Olá, meu nome é Paulo, sou conhecido por alguns como Paulo_tte e fui convidado pelo Thorgrim a escrever regularmente aqui no blog. Espero poder contribuir com meus conhecimentos sobre o jogo e queria começar falando sobre os PTQs, campeonatos que eu considero os mais importantes do Magic no Brasil.
Eu nunca entendi muito bem o que era avaliado em um grande campeonato de Magic. Ano passado eu tive a oportunidade de jogar a grande maioria dos PTQs e tentei observar o que os ganhadores tinham em comum, anotei o nome de todos os campeões em um papel e comecei a pensar. Acabei concluindo que nada muito significativo unia aqueles ganhadores, então decidi ir além. Comecei a pensar no top 8 de cada um desses PTQs e vi que alguns nomes claramente começavam a se repetir.
Mas por que aqueles nomes não ganhavam os PTQs? Acho que demorou algum tempo para eu entender que a consistência é fruto de um grande esforço, mas não necessariamente a vitória também. O top 8 de grandes campeonatos pode ser muito cruel, não é difícil você ver alguém com melhor deck e uma melhor preparação perder por um motivo banal qualquer: mulligans excessivos, uma carta do topo do oponente, os famoso problemas de mana, entre outros motivos que podem ser citados. O que eu quero enfatizar é que nomes carimbados sempre estarão presentes entre os melhores.
Claro que não acho legal ficar ouvindo frases clássicas como “perdi porque ele comprou tudo” ou “nossa, como tenho azar”, mas às vezes isso acontece. O problema é que a pessoa tem que entender que esse tipo de coisa é uma conseqüência do jogo, ficar triste é válido, falar que é o maior azarado do mundo acho que não. Muitas vezes esse azar não passou de uma jogada errada, de uma mana mal estruturada, de mulligans que não foram dados, e a sorte que te empurrou até o top 8 e não o oposto.
Eu muitas vezes me deixei abater por ir bem pior do que eu esperava, é uma fraqueza minha e sei que tenho que melhorar. Por exemplo, no PTQ Kuala Lumpur em Porto Alegre, o formato era selado de Lorwyn e era o primeiro formato Limited que eu realmente tinha treinado. Acabei fazendo 5-1-1 e ficando de fora do top 8. A decepção foi tão grande que eu fiquei paralisado, sentei na escada e não conseguia me mexer, não acreditava que não tinha conseguido nem mesmo entrar no top 8, e por um fator que ninguém tem controle no jogo que é o standing.
Outra grande decepção foi o Nacional de 2008. Foi um campeonato em que eu fracassei e que eu tinha muitas esperanças de ir bem, e sinceramente não tenho como explicar o porquê se não que eu joguei muito mal. Eu tinha treinado bastante, vocês podem conferir minha entrevista antes do Nacional aqui mesmo no blog (link), joguei de fadas, exatamente com a mesma versão que o Willy jogou, mas acabei indo muito mal. Depois desse campeonato fiquei uma semana sem entrar na internet e sem ter coragem de ver quem tinha feito seleção, foi realmente um grande choque para mim.
Algumas vezes certas coisas acabam confundindo a pessoa que vê tudo de fora. Não é raro ver alguém comentando que ganhou sem treinar nada, que saiu pra balada, encheu a cara um dia antes e ganhou jogando virado ou que decidiu ir porque não tinha nada pra fazer e acabou se consagrando o campeão. Como eu disse, a vitória nem sempre é justa e aparecer como um deus do Magic que ganha a hora que quer, como o malandrão que não ta nem ai, para muitos é o máximo.
O problema é que chega um certo ponto que você tem que se decidir o que quer nesse jogo, e sacrifícios terão que ser feitos. O que é um fim de semana quando o que está em jogo são meses de preparação para algo que todo jogador competitivo sonha? Quantos jogadores consistentes enchem a cara um dia antes de cada campeonato? Portanto, se você espera entrar para o famoso circuito, essas coisas devem ser levadas em conta.
Outro ponto importante é como se preparar para esses campeonatos. Muitas pessoas acham que estão super treinadas quando na verdade não tem idéia do que se passa no campeonato em si. Eu acredito que teorizar certas jogadas é importante, mas nada substitui o treino massivo. Talvez eu esteja batendo em uma tecla que já foi exposta muitas vezes, mas devido à importância que eu considero o treino acho que vale a pena repetir.
Tente observar as cartas que estão te ganhando os jogos com mais freqüência em determinados matches, tente arriscar no treino, volte algumas jogadas que você considerou errada e tente pensar por outro ângulo. De tanto você jogar, algumas coisas vão ficar automáticas, as probabilidades vão ser calculadas e você nem irá perceber, certas decisões difíceis você saberá qual caminho seguir por já ter visto isso antes, você vai saber os pontos fortes e fracos do seu deck.
Para esse ultimo PTQ meu tempo era curto e nem por isso meu treino foi menos proveitoso. Eu tinha certos objetivos e nenhum treino foi feito em vão. Algumas coisas que eu acho importante mencionar foi que nem sempre em um draft, por exemplo, eu pegava a “melhor carta”, muitas vezes peguei uma carta “pior”, mas que eu queria ver como funcionava em determinado deck ou em determinada situação e até que ponto aquela carta era realmente pior.
Um exemplo que eu sempre gosto de dar foi quando nos treinos percebi a força do Vithian Stinger, valorizando ela mais alto que muitas pessoas, e uma semana depois o Saito falou o quanto ele também gosta da carta. São coisas que te dão crédito e fazem você ter certeza que está no caminho certo.
Algo muito importante que aprendi no treino para esse PTQ foi como eu não gostava de certos arquétipos e até que ponto compensava eu evitar eles. Esper, Bant e 5 cores são arquétipos que eu não me familiarizava e tentava ao máximo evitá-los, pegando cartas teoricamente mais fracas para tentar ser recompensado no decorrer do draft.
No dia do PTQ eu conseguia notar falhas claras em decks construídos erroneamente, com uma base de mana ruim para suportar todas as cartas boas que estava na sua pool. Também conseguia jogar em volta de muitas cartas que eu não conseguiria se não tivesse jogado muitos jogos antes do campeonato, e não era esforço algum. Depois de muito treino o Limited acaba virando um certo “Constructed”, pois possui decks definidos com suas particularidades, além de seus pontos fracos e fortes.
Posso dizer que a sensação de ganhar um PTQ depois de um esforço tão grande é ótima. Meu draft foi tranqüilo, não tive decisões difíceis, pois sabia sempre quais cartas queria o que é o reflexo de um bom treino. Eu ganhei os dois primeiros jogos de 2x0 sem nenhuma dificuldade. Na final, quando perdi o primeiro game e vi o Lixo (meu oponente da final) comemorando por ter ganhado o primeiro game meu pensamento foi “nossa, acho que ele não sabe que já perdeu”. Graças à confiança que eu adquiri eu perder aquele game não mudou em nada meu pensamento e não chegou a me abater.
Por fim gostaria de falar que conheço todos os jogadores que foram consistentes ano passado e que sei o quanto se dedicam ao jogo, e que tudo o que eu disse é baseado apenas nos resultados. Se você deseja ir bem no jogo saiba que decepções sempre estarão presentes, mas que a dedicação sempre fará com que você esteja um passo a frente dos seus oponentes e que a vitória um dia inevitavelmente virá.
Mas por que aqueles nomes não ganhavam os PTQs? Acho que demorou algum tempo para eu entender que a consistência é fruto de um grande esforço, mas não necessariamente a vitória também. O top 8 de grandes campeonatos pode ser muito cruel, não é difícil você ver alguém com melhor deck e uma melhor preparação perder por um motivo banal qualquer: mulligans excessivos, uma carta do topo do oponente, os famoso problemas de mana, entre outros motivos que podem ser citados. O que eu quero enfatizar é que nomes carimbados sempre estarão presentes entre os melhores.
Claro que não acho legal ficar ouvindo frases clássicas como “perdi porque ele comprou tudo” ou “nossa, como tenho azar”, mas às vezes isso acontece. O problema é que a pessoa tem que entender que esse tipo de coisa é uma conseqüência do jogo, ficar triste é válido, falar que é o maior azarado do mundo acho que não. Muitas vezes esse azar não passou de uma jogada errada, de uma mana mal estruturada, de mulligans que não foram dados, e a sorte que te empurrou até o top 8 e não o oposto.
Eu muitas vezes me deixei abater por ir bem pior do que eu esperava, é uma fraqueza minha e sei que tenho que melhorar. Por exemplo, no PTQ Kuala Lumpur em Porto Alegre, o formato era selado de Lorwyn e era o primeiro formato Limited que eu realmente tinha treinado. Acabei fazendo 5-1-1 e ficando de fora do top 8. A decepção foi tão grande que eu fiquei paralisado, sentei na escada e não conseguia me mexer, não acreditava que não tinha conseguido nem mesmo entrar no top 8, e por um fator que ninguém tem controle no jogo que é o standing.
Outra grande decepção foi o Nacional de 2008. Foi um campeonato em que eu fracassei e que eu tinha muitas esperanças de ir bem, e sinceramente não tenho como explicar o porquê se não que eu joguei muito mal. Eu tinha treinado bastante, vocês podem conferir minha entrevista antes do Nacional aqui mesmo no blog (link), joguei de fadas, exatamente com a mesma versão que o Willy jogou, mas acabei indo muito mal. Depois desse campeonato fiquei uma semana sem entrar na internet e sem ter coragem de ver quem tinha feito seleção, foi realmente um grande choque para mim.
Algumas vezes certas coisas acabam confundindo a pessoa que vê tudo de fora. Não é raro ver alguém comentando que ganhou sem treinar nada, que saiu pra balada, encheu a cara um dia antes e ganhou jogando virado ou que decidiu ir porque não tinha nada pra fazer e acabou se consagrando o campeão. Como eu disse, a vitória nem sempre é justa e aparecer como um deus do Magic que ganha a hora que quer, como o malandrão que não ta nem ai, para muitos é o máximo.
O problema é que chega um certo ponto que você tem que se decidir o que quer nesse jogo, e sacrifícios terão que ser feitos. O que é um fim de semana quando o que está em jogo são meses de preparação para algo que todo jogador competitivo sonha? Quantos jogadores consistentes enchem a cara um dia antes de cada campeonato? Portanto, se você espera entrar para o famoso circuito, essas coisas devem ser levadas em conta.
Outro ponto importante é como se preparar para esses campeonatos. Muitas pessoas acham que estão super treinadas quando na verdade não tem idéia do que se passa no campeonato em si. Eu acredito que teorizar certas jogadas é importante, mas nada substitui o treino massivo. Talvez eu esteja batendo em uma tecla que já foi exposta muitas vezes, mas devido à importância que eu considero o treino acho que vale a pena repetir.
Tente observar as cartas que estão te ganhando os jogos com mais freqüência em determinados matches, tente arriscar no treino, volte algumas jogadas que você considerou errada e tente pensar por outro ângulo. De tanto você jogar, algumas coisas vão ficar automáticas, as probabilidades vão ser calculadas e você nem irá perceber, certas decisões difíceis você saberá qual caminho seguir por já ter visto isso antes, você vai saber os pontos fortes e fracos do seu deck.
Para esse ultimo PTQ meu tempo era curto e nem por isso meu treino foi menos proveitoso. Eu tinha certos objetivos e nenhum treino foi feito em vão. Algumas coisas que eu acho importante mencionar foi que nem sempre em um draft, por exemplo, eu pegava a “melhor carta”, muitas vezes peguei uma carta “pior”, mas que eu queria ver como funcionava em determinado deck ou em determinada situação e até que ponto aquela carta era realmente pior.
Um exemplo que eu sempre gosto de dar foi quando nos treinos percebi a força do Vithian Stinger, valorizando ela mais alto que muitas pessoas, e uma semana depois o Saito falou o quanto ele também gosta da carta. São coisas que te dão crédito e fazem você ter certeza que está no caminho certo.
Algo muito importante que aprendi no treino para esse PTQ foi como eu não gostava de certos arquétipos e até que ponto compensava eu evitar eles. Esper, Bant e 5 cores são arquétipos que eu não me familiarizava e tentava ao máximo evitá-los, pegando cartas teoricamente mais fracas para tentar ser recompensado no decorrer do draft.
No dia do PTQ eu conseguia notar falhas claras em decks construídos erroneamente, com uma base de mana ruim para suportar todas as cartas boas que estava na sua pool. Também conseguia jogar em volta de muitas cartas que eu não conseguiria se não tivesse jogado muitos jogos antes do campeonato, e não era esforço algum. Depois de muito treino o Limited acaba virando um certo “Constructed”, pois possui decks definidos com suas particularidades, além de seus pontos fracos e fortes.
Posso dizer que a sensação de ganhar um PTQ depois de um esforço tão grande é ótima. Meu draft foi tranqüilo, não tive decisões difíceis, pois sabia sempre quais cartas queria o que é o reflexo de um bom treino. Eu ganhei os dois primeiros jogos de 2x0 sem nenhuma dificuldade. Na final, quando perdi o primeiro game e vi o Lixo (meu oponente da final) comemorando por ter ganhado o primeiro game meu pensamento foi “nossa, acho que ele não sabe que já perdeu”. Graças à confiança que eu adquiri eu perder aquele game não mudou em nada meu pensamento e não chegou a me abater.
Por fim gostaria de falar que conheço todos os jogadores que foram consistentes ano passado e que sei o quanto se dedicam ao jogo, e que tudo o que eu disse é baseado apenas nos resultados. Se você deseja ir bem no jogo saiba que decepções sempre estarão presentes, mas que a dedicação sempre fará com que você esteja um passo a frente dos seus oponentes e que a vitória um dia inevitavelmente virá.
16 comentários:
Bem vindo a equipe! Já começou com um ótimo texto, parabéns.
Como pedido:
[18:13:44] <~PaUl0_BRA> "vc eh demais <3" tah bom Shooter
=]
A não!
bom texto mini paulo
nice artigo gl em 2009 hehe
muito bem minime!
com certeza isso vai ajudar o pessoal a melhorar as habilidades!
blablabla whiskas sache
boa!
Da proxima vez que me perguntarem "por que você acha o paulo_tte bom?" eu vou mandar o link para esse artigo.
ficou bem bom, boa sorte em kyoto :)
Ficou maneiro ehm tte... pow não sabia que vc escrevia bem assim... mais é isso ae vei o texto ta bem legal sim... Abração ae
Ótimo texto... GL em Kyoto...
Ae filhão tirou onda parabens kra! sabia q tua hora ia chegar afinal filho de suruba tb é filho de Deus! arrebentou!
Parabens... e que alem dos atuais jogadores dos top8, que os antigos tbm voltem para os mesmos...
é o que eu desejo para 2009!
eu acho q nunca li um texto tao adulto no magic , pqp. tem um ar de alguem de 55 anos ,algo assim.
parabens cara! lembro de vc no canal do mirc bem no comeco, mas deixa pra la..vc devia ter o q? 12 anos?rsrs
sua equipe de treino eh formidavel. só sairao resultados de la!
congratz paulo !!
eu sei q vc pediu pra todos postarem aki
xD
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