quinta-feira, 7 de maio de 2009

Mastigando na Quinta-feira - Dando nomes aos bois!

por André "Fox" Dembitzky

Olá a todos! Bem vindos a outra quinta-feira. Além do tema de hoje tenho que parabenizar o Grillo e o Denani pelas vagas para o Nacional 2009 na etapa da loja da Domain. Mesmo não sendo um evento tão bom (ao menos nos olhos do organizador) gostei de ver que os jogadores estavam muito mais “soltos” do que no ano passado.

Parece que o fato não vem pesando nas costas de ninguém, e que nesse ano todos estão bem relaxados quanto as vagas e aos eventos. Tenho visto e ouvido que tudo tem rolado muito bem e que esse ano promete muita coisa.

Bem, pegando o gancho das linhas ai de cima, hoje vou comentar sobre algo que conhecemos muito bem. Marcas famosas. Que???

Sim, marcas famosas. Vocês sabem, aquelas marcas que todo mundo conhece e basta falar o nome que a gente já remete para a imagem mental do que aquilo seria? Pense assim, Gillette? Pensou lâmina de barbear, certo? Então que tal Bombril? Ah, com certeza tem sempre um no tanque da sua casa ou na pia da cozinha? E Cotonete? Aqueles bastões com pontas de algodão que a mãe da gente teima em mandar a gente passar nas orelhas depois do banho?

Você acha que eu estou ficando louco certo? Bem, mais ou menos.

Agora eu vou falar outros nomes e ai você fala em voz alta o que lhe vem à mente (pode ser mentalmente se você estiver no trabalho, fingindo que esta trabalhando ou na casa de alguém). Vamos lá:

BG agro....

Gifts....

Trix....

Suicidal Black...

Zoo....

Pensou? Então... essas são as marcas famosas do Magic. Mas péra aí! O que eu estou querendo dizer com isso?

Leia de novo os nomes, todos são nomes de decks. Hoje, parece até coisa boba, mas toda vez que somos apresentados a um baralho novo, procuramos conscientemente relações com baralhos do passado. Tal qual fazem os responsáveis pela criação de novos cards na Wizards (como mencionei no meu último artigo), nós jogadores nos acostumamos a buscar semelhanças entre baralhos atuais com baralhos antigos, principalmente para poder de maneira mais rápida nos identificarmos com o modo de jogar desses baralhos.

Essa ferramenta de comparação e nomeação é nova no Magic, não nasceu juntamente com o jogo. Ainda mais considerando que no pré-histórico início do jogo a intenção de seus criadores era de que cada um tivesse seu único e diferente baralho. A padronização dos baralhos, acredito, era a última coisa que os idealizadores gostariam que ocorresse com o jogo.

Mas, como tudo na vida, existe uma evolução e com isso surgem os profissionais, e dentro da profissionalização as categorias de trabalhadores, e ali estão os deckbuilders.

Parte fundamental do jogo, a construção de baralhos utiliza uma equação simples de ser dita mas extremamente difícil de ser compreendida. Ambiente/Pool de Cards = Vitória. Muitos tentam poucos conseguem desenvolver algo que se sobressaia a vista de todos como um baralho vitorioso.

Todos nós começamos a jogar montando um baralho “invencível” e que invariavelmente recebia um nome. Uma marca que eventualmente seria conhecida como “o” baralho.

Na época pré- internet (sim isso já existiu) os baralhos eram construídos caseiramente e cada uma dava o nome que lhe vinha a cabeça. Killer, Destruidor, Vermelho de Dano, Verde de Monstro, Vampiros, etc. Cada um “viajava” à sua maneira quando o quesito – NOME DO BARALHO – era mencionado em uma ficha de inscrição ou em uma loja.

Hoje com fóruns, listas, sites e o sagrado “Deckcheck.net”, nomes e listas de baralhos é que não faltam, e todos tem acesso fácil a elas. Então podemos dizer que se alguém perguntar do que você está jogando basta mencionar RG, que todos sabem que é um baralho verde e vermelho agressivo. Se você mencionar um Ramp, então temos um baralho verde e vermelho com alguma aceleração de mana e grandes criaturas. Parece meio bobo isso, meio óbvio, mas se pararmos para pensar, o nome dos baralhos agora são coisas importantes, são temas/arquétipos que nos mantém informados sobre as probabilidades de vitória de uma baralho sobre o outro.

Um exemplo: O Grillo, campeão do classificatório da Domain estava de Fadas e o Gustavo Denani de BG, eles não chegaram a jogar, mas o resultado, quase certeiro seria que o Grillo perderia para o BG. Salvo floods e zicas, esse é o resultado esperado para o embate.

Mas basta eu dizer isso e a gente já sabe o resultado? Sim.

Os nomes dos baralhos, seus arquétipos ficaram muito evidentes com o começo do Magic como esporte profissional, e era evidente que identificássemos os baralhos pelos nomes.

Muitos deles já levaram o nome de seus idealizadores, sendo o mais conhecido o Mono Black-Flores, um baralho que utilizava a técnica conhecida como silver bullet para com o Tutor Vampico buscar cards chaves contra outros baralhos, Perecer contra mono greens, Decreto de Tsabo contra rebeldes, e etc.

Mas há hoje uma infinidade de nomes, mas podemos limitar suas categorias não somente conforme seu modo de jogo Aggro - Control - Combo, mas também por seus nomes:

1 – Cores do baralho
BG, RedGreen, BW, 5colors, BUG, Mono Blacks, Mono Green, Mono Blue, Mono Red, WW.

2 – Nomes Tribais
Fadas, Elfos, Goblins, Rogues, Snakes, Planeswalkers, Rebeldes, Merfolk (ou fish), Slivers, Ninjas.

3 – Nome dos Cards chave
Tooth and Nail, (death) Cloud, (enduring) Ideal, Greater Good, Dovescape, Angelfire, Fires, Doran, Swans, Tolaria, Recuring, Barganha, Necro, Stasis, Wildfire, Lark, (isocron) Scepter-Chant (orim), Aggro Loam, Dragonstorm, Oath, Wake.

4 – Nome de Habilidades
Affinity, Dredge, UG Madness, Threshold, UG Graft.

5 – Referências temáticas
Red Deck, Reanimator, Big Red, Boros, Naya Burn, Suicide Black, Counter-Rebel, BW Tokens, Boom! , Draw-Go (ou dromar go), Capitão America.

6 – Nomes que tem algo a ver
Skies, Machine Red, Pickels, , PT Junk, Sea Stompy, Stompy, Ponza, Eggnog.

7 – Nome sem nada a ver
Zoo, Trix, Rock, Boat Brew, Quick-n-Toast, Old School control, Project-X, Team America, Sligh, TEPs.

Dá para se entender onde podemos chegar com os nomes, arquétipos. Tanto são mais fáceis de se identificar (assim que os conhecemos) diretamente um baralho apenas por uma junção de siglas. Por exemplo, o BUG, uma versão de baralho que jogou em sua época no extended e consistia basicamente de mágicas pretas, azuis e verdes. (B)lack, (G)reen e bl(U)e. a mecânica era usar a Dríade Quirion e uma leva de mágicas coloridas para fazê-la crescer.

Existem diversas variações, mesmo atualmente no constructed standard de um mesmo arquétipo. Temos o Lark, RW Lark, Boat Brew, Esper Lark, Fadas Lark, GW Lark…. Com a multiplicação de terrenos multicolor houve uma explosão de tipos de baralhos dentro dos arquetipos básicos, como no caso do Black-Red, temos BR Bligthning, BR Aggro e BR Demigod.

Essa mistureba de baralhos é tão grande que simplesmente falar estou de fadas ou kithkin, já não esta dando para definir com que versão de baralha você este jogando.

Na loja a gente tem sempre a oportunidade de ouvir o que o povo acha das coisas. Pelo menos lá, a grande maioria dos jogadores mais competitivos, que vão atrás de baralhos e novas versões não gosta muito dessa lambança de cards e variações. Uma das principais razões é o fato de não ter como se prepara 100% contra outros baralhos. Os sideboards ficam muito dispersos, e todos os cálculos ficam surtados, tornando um tanto mais difícil a vida dos jogadores.

O fato de a cultura do Magic dar nomes a tipos de baralhos é algo único. Vejo em outros tipos de jogos pouca referência ao que chamamos de arquétipos de baralho. Futebol por exemplo temos times retruncados, avançados, 4-2-3-1 ou 4-2-2-2 ou 4-4-2. Mas são poucas variantes. No Magic a gente pode resumir os baralhos a Combo, Aggro ou Controle, mas isso não chega a definir muito bem como jogar nem dar uma idéia de como o baralho flui.

Pretendo voltar ao nome dos baralhos e contar algumas boas histórias de como chegamos a eles, mas vou deixar um aperitivo.

Turbo-Alfano-Sister esse sim era o deck!

Até a próxima quinta!

PS: Parabéns Luis Santos pelo e-mail, conforme combinado por e-mail.... SKAVUSKA!

9 comentários:

MBC disse...

"Muitos deles já levaram o nome de seus idealizadores, sendo o mais conhecido o Mono Black-Flores"
Descordo plenamente, o baralho mais famoso com o nome do criador é so sligh, by far!!!

André Dembitzky disse...

Sligh não soa como nome pois durante algum tempo ficou sendo conhecido o deck como Speed of Light, achavam que era abreviatura S.Ligh
Fox

Eduardo Borges disse...

MBC nub, Sligh n eh nome d deck, eh nome de arquétipo :)

MBC disse...

Shooter seu noob, sligh é o nome de um deck tão, mas tão revolucionário que até virou arquétipo.

Edurdo Borges disse...

Sligh eh um tipo d aggro,do msm jeito q draw-go eh um tipo d control, logo eh arquétipo sim :(

Joao Dannemann disse...

Quick-n-Toast eh o nome de um sandoiche. Portanto tem que ser movido paracategoria nomes que tem a ver.
No mais belo artigo, gostoso de ler.

André Dembitzky disse...

?Mas pq sanduiche? o que o deck tem que faz ele parecer um sanduiche?

Zeh disse...

The Rock até tem algo a ver sim,
digo em relação ao original, pois
como era um deck preparado para
"tudo" ele seria difícil de ser
"quebrado" como uma rocha.
Porém obviamente o melhor era o Turbo Alfano's Sister esse é 4ever

wendell disse...

é meio tarde pra comentar mas eu só vi agora.

Sligh é sim o nome do criador do arquetipo (paul sligh) e era um monored baseado em 2cc power>=2 e burns pequenos, que fez um grande sucesso com a chegada de tempest.
originalmente usava ironclaw orcs, dwarven warriors, ball lightnings, raio, incinerar e fireblasts, e com tempest ganhou fanatico, canyon wildcat, fireslinger e jackal pup, se transformando na lista de sucesso