por Leandro "Stalker"
A idéia deste post surgiu quando eu lia nos fórums o pessoal discutindo sobre as regras do mulligan e suas origens, ou mais conhecido como o Paris Mulligan. Uma pesquisa aqui, outra pesquisa ali, e o google me deu os fundamentos para escrever este post, graças a um artigo que o Mark Rosewater escreveu há muito tempo atrás. O que eu fiz aqui foi mais uma tradução resumida deste artigo com o intuito de trazer um pouco mais da história do jogo para vocês.
No Magic the Gathering, mulligan (mulligar) ocorre quando no começo da partida você compra sua mão de 7 cartas, e caso não goste da sua mão você pode embaralhar ela no deck e comprar uma nova mão com uma carta a menos. Essa é a regra que todos nós usamos atualmente, mas para quem chegou a jogar Shandalar sabe que nem sempre foi assim. Então como que a regra do mulligan foi evoluindo? Essas aqui foram as primeiras regras criadas nos jogos casuais:
· mulligan uma vez por jogo por qualquer razão
· mulligan se voce nao tiver lands
· mulligan se voce tiver uma land ou 0 lands
· mulligan se voce nao tiver land ou só lands
· mulligan se o seu oponente mulligou
· Qualquer uma das combinações acima
Antes do Magic ser lançado, isso no ano de 1993, os playtesters não tinham muita preocupação com o mulligan, achando que isso iria privilegiar aqueles que não se dedicavam muito na construção das bases de mana.
Com o crescimento da popularidade e dos campeonatos de magic o R&D da Wizards começou a se preocupar com a regra do mulligan, tentando deixar o jogo mais justo e diminuindo o fator sorte. A regra antiga incomodava muita gente, e isso mudou quando eles contrataram Matt Hyra. Ele foi o primeiro pro player de magic a ser contratado pela WotC, iniciando a carreira como Juiz mor, e ajudando no desenvolvimento das regras do jogo. Ele tinha a sua própria regra de mulligan (uma nova mão com uma carta a menos). As pessoas gostaram e resolveram fazer uns torneios teste para verificar a eficácia dessa nova regra. Era uma solução elegante e que trouxe mais um elemento de estratégia para o jogo. Quem aqui nunca ouviu a expressão de “Mulligan estratégico contra tal match?”.
A grande preocupação desta nova regra era o impacto que ela teria nos eventos constructed. Será que os deck de combo se beneficiariam muito com essa nova regra? Após os testes perceberam que a nova regra ia muito bem nos eventos limiteds, tanto que o primeiro Pro Tour a utilizá-la foi o Pro Tour Los Angeles (Mirage Block Rochester Draft) em 1997. O R&D ainda estava em dúvida sobre usar essa regra no ambiente constructed, mas mesmo assim aplicaram ela no Pro Tour Paris. (Daí o nome Paris Mulligan, mesmo que a regra tenha sido utilizada pela primeira vez em Los Angeles!).
O engraçado desta história é que isso ocorreu por causa de um erro. (Lembrando mais uma vez que o R&D não tinha testado a regra suficientemente bem para eventos constructed.). Antes de cada Pro tour os jogadores recebiam uma carta com as instruções do torneio. A regra do mulligan não seria utilizada no ambiente constructed ainda, porém alguém esqueceu de apagar o parágrafo que fazia referencia a essa regra e sem querer querendo todo mundo jogou dessa maneira (mais uma vítima do ctr+c ctr+v).
Outro fato curioso é que o ambiente desse PT Paris era definido por um deck de combo chamado Properous Bloom, e que nas mãos de Mike Long acabou se sagrando campeão. No final das contas tudo ocorreu bem, a regra de mulligan agradou a todos e usamos ela até os dias de hoje.
Eu tenho minhas histórias de mulligan, nem sempre são muito boas porque mulligar para 5 é quase sinônimo de derrota muitas vezes (vide meu último regional), porém um fato que me traz boas lembranças é a minha confiança em não ficar com uma mão de 6 cartas ruins, só para não ter que mulligar mais uma vez. Do que adianta você keepar uma mão de 6 cartas sabendo que você não tem o que é necessário para vencer a partida? Melhor tentar arriscar uma nova mão do que ficar com uma mão que já está fadada à derrota antes mesmo de se iniciar a partida.
A idéia deste post surgiu quando eu lia nos fórums o pessoal discutindo sobre as regras do mulligan e suas origens, ou mais conhecido como o Paris Mulligan. Uma pesquisa aqui, outra pesquisa ali, e o google me deu os fundamentos para escrever este post, graças a um artigo que o Mark Rosewater escreveu há muito tempo atrás. O que eu fiz aqui foi mais uma tradução resumida deste artigo com o intuito de trazer um pouco mais da história do jogo para vocês.
No Magic the Gathering, mulligan (mulligar) ocorre quando no começo da partida você compra sua mão de 7 cartas, e caso não goste da sua mão você pode embaralhar ela no deck e comprar uma nova mão com uma carta a menos. Essa é a regra que todos nós usamos atualmente, mas para quem chegou a jogar Shandalar sabe que nem sempre foi assim. Então como que a regra do mulligan foi evoluindo? Essas aqui foram as primeiras regras criadas nos jogos casuais:
· mulligan uma vez por jogo por qualquer razão
· mulligan se voce nao tiver lands
· mulligan se voce tiver uma land ou 0 lands
· mulligan se voce nao tiver land ou só lands
· mulligan se o seu oponente mulligou
· Qualquer uma das combinações acima
Antes do Magic ser lançado, isso no ano de 1993, os playtesters não tinham muita preocupação com o mulligan, achando que isso iria privilegiar aqueles que não se dedicavam muito na construção das bases de mana.
Com o crescimento da popularidade e dos campeonatos de magic o R&D da Wizards começou a se preocupar com a regra do mulligan, tentando deixar o jogo mais justo e diminuindo o fator sorte. A regra antiga incomodava muita gente, e isso mudou quando eles contrataram Matt Hyra. Ele foi o primeiro pro player de magic a ser contratado pela WotC, iniciando a carreira como Juiz mor, e ajudando no desenvolvimento das regras do jogo. Ele tinha a sua própria regra de mulligan (uma nova mão com uma carta a menos). As pessoas gostaram e resolveram fazer uns torneios teste para verificar a eficácia dessa nova regra. Era uma solução elegante e que trouxe mais um elemento de estratégia para o jogo. Quem aqui nunca ouviu a expressão de “Mulligan estratégico contra tal match?”.
A grande preocupação desta nova regra era o impacto que ela teria nos eventos constructed. Será que os deck de combo se beneficiariam muito com essa nova regra? Após os testes perceberam que a nova regra ia muito bem nos eventos limiteds, tanto que o primeiro Pro Tour a utilizá-la foi o Pro Tour Los Angeles (Mirage Block Rochester Draft) em 1997. O R&D ainda estava em dúvida sobre usar essa regra no ambiente constructed, mas mesmo assim aplicaram ela no Pro Tour Paris. (Daí o nome Paris Mulligan, mesmo que a regra tenha sido utilizada pela primeira vez em Los Angeles!).
O engraçado desta história é que isso ocorreu por causa de um erro. (Lembrando mais uma vez que o R&D não tinha testado a regra suficientemente bem para eventos constructed.). Antes de cada Pro tour os jogadores recebiam uma carta com as instruções do torneio. A regra do mulligan não seria utilizada no ambiente constructed ainda, porém alguém esqueceu de apagar o parágrafo que fazia referencia a essa regra e sem querer querendo todo mundo jogou dessa maneira (mais uma vítima do ctr+c ctr+v).
Outro fato curioso é que o ambiente desse PT Paris era definido por um deck de combo chamado Properous Bloom, e que nas mãos de Mike Long acabou se sagrando campeão. No final das contas tudo ocorreu bem, a regra de mulligan agradou a todos e usamos ela até os dias de hoje.
Eu tenho minhas histórias de mulligan, nem sempre são muito boas porque mulligar para 5 é quase sinônimo de derrota muitas vezes (vide meu último regional), porém um fato que me traz boas lembranças é a minha confiança em não ficar com uma mão de 6 cartas ruins, só para não ter que mulligar mais uma vez. Do que adianta você keepar uma mão de 6 cartas sabendo que você não tem o que é necessário para vencer a partida? Melhor tentar arriscar uma nova mão do que ficar com uma mão que já está fadada à derrota antes mesmo de se iniciar a partida.
6 comentários:
Só para deixar registrado, Mulligan é um termo do golf onde o jogador pode perder um ponto (ou acrescentar uma tacada ao seu score ja que no golf quanto menor o numero de tacadas para colocar a bola no buraco melhor vc é) para poder dar uma nova e melhor tacada.
O termo é escoces e bem, ja que o golf é escoces você podem entender a lógica do nome.
Olha texto muito legal mass essa história que 6 cartas ruins iniciais é pior que um mull pra 5 é um erro. Pense em todas as variáveis pra essa analise. 6 cvartas sem lands é uma coisa , com cartas ruins é outra.
acho mulligan uma caracteristica estratégica muito legal no magic.
e só pra constar, ficar com uma mão media/boa de 5 cartas é melhor que ficar com uma mão ruim de 7 cartas, e te dá mais chances de vitoria. na final do regional que eu ganhei, ganhei de mulligan 5.
mulligan se tornou parte da estrategia do magic, vide serum powder huaehuaea
Merece outro post: minhas melhores lembranças de mulligans. Já q todo mundo fala mal, vamos falar bem.
Mull a 4 numa final valendo 18 boosters apos 14 rodadas e top 8 (camp caseiro aqui, n sancionado) e ganhar n tem preço :D
De histórias de mulligan acho que nada supera a do Nuclear "Mulliguei para 3, fiz círculo de histórias para red e ganhei :)"
Sobre o comentário do victor, acho que a analise depende muito do match. Que nem mirror de fadas onde você tem que mulligar atrás da blossom ou do thoughtseize, ou de broken ambitions (no play).. no meu caso eu lembro de um jogo que eu tava de bg elves e meu oponente de bant aggro, onde eu sabia que eu precisa keepar uma mão com remoção senão eu perderia. Era game 3, eu no draw, mulliguei para 5, e ganhei porque tinha uma carta que matava um rafiq/war monk.
já contra outros matchs voce pode se dar o luxo de keepar mãos piores, porque o jogo vai ser estender bastante, mas cada caso é um caso.
muito interessante.
vou aproveitar e deixar a minha opinião de que eu não gosto muito da regra do mulligan, apesar de ela ser uma parte importante a ser considerada pra deckbuilding.
perder uma carta por mulligan é ruim demais. mulligan pra 5 é ½ morte. devem haver maneiras melhores de contornar isso.
eu sei de algumas.
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