quinta-feira, 12 de março de 2009

O mundo é dos tokens

por Ricardo "Thorgrim" Mattana

O mundo é dos tokens. Nunca no Standard existiram tantas cartas eficientes capazes de produzir tokens como agora. Se pegarmos os principais decks do ambiente, existem quatro cartas, que estão entre as melhores do formato, que justificam essa nova tendência: Bitterblossom, Siege-Gang Commander, Cloudgoat Ranger e Spectral Procession.
Além do quarteto fantástico, há uma série de cartas provenientes do mesmo perfil, que vem conquistando também seu espaço no Standard: Elspeth, Knight Errant, Goblin Assault, Wolf-Skull Shaman, Marsh Flitter, Garruk, Wildspeaker, Broodmate Dragon, entre outras.

Outro dia li uma definição sobre o formato, que achei bem interessante. Não lembro exatamente onde foi que eu li, mas o texto dizia que o formato atualmente possui o UB Faeries, que é o remanescente dos decks tribais do ano passado, o 5cc (Quick´n´Toast), que é o deck control do momento, os decks com Windbrisk mais Spectral Procession e os decks aggros que não possuem a interação de Windbrisk mais tokens.

Alguns podem dizer que o WW Kithkins também é um deck tribal, mas diferentemente do UB Faeries onde as cartas da tribo interagem muito bem entre si, a força do deck branco está em cartas como Procession, Cloudgoat e Ranger of Eos, que nem mesmo são Kithkins. Cartas como Figure of Destiny e Knight of Meadowgrain, poderiam perfeitamente ser soldados e continuariam jogando no deck.

Voltando um pouco ao ano passado o ambiente Standard era formado por decks como o UWr Reveillark, RG Mana Ramp e baralhos que abusavam do poder das tribos juntamente com Mutavault. Quando eu falo tribos, leia-se Elves, Faeries e Merfolks.

Mas qual a grande diferença entre um ambiente formado por tribos e um por tokens?

Tratando-se de plano de jogo, a diferença é assustadora. Ano passado quando o RG Mana Ramp fazia um Firespout para lidar, por exemplo, com uma Imperious Perfect, uma Vanquisher e um Llanowar, o Ramp estava lidando com três criaturas com apenas uma única carta.

Atualmente se o 5cc usa um Volcanic Fallout para lidar com três tokens de espírito que uma Procession fez, o control continua lidando com três criaturas com uma única carta, porém desta vez foi utilizado apenas UMA carta para colocar três criaturas na mesa.
Vocês conseguem entender como isso muda tudo? A palavra da vez é card advantage e como os decks aggros do momento dificilmente perdem o gás. A grande diferença entre o ambiente do ano passado e o atual, é que nos dias de hoje uma carta sozinha consegue construir uma mesa e exigir uma resposta imediata do oponente. O jogo acaba e o jogador vencedor ainda está repleto de cartas na mão.

O Boat Brew (ou RW Reveillark), que foi o deck a ser batido no PT Kyoto, trabalha muito bem essa idéia de card advantage. Reveillark, Siege-Gang, Ranger of Eos e Spectral Procession são cartas que ao entrarem em jogo, são capazes de mudar completamente o rumo da partida. Se pegarmos também a Ajani Vengeant, eu brinco que nunca existiu um deck com cartas tão boas para esconder em baixo de uma Windbrisk Heights como o RW. Fazer no terceiro turno Procession e ativar no quarto a Windbrisk, revelando um Siege-Gang com terrenos em pé explica basicamente o porquê de tanto sucesso do deck.

Além de cartas que produzem tokens e Windbrisk, outro segmento de cartas que vem fazendo muito sucesso no Standard, são os Planeswalkers. Dos dez Planeswalkers lançados pela Wizards e válidos no T2, quatro marcam presença nas principais listas do PT: as duas Ajanis, Jace e Elspeth.

Se levarmos em conta decks como BG Elves, Jund Ramp, UR Swans e algumas listas techs de 5cc, encontraremos também a presença do Garruk, Chandra e Nicol Bolas. Ou seja, dos dez Planeswalkers lançados, sete atualmente jogam no T2.

Como lidar com um ambiente formado por tokens e Planeswalkers?

Quando me fizeram pela primeira vez esta pergunta, a primeira carta que me veio em mente foi Volcanic Fallout. Uma das melhores cartas de Conflux e um dos grandes motivos para o UB Faeries deixar de ser o deck a ser batido do formato, Volcanic Fallout consegue lidar de uma vez só com ambos os problemas.

A carta seria perfeita nesse ambiente e exigiria que todos os decks que quisessem ter alguma chance contra tokens usassem quatro cópias dela, se não existisse um pequeno ser inconveniente, chamado Burrenton Forge-Tender.

Burrenton está longe de fazer com que Volcanic Fallout se transforme em uma carta medíocre, mas ele é um dos principais motivos para que o BR Blightning não jogue tanto quanto poderia jogar. Como o Marijn e o Stalker escreveram recentemente, o deck possui boas respostas contra o UB Faeries e o 5cc, mas enquanto o RW Reveillark estiver no topo e a cor branca for a principal do formato, jogar com o BR Blightning é algo, no meu ponto de vista, fora de cogitação.
A grande sacada que o grupo de treino do Patrick Chapin, Manuel Bucher e os franceses tiveram ao substituir Wrath of God por Wall of Reverence no 5cc, resume muito bem a força dos tokens e tudo que eu já escrevi nesse artigo.

Se você fizer uma Wrath of God para lidar com três tokens de Procession e um Figure of Destiny e o WW voltar de Cloudgoat ou Ranger of Eos, seu problema não estará resolvido. Agora se você fizer uma Wall of Reverence e começar a ganhar 4 pontos de vida por turno por possuir uma Plumeveil ou Broodmate na mesa, é como se você estivesse praticamente fazendo uma Wrath por turno.

Pense em um cenário onde o jogador de WW faz uma Spectral Procession no turno 3 e o jogador de 5cc responde com uma Wall of Reverence no turno 4. Caso o jogador do WW queira atacar com os tokens para ativar uma Windbrisk, o jogador do 5cc terá bloqueado um token, ganhado um ponto de vida previnindo o segundo token, levando apenas um ponto de dano, que será recuperado no turno seguinte. Por mais que o jogador do WW consiga lidar com a barreira através de um Path to Exile, acelerar um Cruel Ultimatum não está entre as soluções desta partida.

Além do Volcanic Fallout, existe no formato outra carta capaz de lidar eficientemente com esse problema com criaturas de resistência até dois, que é o Infest. Encontrado no sideboard de decks como o 5cc e o UB Faeries, Infest se tornou uma das principais remoções em massa do formato, após a saída de Damnation.

A grande resposta que os decks brancos encontraram para abusar destas cartas que produzem de três a quatro criaturas de uma só vez e ainda por cima fugir dos Infests/Fallouts apareceu no universo do Magic em Saga de Urza, na forma de Glorious Anthem.

Basta uma Glorious Anthem na mesa, que o número de criaturas que morrerão após um Infest/Fallout seja bem menor do que o esperado. Apesar das remoções continuarem lidando com as criaturas 1/1 (que agora estarão 2/2), o que muitos jogadores esquecem é que acompanhados dos tokens 1/1 existem cartas como Meadowgrain, Figure of Destiny, Stalwart, Wizened Cenn, Ranger of Eos, Knight of the White Orchid, Kitchen Finks, Sculler, entre outros constantemente utilizados em listas de BW Tokens, WW Kithkins e Boat Brew.

Ano passado com os principais decks do ambiente utilizando tantas cartas capazes de produzir três pontos de dano nas criaturas como Firespout, Nameless Inversion e Incinerate, a solução eram criaturas de resistência quatro como Mistbind Clique, Chameleon Colossus e Ashenmoor Gouger. Atualmente com o ambiente infestado de Fallouts e Infest, vocês podem ver que o três se transformou no novo quatro.
Agora, se você optou por jogar também com algum deck baseado nessa mecânica de tokens. Basicamente, a solução para estas partidas está em quem conseguir colocar a Anthem ou Ajani primeiro na mesa. Quando um dos jogadores precisar trocar dois tokens para poder lidar com apenas um do oponente, o jogador sem Anthem provavelmente estará em apuros.

Os decks de tokens estão longe de serem decks invencíveis e a única solução viável no Standard, tanto que o Nassif ganhou o PT Kyoto jogando com uma versão de 5cc muito bem preparada para este ambiente. Vale ressaltar, que existem algumas cartas como Oblivion Ring e Ignite Disorder ou planos de jogo como o do Dark Bant pilotado pelo Brian Robinson ou o UR Swans, a mais nova criação dos japoneses, que foram ainda pouco explorados e podem ser gratas surpresas nesse ambiente.

Os Regionais estão mais perto do que muitos imaginam e os tokens estão batendo a sua porta. Ou você arruma uma solução para combatê-los ou junte-se a eles.

Espero que o texto tenha agradado a todos e até a próxima.

5 comentários:

Anônimo disse...

Belo Texto, Parabens.

BW Tokens Rules! rs

Anônimo disse...

Ótimo texto!!

LuCaparroz disse...

muito bom o texto thorgrim

mas 5cc > q qualquer token feio
hehehehehhehe

Arucuolaoigole disse...

bom texto
<3 u

Anônimo disse...

Muito phoda o texto, so que meu deck de LD > all
AHuAHAUhauhaUhauahah