadores de magic e seus decks e reports. O Breedingpool do Storkido fala apenas sobre decks competitivos. O Fact é mais abrangente, mas mesmo assim está mais focado em analises, decks, metagame, enfim na parte matemática do jogo e poucas vezes eu via alguém comentando sobre a cultura por trás do jogo, sobrem situações, sobre a historia dele.

E por que não tornar um ótimo blog, como o FoFBR em algo muito maior. Ai eu matutei bastante, entrei em contato com os seus responsáveis e pensei, que tal se eu desse meu quinhão a comunidade participando do maior blog brasileiro? Eu estaria ali apenas para somar. E como disse antes, eu acho que esse é o melhor caminho para nossa comunidade de jogadores. Unir forças, ainda mais em momentos meio nebulosos em que não temos muitas certezas sobre os problemas que a devir vem passando, as importações, premiações, vagas, campeonatos, etc, etc.

Acredito que estar junto dessa comunidade é o mais importante para fazê-la crescer.

E por isso que anuncio a partir de agora a “aposentadoria” do blog mastigandonaQuinta-Feira.blogspot.com e a estréia da coluna semanal Mastigando a Semana. Basicamente eu abrirei uma discussão semanal sobre algum assunto que rolou na comunidade e gostaria de saber a opinião de todos sobre o assunto e onde podemos chegar com ele.

Hoje já temos algo a mastigar e espero que sinceramente vocês aprovem a idéia e se juntem (da maneira que puderem) a essa crescente rede chamada WEBLOG, e principalmente ao FactoorFiction-br.blogspot.com

Alara Reunida
(n
ão deveria ser renascida?)

Como todo ano, nessa época é anunciada uma nova coleção. E como todo ano, uma coleção pequena, de suporte, uma nova expansão. Dessa vez, teremos um vislumbre de Alara do jeito que o pessoal do arco-iris a-d-o-r-a! Toda colorida! Sim, Alara Reunida contara apenas com card dourados. Híbridos, multicoloridos, etc. Ou seja, para se jogar com Reunida é bom você começar a reunir sim um bom dinheiro. Pois Lagoas Espelhadas serão um must have essencial. E um aviso para quem joga de Kithkin, dançou... os cabeçudos terão de se conformar com splashs ou ficarão no banco de reservas.

O dourado está na moda, e parece que dessa vez a Wizards resolveu explorar ao máximo essa faceta do magic.

Muito antigamente, em the Dark para ser mais exato, tivemos uma primeira visão do magic dourado. Cards como Coração Sombrio da Floresta e Marsh Goblin eram tão inovadores pelo fato de terem mais de uma cor que no próprio texto do cards vinha escrito “Esse card é tanto verde quanto preto” ou “preto quanto vermelho”, o conceito era realmente novo, então tal qual uma nova habilidade, para poder explicar o que seria o card dourado ele colocaram o reminder text usal reservado a habilidades mais complicadas como Morph ou Suspender.

E pensando bem, varias cores era realmente inovador. Legends ainda não havia sido lançada e eu acredito que os cards dourados de The Dark eram uma pequena mostra do que viria a surgir algum tempo depois.

Atualmente temos cards coloridos nos mais diversos formatos: cinco cores (Horda de Noções), híbridos (Avatar da Discórdia), artefatos multicoloridos (Esfinge do Vento de Aço), cards sem cor (Lumespectro), cards coloridos e ao mesmo tempo sem cor (Fractius da Chama Fantasmal), sem custo (Pacto de Massacre), hibrido de apenas uma cor (Suplicar à Rainha), etc.

Em Alara Reunida teremos uma nova série de híbridos, agora com três cores. São cards que tem um símbolo de mana hibrido e outro que não é hibrido. E isso é chutar o pau da barraca para ainda mais longe. Agora temos cores de todos os formatos, de todas as maneiras, e isso é o Magic. É pegar um conceito e torcê-lo tanto que você consegue criar as mais diferentes versões do mesmo objeto e ainda sim ter espaço para criar outros conceitos.

Não é a primeira vez que isso ocorre, e esta se tornando uma tradição a Wizards pegar a ultima coleção do bloco e fazer historia. Às vezes a historia é meio tosca e não da muito certo. Ou se deu certo, deu apenas para uma parcela dos consumidores de Magic. Mas mesmo “errando” essas chacoalhadas são importantes para movimentar o universo do Magic e dos campeonatos.
Bem, para dar uma aula de historia do Magic, algumas coleções semelhantes tematicamente com Alara Reunida que pudemos presenciar:

Antiquities – Aqui todos os cards têm relação com artefato. Mas não é como Mirrodim, que uma grande parcela estava relacionada a artefato, em Antiquets, TODOS os cards ou são artefato ou se referem a esse tipo de card. Com quatro exceções Mina de Superfície e os terrenos de Urza. O resto, você pode procurar, tem sempre a palavra artefato escrita em algum lugar.
Legiões – Uma coleção apenas com criaturas. Sem terrenos, sem encantamentos, sem artefatos. Nada além de criaturas. Para muitos uma péssima coleção para se jogar, mas que para quem não é competitivo se tornou uma fonte de bichos e mais bichos. Até hoje uma referencia para uma coleção que se vende apenas para quem esta iniciando, pelo fato de que quem esta começando a jogar, um monstro 7/7 é tudo de bom.
Tormento/Julgamento – Aqui são duas coleções, mas elas fugiram tanto do tema apresentado pela coleção principal que resolvi comentar. Uma coleção tinha 50% dos seus cards pretos ou com símbolos de manas pretos, e na outra, card com as cores verdes e brancas eram predominantes. Sendo que Odisséia não dava pintas de ser a entrada para coleções tão dispares.
Apocalipse – Aqui vem uma coisa que poucos se lembram, até apocalipse, cards de cores inimigas eram muito difíceis de existir, principalmente por não terem o suporte de terrenos ou geradores de mana fora das combinações usuais amigas. Com apocalipse o conceito de cores amigas e inimigas ficou tão evidente que derrubou as barreiras entre as cores. A com ela Entardecer e o bloco de Ravnica explodiram os limites para a combinação de cores opostas.

Alguém pode dizer que todas as coleções do Magic são assim, pegam conceitos e os torcem. Mas o que eu quero dizer aqui não é a inovações de uma habilidade, mas sim o desbalanceio que ele de vez em quanto fazem. Normalmente uma coleção X cards de um tipo, Y cards de outro, de uma cor, artefato, terrenos, etc, etc. Elas são pensadas para agradar em pequenas doses uma grande parcela dos jogadores. Um bichão aqui, um artefato ali, um counter bom acolá, mas isso tudo espalhado nas cores.

Quando a Wizards limita, de alguma maneira a escolha dos jogadores, é batata que em muitos fóruns começasse uma gritaria sobre a atitude de criar, por exemplo, uma coleção só de criaturas, só de douradas, só de artefatos, etc.

É para se parar para imaginar um gueto dentro de outro gueto. Uma segmentação de um já segmentado jogo. É como se eles fizessem uma coleção para apenas uma parcela de seus aficcionados. Não que seja ruim ou bom, mas que é uma coisa esquisita é.

Para ficar ainda mais esquisito (mesmo sendo improvável isso, mas mesmo assim dêem uma colher de chá para o inimaginável) e imaginem uma coleção contendo apenas Feitiços? Ou terrenos? Ou então todos os cards azuis, ou sem cores. São extrapolações gigantes e que provavelmente não fariam bem nenhum ao jogo, mas mesmo assim são conceitos totalmente viáveis. Já que esse tipo de coisa pode ser feita.

Feitiços que podem ser jogados com instantâneas? Por que não? É um gimmicks de vendas? Pode até ser, mas mesmo assim são viáveis. Feitiços que colocam fichas de criaturas ou artefato em jogo. Feitiços com morph. Feitiços que buscam outros cards no baralho e os colocam em jogo, como terrenos e criaturas. Eles já existem, apenas não foram unidos numa mesma coleção.
Mas se já tivemos uma coleção quase preta, por que não uma coleção completamente dourada? Esse pensamento não era algo aceitável para alguns antes, mas agora se tornou uma realidade.
Como disse antes, essas chacoalhadas são importantes para o Magic, elas dão uma vitalizada no ambiente, nos jogadores e nos conceitos que temos como garantidos. O surgimento de novos cards entram na mesma qualificação. Alterar algo para que se torne mais interessante é o que faz com que os carros saiam das fabricas, internamente iguaizinhos, afinal de contas eles andam para frente, para trás, tem marcha, usam combustível, mas que por fora, um toque aqui, uma lanterna diferente ali, faça nos interessar por aquela novidade fresquinha.

Se alguém me perguntar o que eu achei de Alara Reunida, posso falar: eu não gostei. Forçar à todos a jogar com multicolor eu acho ruim. Gosto do ambiente tanto colorido, quanto monocolor, controle e aggro, combo e bichos. A variedade para mim é a alma do magic. Mas, isso é uma opinião pessoal. E não significa que a coleção será ruim, mesmo por que, com a quantidade de boatos e suposições rolando no mundo, o que esperar de uma coleção que pode vir com Absorver, Mago Interferidor e Findar reeditados? Isso mesmo, esses são cards que tem grandes chances de voltar e logo, logo teremos mais informações sobre eles e outras bombas por ai. Quem sabe não teremos um novo vindicar, um ato pernicioso, um novo psicatogue.

Regionais

Bem, no Mastigando da Quinta-feira coloquei um posto sobre os Classificatórios, e para acrescentar algumas coisas apenas, eles começaram bem, e começaram a toda velocidade. Pude ver pelos reports que os treinos tem se mostrado mais importantes para as vitorias do que jamais foram. E esse ano, sei que a sorte não será a resposta para vitoria já que, mesmo ela sendo essencial na vida, quando alguém se prepara da maneira que os vencedores vem conclamando a todos fazerem, acho que a temporada esta para quem realmente sabe jogar. E assim eu espero que continue, por que é muito chato saber que todo o treino do mundo foi por água abaixo por causa de um Flood de terrenos ou um Screw de terrenos.

Boa sorte a todos nas próximas etapas classificatórias e obrigado pela leitura.
Para contato, sugestão ou comentário envie e-mail para:
andretalk@ig.com.br

Abraços a todos

terça-feira, 14 de abril de 2009

A história do mulligan

por Leandro "Stalker"

A idéia deste post surgiu quando eu lia nos fórums o pessoal discutindo sobre as regras do mulligan e suas origens, ou mais conhecido como o Paris Mulligan. Uma pesquisa aqui, outra pesquisa ali, e o google me deu os fundamentos para escrever este post, graças a um artigo que o Mark Rosewater escreveu há muito tempo atrás. O que eu fiz aqui foi mais uma tradução resumida deste artigo com o intuito de trazer um pouco mais da história do jogo para vocês.

No Magic the Gathering, mulligan (mulligar) ocorre quando no começo da partida você compra sua mão de 7 cartas, e caso não goste da sua mão você pode embaralhar ela no deck e comprar uma nova mão com uma carta a menos. Essa é a regra que todos nós usamos atualmente, mas para quem chegou a jogar Shandalar sabe que nem sempre foi assim. Então como que a regra do mulligan foi evoluindo? Essas aqui foram as primeiras regras criadas nos jogos casuais:

· mulligan uma vez por jogo por qualquer razão
· mulligan se voce nao tiver lands
· mulligan se voce tiver uma land ou 0 lands
· mulligan se voce nao tiver land ou só lands
· mulligan se o seu oponente mulligou
· Qualquer uma das combinações acima

Antes do Magic ser lançado, isso no ano de 1993, os playtesters não tinham muita preocupação com o mulligan, achando que isso iria privilegiar aqueles que não se dedicavam muito na construção das bases de mana.

Com o crescimento da popularidade e dos campeonatos de magic o R&D da Wizards começou a se preocupar com a regra do mulligan, tentando deixar o jogo mais justo e diminuindo o fator sorte. A regra antiga incomodava muita gente, e isso mudou quando eles contrataram Matt Hyra. Ele foi o primeiro pro player de magic a ser contratado pela WotC, iniciando a carreira como Juiz mor, e ajudando no desenvolvimento das regras do jogo. Ele tinha a sua própria regra de mulligan (uma nova mão com uma carta a menos). As pessoas gostaram e resolveram fazer uns torneios teste para verificar a eficácia dessa nova regra. Era uma solução elegante e que trouxe mais um elemento de estratégia para o jogo. Quem aqui nunca ouviu a expressão de “Mulligan estratégico contra tal match?”.

A grande preocupação desta nova regra era o impacto que ela teria nos eventos constructed. Será que os deck de combo se beneficiariam muito com essa nova regra? Após os testes perceberam que a nova regra ia muito bem nos eventos limiteds, tanto que o primeiro Pro Tour a utilizá-la foi o Pro Tour Los Angeles (Mirage Block Rochester Draft) em 1997. O R&D ainda estava em dúvida sobre usar essa regra no ambiente constructed, mas mesmo assim aplicaram ela no Pro Tour Paris. (Daí o nome Paris Mulligan, mesmo que a regra tenha sido utilizada pela primeira vez em Los Angeles!).

O engraçado desta história é que isso ocorreu por causa de um erro. (Lembrando mais uma vez que o R&D não tinha testado a regra suficientemente bem para eventos constructed.). Antes de cada Pro tour os jogadores recebiam uma carta com as instruções do torneio. A regra do mulligan não seria utilizada no ambiente constructed ainda, porém alguém esqueceu de apagar o parágrafo que fazia referencia a essa regra e sem querer querendo todo mundo jogou dessa maneira (mais uma vítima do ctr+c ctr+v).

Outro fato curioso é que o ambiente desse PT Paris era definido por um deck de combo chamado Properous Bloom, e que nas mãos de Mike Long acabou se sagrando campeão. No final das contas tudo ocorreu bem, a regra de mulligan agradou a todos e usamos ela até os dias de hoje.

Eu tenho minhas histórias de mulligan, nem sempre são muito boas porque mulligar para 5 é quase sinônimo de derrota muitas vezes (vide meu último regional), porém um fato que me traz boas lembranças é a minha confiança em não ficar com uma mão de 6 cartas ruins, só para não ter que mulligar mais uma vez. Do que adianta você keepar uma mão de 6 cartas sabendo que você não tem o que é necessário para vencer a partida? Melhor tentar arriscar uma nova mão do que ficar com uma mão que já está fadada à derrota antes mesmo de se iniciar a partida.

As pessoas não sabem escrever um Report

por Ricardo "Thorgrim" Mattana

Segundo o Aurélio, reportar significa relatar; contar; noticiar. E um Report no Magic é exatamente isso – relatar uma conquista ou resultado no jogo que você se orgulha. Contar para todos qual foi a grande história de sua conquista e quão duro você trabalhou (ou não) para atingir tal resultado.

Como estamos atualmente na época dos Classificatórios, muitas pessoas costumam se animar para escrever esses Reports. Seja sobre sua volta triunfal no jogo, sobre como você se classificou pela primeira vez ao Nacional ou como faltou tão pouco para conquistar o objetivo almeijado.

Diferente de artigos teóricos, Reports costumam ser textos mais leves, de fácil leitura, onde mesmo quem não está muito por dentro do ambiente consegue ler. Porém, como na maioria das vezes os Reports são textos longos, as pessoas poderiam deixar o famoso “internetês” de lado e caprichar um pouco mais no português, relembrando como foi importante prestar atenção naquela aula de redação super divertida da professora Rosinha.

Resolvi escrever esse texto, após perceber que muitas pessoas não sabem escrever um Report. Além do péssimo português, os relatos costumam ser muito pobres e o texto acaba se transformando em apenas um tópico a procura de bajulações e congratulações.

Mais importante do que uma redação nota 10, um Report precisa ser um texto com conteúdo. Ninguém pára para ler um Report para descobrir quantas vezes os seus oponentes muligaram ou como você ganhou facilmente tal game por abrir aquela mão perfeita. Por mais que tais situações aconteçam, o legal de um Report é poder ler qual era o plano de jogo da pessoa para cada partida, que cartas entravam e que cartas saíam, alguma jogada em especial que aconteceu, relatos sobre as histórias entre as rodadas e por aí vai.

Pensando nisto tudo, resolvi listar algumas informações que acredito serem importantíssimas para que tenhamos um Report rico, repleto de conteúdo, valorizando ainda mais a sua grande conquista.

1- Escolha do deck

Um Report nunca estará completo, se você não explicar qual a razão para ter jogado com tal deck. Não importa se você o escolheu por que teu amigo disse que ele era a boa, por que foi o primeiro que você achou no seu armário, ou se os treinos fizeram com que você pensasse que ele era a melhor opção para o evento. Procure sempre relatar o porquê de tal escolha.

Caso você opte por revelar sua lista, será muito importante explicar algumas particularidades que ela possui. Cartas óbvias, como 4 Bitterblossom e 4 Cryptic Command em um UB Faeries, não precisam ser explicadas, já aquela tech do Sideboard ou alguma mudança radical das listas básicas que encontramos na internet, vale a pena mencionar.

Um ponto importante é contar como a sua lista evoluiu até chegar na lista escolhida para o Classificatório. É nesta hora que entram os treinos, histórias de outros campeonatos que você jogou anteriormente com o deck ou até aquele conselho amigo que você resolveu aceitar de última hora. Para quem pretende recomendar o deck para outros jogadores, vale a pena mencionar se você acredita que seja necessário alguma mudança na lista, dependendo de algum ambiente específico ou por que alguma carta que você imaginava que fosse muito boa em tal partida, não se mostrou tão boa assim.

2- Histórias além do evento

Uma das partes que eu mais gosto nos Reports é ler sobre as histórias que acontecem antes, durante e depois do campeonato. Contar como foi o final de semana do evento, se você estava ansioso, se rolou algum perrengue para chegar ao local, se você estava usando a cueca da sorte, se tua namorada só liga nas rodadas que você perde e todas aquelas outras histórias que nós sabemos que acontecem.

Sei que muitos preferem pular essa parte e ir direto para o trecho que conta sobre as rodadas, mas em minha opinião são essas histórias que deixam o texto mais leve, descontraído e agradável de ler.

Outra coisa que muitos se esquecem de mencionar é sobre o local e a organização do evento. Caso você tenha só elogios a fazer, o modelo de organização acaba servindo de exemplo para outros organizadores, mas caso seja necessário fazer críticas, pelo menos você estará contribuindo para que surjam campeonatos mais organizados no futuro.

3 – Plano de jogo e side in/side out

Para quem está interessado na parte estratégica do jogo e no relato sobre as rodadas, essa é a parte mais importante do Report e que poucos jogadores exploram.

Muitos preferem descontar uma derrota em um game por causa do próprio azar ou sorte excessiva do adversário. Enquanto o interessante seria relatar se alguma decisão que você fez durante a partida foi equivocada, se você ficou com uma mão, que deveria ter muligado ou se alguma tech do oponente acabou te surpreendendo.

Mesmo você tendo vencido, é sempre legal ter a humildade de assumir que errou em algumas horas, mas que no momento crucial do evento você aparentou estar mais bem preparado. Contar quais são os seus bad e good matchups e o porquê de você achar isso é interessante.

Algo que poucos fazem, mas que acredito ser muito válido é um pequeno parágrafo contando como é sua postura e qual plano de jogo que você imagina ser o certo contra o deck que você enfrentou em cada rodada. Por mais que seu oponente tenha zicado em ambos os jogos e você tenha ganhado facilmente, vale a pena dizer como você estava preparado mesmo se o jogo tivesse fluido normalmente.

O side in/side out ajuda a mostrar como era sua visão em cada partida e que cartas você acreditava serem ruins ou melhores para tal situação. Como muitas pessoas pecam nessa hora e tiram cartas totalmente equivocadas, é legal contar como você estava por dentro do ambiente e como tua decisão foi a melhor possível naquele momento.

Sei que não são todos que amam escrever e que é muito difícil lembrar-se de todos os jogos detalhadamente, mas se você já está gastando seu tempo escrevendo o Report, vale à pena dar uma caprichada para que seu relato fique o mais completo possível.

4- Agradecimentos

Já que conquistar um torneio deste porte normalmente é motivo de muito orgulho para o vencedor, não custa nada aproveitar o espaço para agradecer todas as pessoas que te apoiaram e tornaram tal conquista possível.

Pode ser sua mãe, que liberou dinheiro para você comprar as cartas para o seu deck, a namorada que deixou você largar ela para jogar o campeonato, os companheiros de treino, o motorista do taxi que não errou o caminho. Não importa quem seja a pessoa homenageada, basta você saber reconhecer que ela foi importante e que um resultado deste porte não se conquista sozinho.


Sei que o intuito principal de um Report é contar para todos que você se sagrou campeão e que é o cara mais feliz do mundo. Mas para que o texto não se torne um tópico onde todo mundo só entra para dar parabéns, vale a pena pegar mais uma hora do seu dia e caprichar o máximo possível.

Salvo alguns jogadores que acabam ganhando sem treinar uma única vez com o deck, é muito legal você deixar registrado tudo que foi preciso para alcançar essa conquista para até futuramente se você precisar de alguma fonte de motivação, basta ler teu texto novamente e se animar.

Por último vou deixar o link de um Report do bertu, contando sobre seu título brasileiro, que em minha opinião é o melhor Report que eu já li nestes anos de Magic e o link de um Report meu, contando como foi ganhar o Classificatório pela primeira vez.

Espero que o texto tenha animado jogadores a capricharem em seus Reports e que em breve eu esteja escrevendo o meu, contando como foi bom ganhar um Classificatório novamente.

Até a próxima!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Fadas no Extended

por Paulo "tte" Cortez

Olá pessoal!

Desculpem a falta de texto da minha parte, esse mês foi bem complicado, com um PTQ atrás do outro ficou difícil sobrar tempo para escrever alguma coisa útil. Então, mesmo fora de temporada, vou escrever sobe o deck que eu joguei toda a temporada extended e que acredito ser o melhor deck do ambiente.

Vou começar pelo primeiro, o PTQ da Devir. Sinceramente, não era um PTQ que eu estava muito esperançoso. Havia treinado menos que o normal, não tinha confiança no deck e quando a lista do Saito saiu um dia antes me deixou mais preocupado ainda. Eu estava decidido a jogar de fadas por ser um deck que teoricamente não tem matches impossíveis, eis a lista:

Ugw Faeries

4- Flooded Strand
4- Polluted Delta
4- Mutavault
3- Riptide Laboratory
2- Breeding Pool
1- Hallowed Fountain
1- Temple Garden
7- Island

4- Spellstutter Sprite
4- Tarmogoyf
2- Venser, Shaper Savant
3- Vendilion Clique

2- Umezawa’s Jitte
3- Engineered Explosive
2- Vedalken Shackles
4- Ancestral Vision
4- Mana Leak
4- Spell Snare
2- Cryptic Command

Sideboard
2- Disenchant
2- Future Sight
3- Path to Exile
1- Engineered Explosive
1- Sower of Temptation
4- Ethersworn Canonist
2- Relic of Progenitus

Até um dia antes do campeonato eu estava jogando com 25 terrenos, sendo 1 Steam Vents para splashar Ancient Grudge no meu sideboard, além de usar Sowers no lugar dos Comandos no main deck. Acabei optando por Disenchant por eliminar de vez uma quarta cor e colocando o 26º terreno pois achava importante no mirror não perder o land drop. Os Comandos pareciam melhores que Sower na maioria dos matches, então acabei fazendo a troca.

Acho bom comentar um pouco sobre essa lista, pois apesar de não ser nenhuma novidade ela é diferente das listas mais usadas. A principal diferença é que Tarmogoyf é muito bom em um ambiente em que a maioria dos decks são aggros. Além do mais, me incomodava no deck o fato de não ter um clock rápido. O único match que ele deixa a desejar é contra elfos, mas mesmo assim parecia uma boa escolha. Com a adição de uma segunda cor, a terceira foi fácil. Path to Exile é uma carta que eu nunca fui um grande fã, e não achava necessário usá-la no main deck, já que eu não esperava tantos Nayas e sim bastante mirror.

Chegando no dia do campeonato algo que eu não esperava aconteceu: Naya era um dos decks mais populares do ambiente. Depois de abrir 2-0 acabei enfrentando 2 Nayas seguidos e fechando o PTQ 2-2. Apesar de saber que a chance de eu ir mal era muito grande, acabei ficando bem decepcionado com o resultado, então resolvi trabalhar mais na lista nos PTQs que viriam.

Meu choque foi tão grande com a derrota contra os Nayas que eu decidi mudar bastante a estratégia do meu deck. Na minha cabeça, o jeito que eu estava jogando contra Naya não era nem um pouco eficiente. Eu não podia me tapar, pois se não ele fazia um Thoctar que eu não conseguia remover e eu dependia muito de ter Explosivo na minha mão inicial.

Vou colar a lista que eu acabei usando nos outros 2 PTQs, parece ter mudado pouca coisa, mas garanto que o pouco que mudou fez toda a diferença:

Ugw Faeries

4- Flooded Strand
4- Polluted Delta
4- Mutavault
3- Riptide Laboratory
2- Breeding Pool
1- Hallowed Fountain
7- Island

4- Spellstutter Sprite
4- Tarmogoyf
2- Venser, Shaper Savant
3- Vendilion Clique

2- Umezawa’s Jitte
3- Engineered Explosive
2- Vedalken Shackles
4- Ancestral Vision
4- Mana Leak
4- Spell Snare
3- Path to Exile

Sideboard
2- Disenchant (1- Krosan Grip/ 1- Naturalize)
2- Future Sight
3- Circle of Protection: Red
1- Path to Exile
1- Engineered Explosive
4- Ethersworn Canonist
2- Relic of Progenitus

Tem alguns truques que você precisa aprender para jogar contra Naya. O primeiro é saber quando baixar seus terrenos. Parece simples, mas não é. Vou falar como funciona no geral:

Se você estiver na play, sempre baixe a fetch land (ou Dual) primeiro. Você nunca vai anular nada no primeiro turno, assim podendo tutorar a Dual tomando apenas 1 de dano.

Se você estiver na draw, baixe a ilha primeiro se tiver o Spell Snare na mão. Assim, não precisara tomar 3 pontos de dano caso seu oponente faça uma mágica de custo 2. Assim como se você tiver a Mana Leak/ Spellstutter deixe para baixar a fetch land apenas no terceiro turno.

Claro que a regra muda dependendo de quantas fetch lands você tem na mão, ou de como está distribuído o número de terrenos, se veio dual na mão inicial, etc. Mas uma coisa é importante lembrar, evite ao máximo tomar dano dos seus terrenos, isso com certeza vai decidir o jogo.

Evite baixar o Tarmogoyf sem protegê-lo de um Path to Exile. Ele é uma carta chave nesse match, além de ser o seu finisher. Outra coisa que comentaram comigo é se eu faço o Ancestral Vision ou se eu guardo o terreno para o Spell Snare. Eu acho que no meu deck, eu vou preferir fazer o Ancestral Vision a maioria das vezes. Diferente de um Fadas mono blue, meu deck pode se dar o luxo de tapar os terrenos no seu turno, pois com o Path to Exile eu posso remover a carta que eu deixei de anular. Para terminar, evite gastar counter sem necessidade por mais besta que isso possa parecer. Nem sempre é necessário anular aquele Kird Ape no late game quando se tem 3 de vida.

Eu acabava sideando assim contra Naya:
-3 Vendilion Clique -2 Venser, Shaper Savant
+3 Circle of Protection: Red +1 Path to Exile +1 Engineered Explosive

Parece loucura tirar os Vensers, mas se alguém tiver uma sugestão melhor do que tirar pode me avisar. Eu gosto muito de Shackles, mesmo ele entrando com Ancient Grudge ela é uma carta que define o jogo caso ela fique online. Me sugeriram tirar os Ancestral Vision no draw, no começo parecia uma idéia boa, mas quanto mais você joga com o deck, mais você percebe o quanto Ancestral Vision é importante no match, e com Path to Exile eu posso faze-lo no turno 1 sem ter que ficar aberto para o Spell Snare. COP red é uma carta excelente, evita os Thoctars e te protege dos burns do topo.

Quanto aos outros matches acho que não tem muito segredo, então vou comentar um pouco por cima. Contra TEPS tente manter uma pressão inicial e anular apenas as cartas chaves como Lótus Bloom ou Peer Through Deeps. Vendilion Clique é muito importante no match, mas não acho certo segurá-la na mão até o combo para tentar tirar o Desire quando ele fizer o último ritual, mas tenha em mente que é uma boa alternativa caso ele comece a combar.

+4 Ethersworn Canonist +3 Circle of Protection: Red
-3 Path to Exile -2 Vedalken Shackles -2 Umezawa’s Jitte

Pós sideboard o jogo fica ainda mais facil. Canonista quase nunca é esperado, e provavelmente ele terá muito poucas respostas para ele. COP red é uma excelente carta contra a possível Akroma e também é algo que ele certamente não irá esperar. Não se esqueça de sempre que possível blefar o Stifle, como anular uma das cópias do Gigadrowse com a Spellstutter para ter uma ilha desvirada.

Contra elfos o segredo é anular apenas os elfos importantes e a Glimpse. Sempre fique atento com o número de elfos desvirados e terrenos, pois se ele não atacou nesse turno certamente ele irá fazer um Chord of Calling. Normalmente o jogo vai acabar quando você conseguir com que uma Jitte fique na mesa.

+4 Ethersworn Canonist +1 Path to Exile +1 Engineered Explosive +1 Krosan Grip +1 Naturalize
-4 Tarmogoyf -2 Vedalken Shackles -2 Venser, Shaper Savant

A carta que você deve ter mais medo é o possível Choke, então é necessário colocar respostas para ele. Uma coisa que eu só fui perceber no PTQ de Porto Alegre é que colocar respostas que usem verde é muito melhor em comparação com as que usam branco. Você, por exemplo, pode fazer um Canonista ou um Path, e se ele fizer um Choke você ainda pode destruir o temido encantamento.

BGw loam é um deck que eu nunca tive dificuldades, até perder para um no Top 8 do Rio de Janeiro. Ter Tarmogoyf no deck é uma grande vantagem, já que ele não morre para Darkblast. Tente ser bastante agressivo, pois ele não poderá perder tempo “combando” com o Life from the Loam e combatendo suas criaturas. Tome cuidado para não buscar todos seus terrenos coloridos de uma vez, pois ele pode acabar com sua fonte de mana com Ghost Quarter.

+2 Future Sight +2 Relic of Progenitus
-3 Path to Exile -1 Spellstutter Sprite

Não sou muito fã de Spelltutter nesse match, então acabo tirando uma por falta de opção. Tirar Path to Exile parece certo pois um Ghost Quarter na sua Dual pode fazer com que você tenha 3 cartas mortas no deck.

Mirror

As cartas chaves no mirror são Ancestral Vision e Vedalkean Shackles. Tarmogoyf é uma carta que eu gosto muito nesse match também, pois ele impõe pressão e faz com que seu oponente seja obrigado a conseguir alguma resposta para ele.

+2 Future Sight +1 Krosan Grip +1 Naturalize
-3 Path to Exile -1 Engineered Explosive

Com essa nova lista acabei fazendo Top 8 no PTQ do Rio de Janeiro e final do PTQ de Porto Alegre. O fato de não ganhar a passagem para Honolulu me deixou bem chateado, mas Magic é assim, nem sempre a gente consegue o que quer. Mais importante que aprender a ganhar é aprender a perder no Magic, pois em um campeonato como o PTQ apenas o primeiro lugar importa e com isso você irá perder muito mais que ganhar.

Minha cabeça mudou muito desde que eu escrevi o “Motivos para se odiar o extended”. Entendi que o formato não é nem um pouco como eu pensava e que uma boa preparação sempre acaba com esse medo de “formato só sorte”. Espero ter ajudado quem ainda tem algum campeonato extended pela frente, ou apenas quem gosta de ler sobre esse formato. E que venham os Regionais!