Primeiramente gostaria de me desculpar por não atualizar o blog enquanto estive fora. Acho que é fácil entender, porém, porque eu não conseguia atualizar. A viagem foi demais, eu estava vivendo tudo tão intensamente que não queria perder meu tempo no computador.
Joguei money draft contra o Marijn Lybaert, roubei o pão do Remi Fortier no avião, dormi no hotel do Márcio Carvalho e “tomei café” em Amsterdam com o Julien Nuijten. Eu vi todas aquelas pessoas que eu nunca imaginei ver de verdade se tornando simples mortais jogando rodada após rodada para tentar uma vitória no Pro Tour, os mesmos que pareciam intocáveis deuses do Magic. Mas antes tarde do que nunca e então gostaria de comentar um pouco da minha experiência.
Sai do Brasil dia 18 e estava decidido do que jogar. Em minha opinião, 5 cores era o melhor deck do ambiente, e eu vou tentar explicar porque. Como expliquei no meu último post, os decks mais jogados seriam RW, 5 cores, fadas e BR. E foi exatamente o que aconteceu. Vou tentar explicar um pouco como cada match funciona na minha visão, mas antes vou postar minha lista aqui:
Explicarei como cheguei nessa lista. Um mês antes do Pro Tour mais ou menos eu ainda não sabia muito bem do que jogar, e a minha intenção inicial era jogar com BR. Depois de testar o deck vi que fadas era um match muito tranqüilo, mas RW era um terror.
Parecia impossível ganhar do deck, ranger of eos era uma vantagem absurda e não tinha como eu pará-lo, e como eu sabia que RW seria muito jogado, descartei o deck.
Eu nunca gostei de 5 cores. O deck tinha muitos problemas como mãos ruins, base de mana ruim, um flood excessivo e algo que me incomodava mais ainda – não ganhar de fadas.
Como eu acreditava que fadas seria um deck um pouco menos jogado, resolvi testar o deck. Testei nesse meio tempo também RW e BW, assim como várias listas bizarras que o PV montava sem sucesso algum. RW eu considerava o pior deck entre todas as opções possíveis, e BW parecia um RW piorado, apenas com a vantagem de ser melhor num confronto direto.
Entretando 5 cores me surpreendeu e muito pelos seguintes motivos: ganhava de RW com certa facilidade (aqui um parênteses pois antes de usarmos Remove Soul estávamos perdendo para RW com Fulminator Mage main deck), BR pos sideboard parecia bem tranqüilo, o match contra fadas surpreendentemente parecia melhor que o esperado e o deck ganhava de decks aleatórios. Com fadas sendo o pior match, mas nem perto de impossível, demos credito ao deck e resolvemos trabalhar em cima dele.
A primeira modificação foi tirar as Plumeveil, pois não achávamos necessárias. Também tiramos os Broodmate Dragon, que sinceramente foi uma das grandes sacadas no meu ponto de vista. Eu nunca ficava feliz comprando Broodmate, e sempre que baixava ele minha impressão é que o jogo estava ganho de qualquer jeito, então queria mais interação no early game e Remove Soul fez o trabalho, e muito bem. Remove Soul foi absurdamente boa, e até então usávamos 3 no main deck, de ultima hora decidimos tirar uma e por denovo 1 Plumeveil pois era uma boa carta contra fadas e decks aleatórios.
Também quero esclarecer que 3 Ajani Vengeant foi um diferencial do deck e que eu não entendo porque algumas pessoas usam menos (ou até nem as usam!). Ela é ótima no mirror, muito boa contra RW e BR e não muito boa contra fadas. Ela com certeza foi uma das cartas que mais me ganhou jogo, e ela é uma kill condition muito superior a Broodmate em todos os aspectos e em qualquer match. Não cogitaria jogar com menos de 3 no meu deck. Vou falar um pouco de cada match em específico:
RW
Acho que a escolha do meu deck se deu principalmente ao fato de que RW era um deck muito fácil de ganhar. Com os Remove Soul main deck, uma grande quantidade de removals (3 Terror, 3 Wrath of God, 2 Volcanic Fallout) o primeiro game era relativamente fácil. Ajani é uma carta muito boa contra o RW, a lista era perfeita para esse match. Pós sideboard eu entrava com Celestial Purge, e talvez uma Ajani no play. Banefire é uma carta perigosa pós sb, mas tínhamos Esper Charm, Cruel Ultimatum e claro a Ajani para travar as lands do oponente.
BR
Bem, aqui pode ser o deck mais pesado ou o mais rápido cheio de unearths. O mais pesado era muito mais fácil, já o mais rápido estava ganhando mais que perdia no primeiro game. O deck não consegue segurar os unerath, isso é fato. Todavia, quando entrava o sideboard parecia um match impossível de se perder. Primal Command, uma Ajani a mais e Celestial Purge deixavam o match muito tranqüilo, e quando eu digo muito tranqüilo é muito mesmo. Comando ganhando 7 de vida era uma vantagem que ele não conseguia correr atrás, o que me dava tempo de achar um Ultimatum e acabar com o jogo.
Fadas
Como nenhum deck é perfeito, fadas era um match relativamente difícil. Primeiro game uma blossom bem encaixada ou uma Jace no terceiro turno deixava tudo mais difícil. Mas mesmo assim, o deck respondia bem ao match, eu diria que 60-40 antes do sideboard a favor do fadas. Por exemplo, o PV jogou com o Marijn Lybaert no segundo dia do GP Rotterdam com o 5 cores e foi 4-4 sem sideboard. Pós sideboard eu entrava com 2 Cloudthresher, 2 Fallout e 2 Shusher (que foram parar no meu sideboard 5 minutos antes do Pro Tour pois eu queria colocar mais 2 cartas contra fadas porque queria tirar 6 cartas – 3 Wrath of God e 3 Ajanis). Sinceramente, o sideboard contra fadas estava muito bom e normalmente ele acabava se matando com a blossom de tanto tomar tresher + Fallout.
Mirror
Eu acho que a vantagem que o deck tinha no mirror não é de se ignorar. 3 Ajani no deck, 2 Remove Soul, menos Plumeveil, Broodmate e afins deixava o primeiro game muito favorável. Ajani é uma carta crucial nesse match, espero que vocês entendam. Quando encaixada no quarto turno ele tem que fazer de tudo para tira-la ou vai perder o jogo em quatro turnos, é um clock muito rápido. Com o sideboard com Shusher, cetro preto e mais uma Ajani o match só melhorava. Eu sempre fiquei feliz em pegar mirror.
Com isso na cabeça, chegou dia 18, dia de partir. Encontrei o PV no aeroporto de São Paulo e conversamos um pouco sobre o deck. A idéia inicial dele era também jogar com o deck, e lá meio que decidimos colocar 1 Plumeveil no deck, tirando 1 Remove Soul. Nosso sideboard também estava aberto, faltava uma carta. A diferença é que não usava 2 Shusher e usava 1 Broodmate para ser tutorado com Primal Command contra BR. Ele gostava muito de Pithing Needle, parava Jace Beleren, Mutavault e um possível Scepter of Fugue contra fadas, mas uma só no sideboard parecia um pouco aleatório, e não tinha nada que eu gostaria de cortar do sideboard.
Ficamos uma semana só pensando no GP, então não conversamos nada de standard. Com o GP fracassado voltamos a pensar em t2, mas sinceramente quase não jogamos. O PV estava começando a pensar em jogar de fadas pois se sentia mais seguro com o deck. O Romolo que estava com agente mal sabia do que jogar, e eu não abandonava meu 5 cores. Eu não vou comentar muito sobre o GP porque não tem o que ser comentado, acredito. Minha pool era muito ruim, acho que foi a pior pool que já recebi em um selado. Acabei montando um 5 colors com UMA removal, a única que veio na minha pool inteira, um fracasso.
Bem, o que eu tenho a dizer é que a Holanda é demais. Sinceramente, é um país que eu pretendo voltar para passear com tempo. Gostei de tudo lá, das pessoas, da comida, das ruas... sinto saudade só de falar.
Acabou que como tudo que é bom dura pouco, o dia de deixar a Holanda chegou. Depois de passar um dia em Amsterdam e indo em um bar jogar draft (sim, um bar que realiza drafts), voltamos a nos concentrar no t2. Acabei pegando o mesmo avião que o Marcio Carvalho e decidimos jogar uns jogos no avião. Meu 5 cores ganhava muito fácil do RW dele, então ele pegou a lista do meu deck e decidiu ir com o mesmo deck para jogar o Pro Tour. No final das contas, ele colocou apenas +1 Broodmate no espaço que estava sobrando no sideboard.
O dia tão esperado tinha chegado, e eu estava relativamente nervoso. O fuso horário é algo que atrapalha muito, você não consegue dormir muito bem, fica acordando de noite de hora em hora, é um pesadelo. Eu estava muito seguro com o draft (apesar do desempenho no GP Roterrdam) e mais seguro ainda com o standard. Não tinha mais tempo para arrependimento, chegou a hora de colocar a teoria em prática.
Agora me desculpem, mas minha memória para lembrar de jogos é muito, mas muito ruim mesmo. Eu lembro relativamente dos matches que eu peguei, então vou comentar bem por cima a porção standard do torneio. Meus jogos do primeiro dia foram contra fadas (1x2), 5 cores(2x0), RW(0x2) e RW(2x1) respectivamente. Eu peguei fadas logo de cara, o que me deixou meio triste. Também perdi para um RW pelo Banefire, coisa que acontece. Eu terminei 2-2 com o sentimento que poderia ter sido no mínimo 3-1, mas fazer o que.
Agora o draft do primeiro dia, por sinal bem estranho. Eu abro um Battlegrace Angel que pego logo de cara, e logo depois me passam um Predator Dragon, faltando uma comum no pack. Depois começam a me passar cartas esper, e no final voltam a passar naya. Terminei com um naya bem mais ou menos, olhem a lista:
1- Tukatongue Thallid
1- Volcanic Fallout
1- Matca Rioters
1- Incurable Ogre
1- Resounding Thunder
1- Cavern Thoctar
1- Predator Dragon
1- Rakeclaw Gargantuan
1- Dark Temper
1- Bull Cerodon
1- Elvish Visionary
1- Manaplasm
1- Algae Gharial
1- Thunder-Thrash Elder
1- Battlegrace Angel
1- Ember Weaver
1- Obelisk of Jund
1- Spearbreaker Behemoth
1- Wild Nacatl
2- Fiery Fall
2- Molten Frame
1- Naya Panorama
6- Mountain
5- Forest
5- Plains
Típico deck para 2-1, e foi o que aconteceu. Acabei perdendo o último jogo para um deck que eu nem lembro, mas que provavelmente estava bem melhor que o meu. Fechei o dia 4-3 e acabei sendo o único brasileiro a fazer segundo dia, uma pena.
No segundo dia meu draft parecia melhor, mas por incrível que pareça não apareceu nenhum mana fixer. E olha que não to falando que apareceu mas tinha algo muito melhor no pack, não apareceu mesmo, e olha como ficou meu deck:
3- Courier’s Capsule
3- Faerie Mechanist
2- Tower Gargoyle
2- Metallurgeon
2- Brackwater Elemental
1- Steelclad Serpent
1- Executioner’s Capsule
1- Guardians of Akrasa
1- Excommunicate
1- Viscera Dragger
1- Parasitic Strix
1- Vedalken Outlander
1- Windwright Mage
1- Deft Duelist
1- Hindering Light
1- Sigil of Distinction
6- Island
6- Swamp
5- Plains
Eu esperava no mínimo 2-1 com o deck, e acabei fazendo 1-2 ganhando do bye. Uma coisa que eu reparei foi que muitos draftavam 5 cores, e ainda tinham uma mana base muito ruim, e sempre reclamavam quando não compravam os terrenos. Não tenho nada contra 5 cores, mas é um arquétipo que eu sinceramente não gosto, muito menos forçar ele. Acho que ir para 5 cores é quando tudo deu errado no draft e sua única alternativa é tentar pegar as melhores cartas e os fixers e tentar montar um deck.
Eu confirmei o que eu pensava, e gosto muito mais de decks RG do que o resto, apesar de achar Esper um bom arquétipo. Joguei muitos drafts na viagem, e ganhei a grande maioria, sempre draftando RGx. Infelizmente quando tinha que ir bem acabei indo mal, e fechei 3-3 em limitado no Pro Tour.
Minha esperança era fechar 4-0 no t2, ganhar dinheiro e uma possível vaga para o PT Honolulu. Eu estava muito tranqüilo mesmo tendo que fechar 4-0, meu deck era muito bom e eu sabia que o 2-2 do primeiro dia foi algo do acaso. Acabei conseguindo 4 vitórias seguidas, meus matches foram fadas (2x0), BR (2x0), RW (2x0) e Kithkin (2x1). Acabei ficando em 69º, 4 posições abaixo do dinheiro, e com a mesma pontuação do 37º colocado, tudo por ter um opp match ruim, coisa que eu não consigo controlar.
E assim acabou minha participação no Pro Tour Kyoto. Uma experiência muito boa, que com certeza vai me ajudar como jogador e em muitas outras coisas na minha vida. Jogar o Pro Tour é algo que eu sempre sonhei, corri atrás, batalhei e finalmente alcancei. Agora espero continuar jogando todos sempre que possível, e quem sabe um dia entrar no famoso circuito de vez. Ouvi falar que 2009 é o ano do boi no horóscopo chinês, olhem o que significa:
“E os japoneses dizem que o ano representado pelo boi, é um ano onde testamos nossa paciência e disciplina, e que o sucesso depende de esforços conscientes.”. Para finalizar vou colocar umas fotos da viagem, espero que gostem.
Eu e o PV em um sofá gigante em frente ao GP Rotterdam
Eu em Amsterdam
PV jogando contra o Marijn, testando 5cc vs Fadas
Eu na frente da Torre Eiffel em Paris
Comida em Kyoto
Até a próxima!
12 comentários:
Powha ae tte, tu é metido mesmo, mais teu report ficou namoral...AHuaHuAhAU
Pow bem legal ae tua experiencia, e desejo que vc consiga jogar outros PTs..
Abração ae
Lol, que foto é essa de cachecol? Só porque você virou BFF do Marijn não significa que você precisa trocar de time, hehehe.
Legal o report, mas acho que poderia ter mais elogios a mim.
Abs
bertu
Mas Bertu, eu não vi nenhum comentario sobre você
O bertu está incluido nos plurais sobre os treinos :p
Exatamente por isso deveriam haver mais!
: P
Brincadeira, obv.
- bertu
parabens teu coco!
q fome me deu essa ultima foto :(
PUTA tech seus ajani no 5cc! me faz pensar q akeles decks de planinaltas control sao viaveis.
uma pena q vc tinha a tech e deu azar na primeira sequencia de t2.e falam q a porcao sorte eh pouca..sei.
ow..marcio carvalho nao levou dq com gancho?
Nao, ele levou DQ no GP. E por inquanto nada de gancho, e nem vai ter.
PQP!
por 4 posições vc ficou fora do dinheiro e agente sem o churrasco!
puts mano q aza seu oponente magic ter ficado tao ruin.
mas aew tb jogo com esse baralho mas tenho muita duvida na hora de side pode me ajudar?
tipo contra Rw kitikins e reveilark, bw token o q tirar e o q colocar?
o q vc usa normalmente?
vlw grato!!!
olha paulinho q legal, as suas fotos incluem VOCE! Uahueheau
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