sexta-feira, 15 de maio de 2009

Os campeonatos e sua importância

por Paulo "tte" Cortez

Antes de qualquer coisa queria esclarecer a falta de artigos. Parece que todo mundo está em temporada, menos eu. Graças a Deus não preciso jogar regional e nem GPT, então standard é algo que não tenho me empenhado como deveria. Por outro lado, o PT Honolulu está chegando e eu, como já escrevi aqui no blog, não fui bem sucedido em me classificar para tal evento, então apenas acompanho (meio perdido) as discussões dos brasileiros sobre block e draft de alara. Falar de extended no momento seria algo inútil, e os outros formatos eu não tenho o mínimo conhecimento.

Então decidi comentar sobre os campeonatos que estão acontecendo, ou que irão acontecer. Primeiramente, gostaria de falar sobre os regionais. “Regionais são onde os sonhos começam”, como disse o bertu em seu famoso artigo na ligamagic, e realmente são.

Acredito que a noção de competitividade surge nesse campeonato, por ser o primeiro torneio na hierarquia dos campeonatos em que o campeão - no caso os finalistas - ganha uma vaga para um campeonato maior. E esse ano muitas figuras carimbadas do Magic ainda lutam pela famigerada vaga no nacional. Mas, como qualquer outro campeonato, o top 8 principalmente é crucial, e fatalidades irão ocorrer. Nem sempre o melhor vence, e isso ainda é mais visível nos regionais por terem muitos campeonatos.

Eu infelizmente nunca consegui ganhar um regional, sempre parando entre os 8 melhores. Lembro até hoje, meus últimos regionais (em que eu joguei para lutar pela vaga) foram jogados com o bom e velho Sea Stompy, deck com uma estratégia que eu gostava bastante. Consigo lembrar a frustração de perder no top 8, de ficar em 9º ou de não ter Dissension para vender no Brasil enquanto eu precisava desesperadamente de Plaxmanta e Trygon Predator. Não pensem que só vocês são felizardos de sofrerem pela falta de edições.

Sinceramente, acredito que os regionais do ano passado contavam com mais “figurões” que esse ano. Rastaf, Teta, Alemão, Brunilsks e muitos outros eram presenças garantidas nos eventos, e todos eles foram bem sucedidos. Acredito que o standard atual talvez tenha atrapalhado alguns, pois é um formato um pouco cruel, com mirrors sendo decididos em cartas-chave e decks com poucas variações entre si (RW, GW, BW, Kithkins...). Quero deixar bem claro que não considero os ganhadores desse ano simplesmente “sortudos”. Tiveram seus méritos, obviamente foi merecido. Apenas penso que ano passado o formato era mais “honesto”.

E sobre os GPTs, não tem muito o que dizer. Antes de entrar no campeonato em si, queria parabenizar o Mahoney pela excelente organização do GPT em São Paulo. Espero poder participar de eventos como este. Eu só acho que não tem como esperar que um GPT tenha 7 rodadas ou coisa parecida. GPTs tradicionalmente nunca contam com muitas pessoas, é claro que o número de pessoas em São Paulo foi pouco, mas nada absurdo se considerarmos a data e a divulgação do campeonato que foi meio “em cima da hora”.

Talvez se as pessoas entendessem a vantagem do Bye 3 os campeonatos teriam mais pessoas. Começar 3-0 em um campeonato é uma vantagem que eu considero quase desleal, pois a diferença entre fazer 4-2 e 7-2 para avançar ao segundo dia é extremamente grande.

Tentem lembrar o número de vezes que vocês abriram 3-0 em um grande campeonato, agora pensem no número de vezes que isso não aconteceu. Entendem? A vantagem é muito grande, e eu acho que qualquer um que tenha ambição de se dar bem no GP teria que começar a refletir sobre isso.

Claro, tem mil e um motivos para não ter ido no campeonato: dia das mães, não ter premiação ou até mesmo não ligar muito para um bom resultado no GP. Só é uma coisa que eu não faria.

Vou contar um pouco sobre o GPT Buenos Aires do ano passado. Um dia antes do evento eu não tinha conseguido carona para ir até São Paulo (o tempo de Taubaté até São Paulo são duas horas de ônibus e perto de uma hora e meia de carro) e obviamente entrei em desespero. Eram duas da manhã e eu não conseguia falar com ninguém. Então decidi pegar o ônibus das 5:30 para chegar em São Paulo e correr para o evento.

Chegando no metro eu tive a sorte de encontrar o Nogueira pegando ônibus, porque eu não fazia idéia de que ônibus pegar até chegar na Devir. Além disso, eu estava com o deck incompleto e tive que correr atrás de cartas na porta do campeonato, em que o Bronca me emprestou tudo que faltava.

Se valeu a pena? Bem, eu ter ganhado o GPT com certeza compensou toda a correria que eu passei, ter dormido mal, ter passado fome e todos os outros problemas. Saber que você vai começar um campeonato 3-0 é realmente algo que te deixa muito mais confiante.

E por fim, mas não menos importante (por sinal muito mais importante) o GP está chegando! Eu acho que ainda não caiu a ficha para mim, pois não estou desesperado como eu normalmente fico, talvez porque eu só fico ouvindo falar sobre block, sobre como cascade é bom, como Sharuum the Hegemon é desonesto e coisas do tipo.

O GP é a grande chance de pessoas que lá no fundo sabem que querem dar um passo além no Magic, querem mostrar seu potencial e acima de tudo querem ter a chance de entrar no circuito profissional. Um bom resultado no GP te garante não só dinheiro como uma vaga no Pro Tour Austin, o que eu considero mais importante.

Quem nunca jogou um GP pode perguntar para as pessoas que jogaram sobre a opinião do evento. É nele que você começa a ver pessoas que parecem lendas lutando pela vitória. Até mesmo brasileiros que quase nunca jogam campeonatos em nosso país, como o PV. Eu acho muito legal ver essas pessoas jogando, pois elas parecem tão distantes, tão “de mentira”, é uma realidade diferente do nosso Magic.

GPs são sempre legais, e eu tenho a felicidade de ter jogado 3 GPs na minha vida: Porto Alegre, Buenos Aires e Rotterdam. O GP de Porto Alegre foi no meu primeiro ano jogando Magic (2004), então não fazia idéia de que era algo importante.

Sendo sincero, eu nem sei por que eu fui. Eu comecei a ler na ligamagic que todo mundo estava indo, então eu e meus 2 primos (na época todo mundo por volta dos 14 anos) resolvemos ir, sozinhos, na cara e na coragem. Acho que desde que eu comecei a jogar Magic eu tinha consciência de que eu não queria ser só um jogador normal, regular, aquele que ninguém sabe quem é, que está sempre fazendo seu feliz 5-3.

Por sorte encontramos o Bira no mesmo ônibus que “adotou” a gente, isso com certeza deu muita segurança para 3 crianças de 14 anos. Acabei fazendo um 5-3 (bye 0) e fiquei triste, mas no fundo eu sabia que não podia esperar muito mais que isso, mas com certeza foi um grande aprendizado.

Bem, era isso que eu tinha pra falar. Se você que está lendo ainda está na temporada dos regionais, não perca o foco. Treine, se dedique, todo mundo começa nos regionais e são neles que as pessoas começam a crescer pro Magic. Confie em você mesmo, a opinião dos outros pouco importa se você merece ou não, você tem que se decidir que é merecedor.

E para o GP que está chegando, tente se dedicar um pouco mais. Redobre os treinos, a leitura, as discussões. Boa sorte para todos nós, e bons jogos!

3 comentários:

Tadeu disse...

Nao faco a minima ideia de porque eu ainda continuo entrando aqui, jah que eu nao quero mais ver esse jogo inutil, maaaaaaaaaaaaaas, tenho que dizer que artigos assim sao muito melhores do que o resto do que eu tenho lido aqui recentemente =(

Bem escrito e legal Paulo

Shiva

PS.: Cade o Thorgrim? =p

PaUl0_tte disse...

:DDDDDD

<3 Shiva

João de Campo Grande disse...

Bom artigo!