terça-feira, 2 de junho de 2009

Report Classificatório Comics - Campeão

por Matheus "sandoiche" Akio

Bom dia a todos, este é o meu report sobre o último regional da temporada, em que conquistei a vaga jogando de 5 colors control. Logo depois do fracasso do PTQ Extended (joguei de Karsten Elves e levei fumo, numa das rodadas perdendo pro Bertu, eventual campeão) começaria a temporada T2 (Regionais, GPT, GP, FFA/Nacional e PTQ) e eu não jogava T2 desde a temporada de regionais passada, que foi péssima jogando de BG Elves com Tarmogoyf em alguns e UW Lark com Gargadonte em outros.

Entrando no mIRC eu via que o pessoal tava acompanhando sempre o blog do Thorgrim e do Stalker, parei lá pra me atualizar um pouco e gostei da lista do BG Elves com Chameleon e Cloudthresher do Stalker. Algo que pesou na minha escolha a favor do deck foi o fato do Stalker estar convicto que o deck era a boa, que poderia ser feita diferença no fator player, que havia uma luz no final do túnel contra os decks de Procession mesmo sendo o pior match, e o fato de eu já ter utilizado um arquétipo semelhante na temporada passada (praticamente o mesmo sem Tarmogoyf) pesou de certa forma. Além disso, ele tinha um match bom contra o 5cc, o deck do momento depois do Nassif utiliza-lo no pro tour t2 antes dos regionais.

Enfim, após quatro tentativas com o BG Stalker e variações na lista, usando Wolf-skull, Liege, Puppeteer, Terror, mais terrenos, menos terrenos, etc e tal, tudo falhou culminando em um 5-2-1 abrindo 1-2, e outros 3 regionais dropando cedo.

Parecia hora de mudar de ares... Pensei um pouco nas alternativas que eu tinha, nos decks que eu tinha usado por alguns matches pra servir de treino aos meus amigos, ou simplesmente opções por fora que todo mundo cogita enquanto testa o seu deck principal.

Um dos decks que me chamou atenção foi um 5CC que o Shooter me recomendou, usado por Robert Graves pra ganhar um 5k da StarCityGames. (Segue lista).

Já que o meu foco era o BG e em como aperfeiçoa-lo, ela ficou meio abandonada por um tempo, mas depois de mais uma daquelas profundas reflexões com o Allan, (OvenMaster do chat da liga, que joga com 5 colors desde Wall of Roots e Teferi) cogitei algumas mudanças na lista, que pareciam muito boas, como Firespout, Agony Warp, Hallowed Burial, Condemn, usar Vendilion no side, não usar o Mulldrifter pra evitar o Puppeteer e por conclusões próprias minhas jogando de BG (quando o cara fazia 3 manas evoke no terceiro turno, eu ficava feliz porque voltava com alguma spell chave ou um combate MUITO favorável com man lands, enquanto ele continuava sem nada na mesa), etc. Além disso, eu não gostava de Broken Ambitions, e com certeza não queria usar ela no deck.

Uma das primeiras coisas que eu queria fazer também era que o deck não perdesse tanto pra ele mesmo: por isso, Cloudthreshers não seriam usados em hipótese alguma, eu usaria o máximo de terrenos possíveis, não usaria o Springjack Pasture über tech, e tentaria bastante card drawing. Cheguei até a usar algumas Courier’s Capsule, pra poder me deszicar de mãos de dois lands sendo uma filter. Enfim, no final das contas, ainda bem que existiam pessoas sãs pra me fazer tirar isso do deck. Após umas poucas partidas de treino, ficou claro que o deck comprava demais e reagia de menos. As cápsulas foram reduzidas para dois, depois para uma, até serem finalmente cortadas da lista.

Então uso a lista recém planejada pra Wirewood, após começar relativamente bem ganhando de 1x0 de White Weenie Kithkins com Story Circle segurando Kithkins 9/9 no G2, e ganhando do Grixis Swans no ultimo dos 5 turnos com dano contado, travei no TurboFog mais por falta de conhecimento meu do ambiente do que qualquer outro motivo. Depois de ganhar um game 1 usando Nicol Bolas (tech, na época, do Carreira) no meu Ajani, pra fazer outro Ajani e ganhar, ele me ganhou em 5 minutos usando um encantamento que põe bichos 4/4, que eu não esperava. Depois peguei 2 decks com Fulminator e isso me desanimou bastante, porque me senti impotente, da maneira que minha lista estava eu não conseguiria ganhar de ambos os decks nunca. (Boat Brew com Harbinger e Elementals do Bloco de Lorwyn)

Enfim, chega a próxima semana, regional na Magic Domain, GP do Swans e tudo o mais. O idiota aqui foi até lá, e junto com mais 5 ou 6 não jogou o evento, e ficou lá trocando carta e acompanhando em partes o GP. Eis que sai a lista de 5cc no top 8, MUITO parecida com a que eu usaria na Domain se eu jogasse. Ele tinha Ajanis e Jaces, ele usava o Obelisco que eu não tive culhões de usar, ele usava Nicol Bolas, tinha Vendilions e Martial Coup no side (coisas que só o Allan usava e que foram muito boas na Comics por sinal), mas a base de removals e counters era bem diferente até, ele usando 4 Ambitions, 4 Wrath of God, com 3 Paths e o quarto Jace.

Pra jogar na Comics, cogitei várias mudanças na lista, queria Halos main deck, Needle main deck, Story Circle main deck, a porra toda. Afinal, na minha cabeça Swans era a sensação do momento e todo mundo teria Anathemancer contra mim. Mas acabei sendo conservador e fui com cards normais como Broken Ambitions (na minha cabeça, horrível contra grande parte dos decks, mas achei a melhor e mais versátil resposta pro deck de Swans), mas sem abdicar dos 1 ofs do deck como o Firespout, Oona’s Grace, Maelstrom (Outra sugestão do Carreira para o Main Deck) e outros.

Tem gente que não concorda com 1 ofs perdidos. Eu também não. Mas quando eles tem uma explicação plausível, são versáteis para várias situações de jogo, e o seu deck faz a partida durar tempo o bastante pra dar uma chance desses 1 of aparecerem e FAZEREM a diferença, eles valem a pena. Fora o bônus de confundir o adversário, podendo fazer ele pensar que eu uso uma lista do mês passado ou do GP de hoje por causa de uma simples carta que ele tenha visto e baseando o plano de jogo dele numa dedução possivelmente errônea.

O Maelstrom Pulse era porque eu sentia a necessidade de lidar com permanentes normalmente difíceis de se tirar da mesa no game 1, sem a vulnerabilidade do Oblivion Ring. Eu conseguiria lidar com Planeswalkers, Procession, Needle, e qualquer criatura que ele fizesse duas iguais ou encantamentos. Na pior das hipóteses, um por um é bom o suficiente. Cogitei usar Tidings, mas o fato de ser feitiço piora bastante o card. No final das contas, Oona’s Grace acabou ficando e sendo um ótimo card pra se dar side out e fazia uma diferença muito significante em jogos realmente arrastados (como mirrors de control, ou a situação de oponente controlado e você não compra a kill). Os outros 1 ofs eram as kill conditions e um Firespout, pra fugir do tão nomeado por Meddling Mage - Volcanic Fallout e ter uma alternativa extra além dos Burial de limpar a mesa sem tomar dano, e de matar a Vanquisher e o Cloudgoat.

Do jeito que estava a lista, eu ganharia dos decks de Procession, sendo o BW mais difícil por possuir interação com o adversário na forma de Seize, Sculler, Identity Crises, Head games, mas longe de ser um match realmente preocupante. Eu poderia ganhar Mirrors e de outros controls me segurando nos Planeswalkers (que embora o Nicol Bolas já representasse o ambiente, ele ainda não era esperado ou devidamente respeitado pela grande maioria das pessoas), ganharia de decks “selva” graças ao Comando Criptico, os elementos de controle de mesa e os planeswalkers.

Teria um match mais difícil contra Faeries, Swans e decks de Anathemancer e Fulminator, que teriam que ser levados no braço ou contar com missplay do adversário.

Contra Faeries, acredito que, NO MOMENTO, o certo seja matar ele de blossom anulando a todo custo o Mistbind Clique, e fazendo um Plumeveil pra segurar a mesa e mass removal condicional quando ele começar a representar uma ameaça pros seus life points ou seus planeswalkers em momentos em que eles são cruciais. Ou você joga com Plumeveil e Fallout tendo advantage no combate, se ele não vier de Blossom.

No game 1 você tem auxílio de counters e removals pro combo, fora que você pode deixar o Swans resolver e comprar cards com o Fallout e o Firespout, ou dando block no Plumeveil.

A melhor maneira de lidar com o Swans no game 2 aparentemente é o Celestial Purge, que não deixa permanentes na mesa pra serem removidas com Maelstrom ou Wickerbould Elder, e controla o Assault, além do bom e velho removal no Shusher + Counter nas cartas chave, deixando o card com Cascade resolver. Círculo de histórias pode ajudar se ele assumir uma postura mais agressiva, e força ele a ter mais terrenos na mão se ele for para o combo.

Já o Anathemancer e o Fulminator são uma questão mais delicada. Um Fulminator no draw, e mesmo só um no Play, não costumam ser tão problemáticos. O problema é que ele vem acompanhado sempre de Makeshift Mannequin, Primal Command, Reveillark, ou um sideboard transformativo com mais LDs. Daí complica, embora o Ambitions dê uma ajuda e tanta nesse quesito.

O Anathemancer se torna ainda mais perigoso, porque do jeito que os decks estão hoje, você nunca sabe quem vai usar e quem não vai. Por exemplo, na lista que eu usei, você só lida com ele usando Comando Verde e Story Circle, além dos counters na primeira vez, ou Hallowed Burial/Condemn antes de bater no grave. Mas nem sempre é o suficiente. Além disso, tem os decks que esses cards simplesmente não funcionam em nada e contrariam a estratégia adequada contra eles, mas precisam entrar SÓ contra o Anathemancer piorando a interação do seu deck contra todos os outros cards do seu oponente.

Parece meio confuso, mas acho que deu pra entender. Pelo menos na minha concepção, o Anathemancer caindo é algo que “dá pra lidar”, e não ter uma resposta ESPECIFICA contra ele compensa porque faz seu deck melhor contra os outros cards dele.

Aliando essa teoria maluca toda ao fato de que Blightning, Jund Cascade e 5CB não foram decks muito usados na temporada de regionais como um todo em comparação aos decks de Procession, outros decks do field, e a selva, acredito que o 5cc tenha sido uma escolha correta pra esse regional.


Round 1 – Boat Brew, Marco Veiga

Contra boat brew, se ele não usar fulminator mage, o match fica bem mais favorável pro seu lado. Você precisa garantir que o Reveilark não vai entrar e que o Siege Gang vai tomar Fallout. Uma situação que você pode deixar o Lark entrar é se ele não tiver nada bom pra voltar no grave, só na mesa, e daí você dá Hallowed Burial e ele não volta nada. A windbrisks pode até ser ativada, mas se você puder evitar que isso aconteça sem um grande prejuízo já ajuda bastante. O que quero dizer é que não é como no BG Elves, que você precisava se livrar dos tokens de procession pra não tomar um Bode ou um Siege gang de quarto turno com mana aberta. Figures raramente são um problema pois são facilmente contornáveis com Condemns e Plumeveils.

Game 1 sei que controlei com relativa tranqüilidade, não tenho certeza como eu finalizei.

Game 2, ele fez Needle pra Jace, eu desci um depois e deixei com 3 counters. Ele passou sem fazer nada, imaginei que tivesse um Needle na mão. Fiz o Ajani travando um terreno, e dito e feito, fez uma segunda Needle. Daí fiz Maelstrom Pulse e foi só controlar o jogo até o final.

Round 2 – BW Tokens Elias da Silva

Contra BW o plano costuma ser bem simples. O Plumeveil faz Rampant Growth ou ganha uma Combat Phase. Fallout, Firespout e Hallowed Burial resetam a mesa sempre que preciso. O Broken Ambitions funciona muito bem contra essa lista mais lenta por anular os persists e o bodão, além de anular o Sculler, uma criatura difícil de se contornar com removals apenas.
O bônus de Condemn interagir contra os persists dele, fora o fato do Ajani RW segurar o Ajani W dele, facilitam ainda mais pra você. Anthem é pior ainda contra você, costuma ser um card que não faz muita coisa na grande maioria das vezes. Entretanto nem tudo são flores, o BW tem alguns cards chaves que podem te atrapalhar bastante, como Bitterblossom, Windbrisks pra fazer 2 spells num turno só no começo do jogo, e as Mutavaults. O resto é bem contornável, mas pode se tornar real ameaça em conjunto com essas daí, ou nas mãos de um jogador realmente habilidoso e treinado com o deck.

Game 1 ele fez 2 Scullers que eu matei, mas daí ele encaixou um inesperado Lark por minha parte, que rapidamente levou Nicol Bolas, e depois de alguns turnos acabei ganhando.
Game 2 ele fez Bode e Lark que eu não consegui conter, e além disso não mantive o fôlego com draws, ao ponto de precisar comprar um terreno em pé pra fazer o Nicol Bolas ficando em Hellbent e perdendo do mesmo jeito na volta.
Game 3 ele deu mulligan, e eu acabei controlando facilmente já que ele não impôs uma pressão inicial boa muito menos fez disruptions suficientes.

Round 3 – Faeries Vinicius Marcelo

Como o deck já tinha uma teórica match ruim contra Fadas, pelo fato de não ter nem Path nem Terror, não ter Cloudthresher, usar Ajanis main deck, usar outras spells mais pesadas como Firespouts e Hallowed Burial, imaginei um match bem difícil, e de fato é mesmo. Nas vezes que você ganhava, você deixava a blossom fluir, segurava com o Plumeveil, esperava o melhor turno possível pra resetar a mesa com um Fallout, e segurava os Counters pra Mistbind Clique e a counter war no turno que ela for entrar. Se TUDO der certo tem uma chance de vitória, que melhora um pouco pós sb, ou ao menos não piora.

Game 1 meu oponente fez 2 Scions, tinha 2 vaults na mesa, eu tava segurando o Fallout pro ultimo momento possível considerando poder combater a Mistbind em resposta. Ele tentou forçar ela no EOT, ativando uma mutavault. Em resposta dei Fallout, ele tentou uma spellstutter. Bom, falta de experiência dele com o deck à parte, não teve como voltar do 5x1 que o Fallout fez no jogo, e ele concedeu depois do Cruel Ultimatum.

No game 2 ele mulligou, e então fez no turno 2 dois thoughtseizes, descartando 2 Vendilion Cliques minhas, e então fez uma Vendilion dele tirando um Jace Beleren meu. No próximo turno ele fez uma segunda Vendilion tirando um Comando Criptico, mas daí ele percebeu a burrada e acabou perdendo o jogo ali. Depois foi só controlar e finalizar.

Round 4 – BW Persist Guilherme Rebuelta

Game 1 ele nunca entrou no jogo de fato, mulligou e quando conseguiu fazer threats o jogo já estava controlado. Porém demorou muito pra matar ele, as kill conditions demoraram pra vim. Nisso perdemos acho que por volta de 35 minutos no game 1.

Já no game 2, sideei os Story Circle pra dentro pra segurar o 1x0, já que imaginei que conseguiria segurar um rush inicial, e ganhar de 1x0 mal no torneio, já que ficaria 3-0-1. Enfim, depois de algumas trocas, ele fez Mark of Asylum, eu estava com Story Circle segurando vários bichos pretos dele, entre eles Redcap, Puppeteer e tokens da Blossom. Porém uma Procession seguida de Ajani desestabilizou minha mesa já que não tinha respostas pra isso (só Fallout e terrenos na mão). Na volta ele acabou ganhando mesmo, acho que qualquer card que eu comprasse já não fazia diferença, mesmo que fosse numa seqüência de 2 ou 3 draws pois ele tinha Mutavault também.

Game 3 não deu tempo de nada, só comparamos nossas mãos e o rush inicial estava totalmente controlado com Firespout, Condemn e tudo o mais do meu lado. Mas como meu deck demoraria pelo menos 20 minutos pra matar ele, 15 minutos com uma abertura rápida e sem respostas dele, o empate foi o resultado mais justo.

Enfim, usando apenas os Planeswalkers e um broodmate de kill condition, o deck as vezes ganhava o jogo no turno 5 ou 6, mas só conseguia de fato matar o oponente depois de 30 ou 40 minutos de jogo, e isso talvez seja um problema. No caso foi um problema nesse jogo, embora não tenha feito diferença no final, vale a pena lembrar na hora que um jogador de 5cc for considerar suas kill conditions que uma a mais ou uma a menos FAZEM DIFERENÇA porque o jogo se arrasta. O tempo foi um dos principais motivos de eu ter usado um Broodmate Dragon main deck ao invés do Obelisco. Além é claro de racear algumas aberturas lentas ou cautelosas de aggros caindo de sexto com comando tap de backup, o dragão ajuda a estabilizar contra decks de Bloodbraid e com ManLands, fora a poderosa jogada pós side de comando verde de quinto + broodmate de sexto contra decks vermelhos e outros aggros sem disruption. Basicamente, o Broodmate coloca dois bichos grandes na mesa pro seu oponente lidar, enquanto o Obelisco não tem impacto real no momento que ele cai, e talvez nem em um ou dois turnos depois de resolver.

Talvez hoje eu usasse um Obelisco no main deck no lugar de algum dos elementos de controle de mesa, porque não quero kill conditions que sejam apenas kill conditions, elas precisam oferecer suporte e serem versáteis em situações diferentes do jogo. O Banefire por exemplo proveria uma kill condition rápida de top deck ou em 5 turnos, enquanto perde em versatilidade pras outras, fazendo dele apenas uma possível adição de sideboard. Até mesmo o Martial Coup se encaixaria bem por aqui, embora eu acredite que não compense porque nos matches que ele não é bom, ele é HORROROSO, como na mirror, contra Faeries e outros decks com counters ou sem bichos.

Round 5 – BW Tokens Vinny Gerrard

Game 1 – Ele não abre tão bem assim, faz Procession, e me leva a 8 de vida com elas antes de eu me livrar com um Firespout se não me engano. Então faço o Jace fluir e compro uns 3 cards com ele, acredito. Ele me bate 4 vezes com a Mutavault 2/2 e me mata depois de uma seqüência de 6 terrenos. Mas do jeito que ele acumulava cards na mão, provavelmente eu perderia se não desse uns draws corretos (no caso seriam cartas pra manter o controle de mesa e continuar comprando com Jace, nas coxas apenas algo que lidasse momentaneamente com a Mutavault e talvez com a próxima threat).

Game 2 – Eu controlo rápido e quando faço comando verde ele concede.

Game 3 – Ele mulliga a 4. Eis que eu abro minha mão com 2 Hybrids e spells. 1 terreno. 1 terreno. Justiça seja feita, os dois foram a 4. Keepei 2 terrenos, plumeveil e mais alguma coisa, sendo uma ilha e um mystic gate. Ele faz Procession de turno 3 com windbrisks, eu não consigo comprar uma resposta a tempo, tomo Ajani e Finks e quando faço meu Plumeveil que apenas tirou um token e trocou com a vault 4/4, não fazendo muita coisa enquanto eu não tinha nem Vivids nem Reflecting Pool para trabalhar com minhas outras spells.

Azar e mimimis à parte, alguma hora o deck tinha que zicar. Tudo bem que ele também mulligou a 4, mas a verdade é que o 5cc leva vantagem, mesmo que ligeira, sobre o BW se os dois estiverem a 7. Mas o Vinny é um excelente jogador e levou outros jogos difíceis no braço no regional, então não me surpreenderia em perder pra ele de qualquer forma. Afinal, eu ainda estava 3-1-1 e com muitas chances, já que não havia nenhum 5-0 ao final da quinta rodada.

Round 6 – RG Warp World Victor Silva

Já sabia que ele estava com aquele deck, afinal, um deck de Warp World nas cabeças só podia ser a sensação do torneio. No papel não me parecia um match difícil: conseguiria lidar com as criaturas de mana e os Shushers com minhas removals de criatura e mass removals, utilizaria Maelstrom e Ajani como forma de atrasar os encantamentos de mana, e Esper Charms pra ajudar a me livrar de possíveis Gutturals e do Warp World propriamente dito. Fora é claro Ambitions e Comando Críptico.

Game 1 – Dito e feito. Consegui atrasar os encantamentos, matei os bichos que ameaçavam o Ajani, dei Esper charm descartando o Warp World, e nem comprando um segundo Banefire ele me mataria.

Game 2 – Com Comandos Verdes, Vendilion, Negate a match parecia mais fácil. Entrei até os Story Circles caso ele conseguisse na Counter War fazer o Warp World resolver, pra prevenir o Hellkite Overlord jogando branca na reserva. Enfim, acabei segurando ele no mesmo plano do game 1, com Maelstrom tirando 2 Solo Fértil e Ajani Vengeant travando a mana diferente dele, ele ainda deu uma zicada que impossibilitou ele de continuar fazendo land drops, então fiz o broodmate logo tendo Vendilion e mais uns counters na mão.

Round 7 – UW Lark Marcos Alexandre

Game 1 – Ele fez Cuspido e Escarrado de turno 6, que me impossibilitou de manter o Broodmate na mesa, tendo que usar um dos meus commandos pra dar bounce no broodmate e segurar ele na mão. Sei que anulei os Larks pra evitar Mulldrifters+Sowers no meu Plumeveil protegendo os Planeswalkers, enquanto segurava os bichos extras dele usando Condemn, habilidade de tap do Ajani. Nesse meio tempo ele foi a mais de 80 de vida com Wall of Reverence. Sei que deixei ele com só um comando criptico sobrando no deck quando já tinham 3 no cemitério, então podia gastar todos os counters do meu deck menos um que eu venceria, já que ele já não tinha mais como matar o Jace. No final ciclei meu grimório com Oona’s Grace, atrás do último Ambitions e anulei um Comando Criptico dele tentando bounce no Jace Beleren. Resolvendo o ultimato dele, ele ficou sem grimório e morreu na volta, enquanto eu ainda tinha menos de meia dúzia no meu.

Game 2 – 10 minutos no relógio. Fiz um sideboard pra segurar o resultado, tirando as kill Conditions e colocando coisas pra segurar e arrastar o jogo. Quando os dois finks dele pararam no meu Plumeveil, e tentativa dele fazer comando azul agressivamente foi frustrada por removals e counters, encaixei um Martial Coup de 6, troquei 2 tokens com bicho dele, e bati seis vezes nos 29 de vida dele (Meadowgrain e Condemn).

Ironia um game 1 que eu tinha kill conditions demorar tanto tempo assim, enquanto um game 2 que eu tirei as kill conditions acabou em menos de 10 minutos. Enfim, ainda tava preocupado porque tinham vários com ID e tudo o mais, e o Vinny tinha perdido na ultima piorando meu tiebreaker. O Dante me tranqüilizou e disse que eu passaria em sexto, ele deveria passar em sétimo ou oitavo, e que o Danilo ficaria de fora em nono e com 16 pontos. E não poderia estar mais certo, aconteceu tudo aquilo que ele disse, a boa é manjar de standings! Inacreditável como o idiota aqui pensou que tinha chance de ficar de fora se desse ID no PTQ temporada passada, abrindo 6-0 ¬¬. E outro evento que não passou da lenda do 5-2 dentro, com 5-1-1 fora, como sempre acontece aqui em São Paulo.

A alegria do top 8 virou uma espécie de decepção quando vi que ia enfrentar o Thorgrim, amigo meu flamenguista, dono do blog, companheiro de mIRC e tudo o mais. Mas infelizmente, teria que ser ele ou eu.

Quartas de Final – BW Tokens Ricardo "Thorgrim" Mattana

Game 1 – Ele fez vários Scullers, mas levou removals neles, tentou uma Elspeth que tomou Maelstrom, e concedeu quando ia morrer pra Blossom + Ajani + Fallout na volta.

Game 2 – Ele abriu devagar com Burrenton e Mutavault, com Seize e Sculler estudando minha mão e batendo com cautela. Num momento critico do jogo fiz um Martial Coup pra 6 que ganhou o jogo, a partir daí foi só administrar, fiz o ultimato do Ajani 3 vezes enquanto não vinha uma kill condition, até que comprei o ultimato pra voltar meu dragão que tomou Seize no começo do jogo.

Palavras do próprio thorgrim, se a gente jogasse mais 3 dias seguidos, mais 100 jogos, ele não ganharia nenhum...

E lá estava eu, a um match do nacional, sonhado por 3 temporadas inteiras de regionais de minha parte, atormentado por histórico de pipocar, ainda mais em matches decisivos (já abri 4-0 algumas vezes em regionais de 7 rodadas, nunca fazendo top 8. Fiquei com algum receio, ainda mais sabendo que meu oponente estava de BG, que era um match difícil pra mim (joguei 4 regionais de BG, e 5cc era um dos melhores matches).

Semifinals – BG Elves Hugo Felipe

Game 1 – A jogada crucial foi quando eu matei uma das Perfeitas dele com Fallout junto com a Mutavault, então ele voltou com uma perfeita, poderia ter matado ela com Maelstrom mas queria utilizar ele ao máximo de aproveitamento, então fiz uma spell e me tapei, esperando um Profane voltando a perfeita do grave ou outra perfeita. Dito e feito, ele aproveitou a brecha pra fazer uma perfeita da mão pra não tomar mais Fallout nelas, e perdeu na volta quando eu dei o Maelstrom. A partir daí controlei o jogo até comprar uma das kills.

Game 2 – Ele fez Putrid de segundo que tomou Condemn em resposta ao pump, e depois Wayfinder. Perdendo a pressão inicial, consegui estabilizar a uma quantidade razoável de vida depois de trocar as Vanquishers por –2 do Ajani. Ainda matei ela de novo depois de tomar Profane quando me tapei. Ele chegou a fazer 2 treetops que realmente foram ameaças, mas alguns turnos ganhos com Cripticos e Plumeveil cavado do deck contornaram o problema. No turno que ele tentou um Profane tudo ou nada, tomou um Ambitions revelando Ultimatum, outro comando dando bounce + draw pra ele descartar 3 cards, e voltei de ultimatum. Então fiz o Broodmate, seguido de Comando verde e ele estendeu a mão.

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Tava no nacional. Cheguei a pensar que eu ia pipocar de novo e perder a vaga quando ele fez duas treetops, mesmo tendo ganho o primeiro game e praticamente controlado aquele segundo game. Ainda bem que o lado psicológico, traumas passados de outros eventos e/ou zica não me atrapalharam e eu consegui a vaga.

No final jogaria com o Roooyal de Swans, concedi sem maiores problemas pelo troféu e ele ficou com o Moletom da Comics.

Concluindo, o deck se comportou muito bem contra decks de bichos, consegue estender o jogo e resolver em detalhes mirrors de Controls, consegue ganhar também dos decks “selva” por causa dos elementos de controle.

Os maiores rivais do deck são o Anathemancer, Fulminator, além de um bom jogador pilotando um Swans ou um Faeries que, mesmo problemáticos, são vencíveis.

Props:

- A todo o Oven Master Team, que estava torcendo por mim no top 8 (bom, nem todos, alguns deles estavam ocupados gritando sobre o Manequin na Domain, ou w... boooooooooyy!!!) just kidding
- Ao pessoal do #mtg.br, principalmente o Paulo e o Shooter, que torcem pra mim nos regionais há anos mesmo eu só levando fumo
- Ao Carreira que REALMENTE acreditou no meu potencial com o deck e como jogador, e manteve isso mesmo após o fracasso total no PTQ Extended com o deck-to-beat da temporada, o Elves, e me emprestou tudo do 5cc praticamente
- Ao Dia Internacional do Fernando, onde todos empataram em homenagem a ele ao menos uma vez, e ao Fernando por ser um chuchuzinho e sempre me deixar ter cards pro regional mesmo a gente sendo uns fanfarrões que somem com tudo : (
- Ao Allan, que com certeza foi crucial na minha escolha do deck devido a escolha de techs e eterna discussão na volta pra casa. Jogue o GP, plz
- Pro PV, que reforçou o currículo com dois top 4 em dois gps constructed seguidos com dois decks diferentes, mostrando que não é só mais um rostinho bonito no cenário profissional
- Pra Comics, que é sem sombra de dúvidas a loja mais legal de se jogar, em que mesmo cheia você não morre apertado, e que tem kits comics para todos, além do material promocional pro top 8
- Ao Bye 1 que eu com certeza consegui depois do resultado de hoje (é pouco, mas é meu!!)
- E por fim ao Aderbal, porque virar vegetariano não vira

Slops:

- Ao Palmeiras, que é tenebroso de ruim e consegue empatar com o Barueri mesmo depois de sair ganhando de 2x0
- Aos pairings no top 8, que acabou tirando um camarada meu da vaga num match que não tinha como ele ganhar praticamente
- A devir, que não tem booster de premiação nunca, e pra pessoas como o Carreira que com essa temporada já tem mais de 90 boosters pra receber
- Ao MBC, sempre de mimimi

12 comentários:

PaUl0_tte disse...

SANDO, O ICHE!

Carreira disse...

Foi irado demais , as partidas do top foram muito softs , for good *_*

Luiz Mussa disse...

Parabéns mlk... sabia que tu tinha talento desde a época em que eu ainda defendia pessoas na ligamagic e saía das discussões mais odiado do que quando entrava.
Agora tem que treinar, treinar e treinar pra não fazer feio no Nacional. E de quebra provou que não é um jogador Limitado.

Victor disse...

me senti ofendido por essa mussa...

Tiago Nhoque disse...

Muito bom o Report....Bem detalhado mostrando o plano de jogo e explicando cada carta....
Parabens pela vaga...

Eduardo Borges disse...

Como eh bom ver um report que explica as jogadas ao inves do tipico 'comprei bem e ele morreu rapido' q sempre escrevem soh pra ganhar os parabens. MUITO informativo, logo mto bom Sr. Akio :)

E espero que esse seja apenas o primeiro de muitos bons results seus :)

Agora largue o tibia q vamos testar pro gp ;p

Luiz Mussa disse...

Vitão, não foi pra você essa não; apesar de que eu confesso que quando escrevi eu também lembrei de você, por causa da zueira da galere... LOL... jamais que eu te consideraria um jogador limitado. A quantidade de erros meus que você aponta não me permitiria fazer um comentário desses.

Essa, na verdade, foi pro Ualfire, que virou um dia desses e comentou que talvez o Matheus fosse mesmo um jogador de limited. Muito porque em alguns drafts que já fizemos em Santos o moleque sempre mandou bem. E por causa do único resultado anterior dele ter sido um Top 4 de PTQ limited.

E aliás, cadê o término do review de ARB????

João de Campo Grande disse...

Ótimo report, parabéns pela vaga!

Unknown disse...

Eu sempre falei que tu era bom, carai :D

PS: Ok, eu jogo o GP (:

Unknown disse...

parabens sandoiche!!! mto bom o report!!

Fuzzy disse...

Tu manja das putarias. Excelente report, meus parabéns.

Leandro disse...

PQP!!! Acabo de voltar do Amazonas e vejo que Thorgrim e Hugo fizeram top8 e o homem do bigode cheiroso ganhou a vaga! Parabéns MLK.. ahh mas se fosse eu pilotando esse elves posso te garantir que o resultado seria outro kkk Hugo pinoplayer :p Quantas novidades em tão pouco tempo.. boa sorte para voces que irão jogar o GP!