quinta-feira, 31 de julho de 2008

Três Derrotas no GP Buenos Aires

por Leando "Stalker"

Poucas pessoas gostam de falar sobre as suas derrotas, mas é com elas que aprendemos e ganhamos experiência. Inúmeros erros podem ser cometidos durante uma partida, e estes erros vão muito além de um ataque errado, uma spell feita num momento inapropriado. Estes são erros macroscópicos, que qualquer um assistindo a partida percebe. Errar na hora de botar o sideboard para a segunda partida, não mulligar uma mão boa, mas que precisava ser mais agressiva, esquecer quais cartas o seu oponente pode comprar e que possa virar a partida são erros mais microscópicos e que normalmente passam desapercebido ou na maioria dos casos é transferido para o fator sorte (Eu ziquei, meu oponente veio com a god hand, aquele token compra muito...). Culpar a falta de sorte não irá te levar a lugar nenhum e para melhorar como jogador você precisa reconhecer isso.

No GP terminei o primeiro dia 5-3, ou seja, fora do top64 e fim de torneio pra mim. Vou contar um pouco do porque dessas três derrotas e como me serviram de aprendizado. Meu deck era o UB Fadas tradicional, e naqueles três slots que todo mundo muda de fadas pra fadas, eu inclui um Warhammer e 2 Damnation.


Round 3 – RG Zvi

Era um companheiro da minha equipe e eu sabia qual o deck dele.

Game 1: Eu tinha ganhado no dado. Minha mão inicial tinha 1 Mutavault, 1 Pendelhaven e 1 Sunken Ruins. Ok Mulligan! Minhas próximas seis cartas eram praticamente as mesmas. As mesmas três lands e uma spell a menos. Dei keep e é claro que não comprei mais nenhuma land o jogo inteiro.


Primeiro erro: Era pra ter mulligado para 5, já que o deck dele era rápido e eu não podia me dar ao luxo de esperar 2-3 turnos para comprar uma land.

Ganhei o Game 2 e perdi para um Magus da Lua de 2° turno no Game3. Mas acho que o que decidiu mesmo a partida foi o este meu descuido no Game 1. O match de fadas contra o RG Zvi, é que nem no Tênis, onde quem saca leva vantagem, que no nosso caso é quem está no play. Entregar de graça um jogo sem esboçar resistência, custa caro no final.



Round 5 – UGW Blink

Era um Argentino, não conhecia o deck dele, a principio achei que fosse um Reveilark, mas depois que ele fez uma wall of roots e fez uma mystic snake anulando minha Ancestral Vision, vi que ia ter que rebolar muito pra virar a partida. Perdi o game 1 e vamos pro Game 2.

Game 2: Fiz uma blossom de 2° turno, e ele fez o Varrefendas no turno dele. Ainda bem que eu não abri de ancestral. Esse game acabei ganhando no rush dos tokens.

Game3: Abro de ancestral, e é claro que eu tomo o varrefendas. O que mais doeu foi que ele me bateu tanto com esse urso cinzento que acabou fazendo a diferença na partida. Perdi depois que ele estabilizou a mesa com um Garruk do seu lado


Segundo Erro: Bom, aqui posso dizer que tiltei na hora do sideboard. Acho que por estar tão no piloto automático nos side-in side out contra os deck do ambiente que na hora que eu pego um deck diferente me perdi totalmente na hora de sideboradear. Tirei as Damnation, achando que o match se desenvolveria como nas partidas contra lark normal e deixei as Ancestral Vision. Ancestral tinha que ter ficado de fora nesse jogo, já que ele teria muitas respostas para ela, com varrefendas, venser e outros counters. Méritos pro meu oponente também, já que os 3 games foram bem disputados, com o controle da mesa mudando todo turno. Ele fez day2 no GP. Para quem ficou curioso, a sua decklist era essa: LINK



Round 7: GW Elves

Aqui, enfrentei sem dúvida a mulher mais bonita do campeonato. Uma Argentina, morena, sexy, capaz de deixar qualquer homem de queixo caído. Provavelmente estava acompanhando o namorado, já que ela tava com uma cara meio séria, provavelmente já saturada de horas e horas de magic.

Fui atropelado Game 1, sem mais palavras para descrever como foi a primeira partida.

Game 2, controlei a mesa, chegando a 8 de vida, e comecei a punir com a Mistbind Clique, tinha alguns tokens e mutavaults para segurar os bixos dela. Ela entrou no topdeck mode e começou a avalanche de Overrun. O primeiro tomou Rune Snag, no turno seguinte ela fez outro que também levou Rune Snag (Nesta etapa da partida eu tinha resolvido meu 3° Ancestral do jogo), no turno seguinte ela fez uma Vanquisher, e eu gastei meu último counter, o 3° Rune Snag no elfo. No meu turno bati pra matar na volta, mas sua próxima draw foi o 3° Overrun (Se eu posso ter 3 rune snag, porque ela não pode ter 3 overrun? Nada mais justo). Este Overrun pumpou o suficiente para me matar em um ataque.


Terceiro Erro: Gastei counter num bixo que não ia influenciar em nada a race, ficando vulnerável a uma das únicas cartas que poderiam virar o jogo a favor da minha oponente (Overrun ou Squall Line). Faltou nesse momento visualizar na minha mente os dois, três próximos turnos, para saber se aquele Vanquisher iria me fazer perder o jogo. E outro erro foi confiar que ela não compraria mais Overrun, já que tinham sido gastos dois nesta partida.



Então da próxima vez que você for derrotado em algum torneio, antes de culpar a sorte, analise suas jogadas, veja o que você poderia ter feito diferente. Treine bastante para não se atrapalhar na hora de fazer o sideboard contra algum deck que você nunca tenha visto antes. Após cada torneio, anote em algum lugar como foram as suas partidas, faça um report nem que seja só para você, descrevendo o que você lembra de cada jogo e quais a jogadas cruciais que você acredita que determinaram o resultado da partida. Com o tempo você perceberá que a quantidade de erros vai diminuir e a relação Vitória/Derrota vai aumentar. Boa Sorte e não esqueça de jogar a moedinha pro porco!

terça-feira, 29 de julho de 2008

Onde estão os Deckbuilders?

por Leandro "Stalker"

Quando eu conheci o magic, a parte que eu mais gostava era de criar decks. Naquela época eu tinha poucas cartas, grande maioria vindas de booster comprados com aquela mesada do papai. O ano é 1998, estou na sétima série e nos intervalos de aula rolava umas partidas de magic com outros dois amigos meus. As vezes o bedel do colégio ficava de olho na gente, pra ver se não tava rolando aposta. Jogar podia, apostar não. DCI, Pro Tour, Regional eram termos que eu desconhecia até então. O divertido era montar aquele deck que ganhasse do meu amigo, mas um deles estava sempre um passo a nossa frente. Enquanto eu tinha meu “super deck” UR de phanton warrior+counter+burn, este meu colega aparecia com um deck de cabrito montês e dava na minha cara por causa do mountain-walk. Que tempos aqueles!


Magic competitivo, sancionado, com DCI e tudo mais, eu só fui descobrir no final de 2006. No começo eu não era adepto do netdeck e criticava quem fazia. Eu acreditava que montar o seu próprio deck era uma forma de mostrar a sua qualidade no jogo, mas na verdade eu quase não tinha carta T2, e meus decks eram uma mistura de cartas comuns, com 2-3 cartas raras no máximo. Com o tempo, descobri a ligamagic, e conseqüentemente o MWS... Para quem gostava de criar decks, não tinha software melhor. Horas e horas pesquisando na masterbase por aquela carta que faltava no meu deck da saprófitas. E voi-lá, descubro uma carta chamada Escudo de Armas. Testes e mais testes pra sentir o que faltava no deck, chego na lista que eu achava perfeita, ganho um torneiozinho na Ligamagic (época em que tinha torneios), Ai, semanas antes de começarem os regionais, eu amarelo, abandono o deck e abraço o netdeck. Só precisava gastar uma graninha pra pegar um set de Stomping Ground que eu conseguia fechar o meu Gruul. Versão budget é claro. Já que do gruul tradicional ia só o Kird Ape e o Scab-Clan mesmo... Bom, porque que eu fiz isso? Ou melhor, porque as pessoas fazem isso?


Um nipo-brasileiro, grande filósofo do jogo, me disse certa vez que isso ocorre aqui no Brasil, pela falta de campeonatos grandes. Com poucos campeonatos grandes ao longo do ano as pessoas têm medo de se arriscar com listas novas e preferem o netdeck. Ficamos restritos somente aos regionais, enquanto o resto do ano é preenchido somente com FNM ou campeonatos em lojas que raramente são sancionados.

No Japão, a comunidade de magic é bem forte, com vários campeonatos, drafts, GP todo ano. E como qualquer cidade de lá tem a sua lojinha de magic, imagine centenas e centenas de japoneses botando a cabeça pra pensar e dezenas de campeonatos todas semanas. É uma orgia de decklists bizarras, porém eficientes. Uma hora essas idéias de deck novos chegam aos ouvidos dos pro-players, que abraçam decklists inovadoras, adaptam e as levam para o circuito profissional. Outro ponto importante é o poder econômico no Japão. Para fazer um comparativo, enquanto aqui no Brasil a taxa de inscrição de um campeonato é em torno do preço de 1 booster, no Japão essa taxa varia entre 4-5 boosters.


Eu acredito que a falta de deckbuilders aqui no Brasil está na falta de uma comunidade mais forte voltada para esse objetivo e também por uma falta de tempo misturada com uma parte financeira. Exemplificando isso, eu quero dizer: Bom, os melhores jogadores de magic no Brasil, com exceção de alguns, são caras mais velhos, que estão fazendo faculdade, trabalham e não tem tanto tempo assim para mergulharem de cabeça no deckbuilding. Por outro lado, a molecada que tem este tempo livre para fazer isso ou não tem dinheiro para por suas idéias de deck em pratica, ou o mais comum, não tem a experiência necessária para quebrar o ambiente com um deck inovador. No entanto, tanto para o jogador experiente quanto pro molequinho é mais fácil pegar uma lista pronta, adaptar um pouco do sideboard e testar algumas partidas contra os decks to beat. Não estou desmerecendo quem faz isso, é apenas uma escolha tática. A maioria gosta deste estilo Parreira, de continuar com o que já deu certo, enquanto outros se arriscam no Carrossel Holandês.


Com a chegada de Eventide, mudanças ocorrerão. Eu sempre gosto dessas épocas de transição, quando o formato está para sofrer grandes transformações. É a hora de botar o tico e tico pra funcionar. Nos últimos dias eu tenho trabalhado num deck novo, já me preparando para a chegada de Eventide. Já foram algumas horas gastas elaborando dezenas de listas diferentes, mais outras horas de playtests, mexi na base de mana um monte de vezes até diminuir a influencia da zica. A lista final ainda não foi aprovada, mas assim que eu tiver resultados de algum torneio eu posto um report e também um artigo sobre todas as etapas de deckbuilding que eu passei. Bom, e se tudo der errado? Bom pelo menos eu tentei. Não tinha uma vinheta da Globo que dizia: Tente, invente, faça alguma coisa diferente?

Para os que gostam de se arriscar nesta área, o que eu posso dizer é que o processo de deckbuilding é lento, demorado, várias vezes você acha que a lista está ficando boa e de repente você abandona tudo e volta a estaca zero. Gasta-se um bom tempo até balancear a base de mana, acertar a curva, o número exato de drops 2, 3, etc. Até chegar a hora de tomar a decisão mais dificil quando finaliza o deck: Será que ele está pronto para ganhar um campeonato?

Não se intimide com o que os outros vão pensar do seu deck, o Flores mesmo disse que para se fazer um deck bom, é preciso fazer 20 ruins. Quanto mais você praticar em construir listas novas, mais rápido você percebe se está indo para o caminho certo ou errado. Outra coisa importante é sempre estar de olho no metagame, pois se o seu deck não estiver ganhando dos tier1, então melhor mexer novamente na lista. Então libere o professor Pardal de dentro de você e bote essa cuca para funcionar!

sábado, 26 de julho de 2008

Treinando para o GP Buenos Aires

Apesar de já fazer um bom tempo que o GP foi realizado e no momento o formato mais falado é o Block, resolvi escrever um texto contando como foi minha rotina de treinos para o GP Buenos Aires e quais os benefícios que os treinos podem trazer para o resultado final dentro de um campeonato.

Sempre quando se aproxima um campeonato importante como um GP, surgem dois desesperos em minha cabeça: qual deck jogar e qual lista utilizar.

Nunca fui muito fã de inventar decks, sempre me pareceu mais sensato apostar nos decks que estão no topo e pertencem ao chamado tier 1. Portanto algumas semanas antes de Buenos Aires, baseado no resultado recente do PT Hollywood, o tier 1 era composto pelos seguintes decks: UB Faeries, BG Elves, UW Merfolk, UWr Reveillark e RG Mana Ramp.

Além destes decks existiam outros dois, que apesar de não conquistarem tantos resultados como os mencionados, mereciam atenção e obviamente tinham potencial, são eles: Tarmofolk (Doran) e o Quick ´n´ Toast dos franceses.

Resolvi descartar de cara o Doran e o Toast, pois nunca tinha jogado com ambos os decks e me restava pouco tempo para treinar para o evento na Argentina.

UWr Reveillark

Jogar com um deck combo e que tinha um match muito complicado contra o UB Faeries e o UW Merfolk não estava nos meus planos, portanto foi prontamente descartado.

RG Mana Ramp

A combinação de cores sempre me agradou e era um deck que eu havia jogado bastante também, porém ele possuía dois defeitos: não ganhava de jeito nenhum de UWr Reveillark e não tinha um match tão sossegado contra UB Faeries como eu pretendia, portanto descartado.

UW Merfolk

Semanas antes do GP Buenos Aires, na reta final dos Regionais no Brasil, o deck estourou e parecia ser o melhor do Standard. Jogadores razoáveis estavam conquistando bons resultados com o deck, porém ele não tinha um match nada bom contra o BG Elves. Como o vencedor do PT Hollywood tinha jogado com o deck, era certeza que ele iria aparecer em bando no GP, portanto UW Merfolk descartado.

UB Faeries

Provavelmente o melhor deck do ambiente, porém o Stalker (que compartilha as cartas comigo) já iria utilizar o deck, então tive que descartá-lo também. De qualquer maneira, não me agradava muito o fato do mirror match ser apenas sorte.

BG Elves

O BG Elves possuía em sua bagagem a conquista do último PT Standard e era um dos decks que eu mais tinha jogado na temporada de Regionais, conquistando inclusive um Top 4 em Rio Claro e um nono lugar no último Regional da Devir.

Outro fator importante que me fez escolher o deck, foi o fato dele não ter nenhum match impossível, como os outros decks possuíam. Tá certo que os matchs conta o RG Mana Ramp e UWr Reveillark, não me agradavem por completo, porém o deck me parecia equilibrado para a selva que seria o GP com apenas bye 1.


Independente da minha escolha, uma dica para quem optar por uma build própria, totalmente diferente dos decks do tier 1, é jogar contra todos os decks acima. Apenas após enfrentar todos os decks do primeiro escalão, que você descobrirá se sua invenção realmente fará sucesso.

Após ter escolhido o deck, faltava definir minha lista. Como base peguei a lista do Charles Gindy, vencedor do PT Hollywood, e após os treinos iria fazer algumas alterações pessoais até chegar à lista ideal para o ambiente atualizado.

Treino nem sempre significa quantidade e sim qualidade. Não adianta nada você jogar cem vezes contra o seu colega de equipe, que comete uma série de erros com aquela lista torta de UB Faeries e achar que teu deck ganha fácil de qualquer Faeries que você enfrentar durante o campeonato.

Lembro até hoje de um Artigo do Frank Karsten, onde ele dizia que o ideal para um treino seria jogar quatro partidas pré sideboard e depois seis partidas pós sideboard contra os principais decks do ambiente.

É preciso tomar muito cuidado com quem você está treinando e com qual lista teu oponente está utilizando, para você não criar uma falsa ilusão e ocorrer tudo errado durante o evento. Não vale depois sair culpando o deck e o azar durante os jogos pelo resultado ruim.

O ideal sempre é, na hora de treinar, enfrentar jogadores que tenham o mesmo nível que você, ou de preferência, que joguem melhor e estejam com listas “clássicas” dos decks, pois serão elas que você provavelmente irá enfrentar.

No meu caso, tomei como base as listas que tinham obtido os melhores resultados no PT Hollywood, que foi o último grande campeonato Standard pré GP Buenos Aires.

A vantagem de ter tempo sobrando para jogar diversas partidas com o deck é que você pode testar várias listas, variar as estratégias durante o jogo e não precisa se prender tanto a lista inicial de testes.

Não se esqueça de pesquisar quais techs que o pessoal poderá usar contra o seu deck. Não é por que a lista clássica de Reveillark não utiliza Wrath of God main deck, que você irá descer todas as suas criaturas de uma só vez.

Após você treinar contra os principais decks do ambiente e pesquisar as principais cartas que seus oponentes poder utilizar contra seu deck, você se sentirá mais confortável e preparado para alterar a lista inicial e acrescentar suas próprias techs.

Voltando ao meu caso em Buenos Aires, após jogar infinitas partidas contra os principais decks, viajei para a Argentina com o seguinte pensamento: O deck possuía um good matchup versus Merfolk, a lista estava preparada contra um possível Mirror e eu tinha um plano de jogo sólido contra Faeries e Reveillark. Portanto o calcanhar de Aquiles do deck seria o RG Mana Ramp.

Segue a lista que viajou comigo (Clique na imagem para aumentá-la):



Como o texto é para falar mais sobre os treinos e como eles influenciam no resultado final de um campeonato, não entrarei com muitos detalhes sobre as partidas do GPT e do GP.

Na sexta-feira pré GP, resolvi colocar o deck em ação no GPT e por pouco não consegui o bye 3. Acabei sendo derrotado no Top 4 para um RG Mana Ramp, após ganhar de dois UB Faeries e um Mono White Martyr. Mesmo não conseguindo o bye 3, fiquei confiante com o deck, pois os treinos contra o UB Faeries já começaram a render bons frutos e acabei perdendo para um deck que era o meu pior matchup, tudo dentro do normal.

Durante o GP, o deck se saiu da seguinte forma:

Rodada 1: BYE
Rodada 2: UB Faeries 2x1
Rodada 3: Quick´n´Toast 1x2
Rodada 4: RG Mana Ramp 2x0
Rodada 5: UWr Reveillark 2x0
Rodada 6: UB Faeries 2x0
Rodada 7: Tarmofolk (Doran) 0x2
Rodada 8: Project 465n 2x0
Rodada 9: UW Merfolk 2x0
Rodada 10: UWr Reveillark 1x2
Rodada 11: UB Faeries 0x2
Rodada 12: Tarmofolk (Doran) 0x2
Rodada 13: RG Mana Ramp 2x1
Rodada 14: RG Mana Ramp 2x0

Como podem ver, apesar do RG Mana Ramp ser o meu pior Matchup, terminei o campeonato invicto contra ele, conquistando três vitórias. Tal resultado me deixou muito feliz, pois assim como havia pensado antes do torneio, até o calcanhar de Aquiles do deck não era um dos piores pesadelos.

Outro match complicado era o UWr Reveillark, porém consegui ganhar de um e o jogo que eu perdi foi devido a desatenção. Aliás, durante o campeonato inteiro os únicos jogos que eu perdi o foco, vamos assim dizer, foi durante a décima rodada e a décima primeira. As outras derrotas realmente não tinha muito que fazer.

Fiquei um pouco decepcionado com o meu resultado versus o Tarmofolk (Doran), apesar de ter sido um dos matchs que eu menos treinei, mas não sei até que ponto esse fato influenciou nas derrotas. De qualquer maneira, acho que o match em si é muito complicado, lembro de ter conversado com um dos caras que me derrotou e ele disse que no Peru, os BG Elves estavam jogando com Deathmark no SB para segurar o Doran.

De uma maneira geral, os treinos me ajudaram muito a bolar um plano de jogo mais sólido contra os meus piores matchs e a entender o side in/side out ideal contra os principais decks do Ambiente.

Terminei o GP na 45º colocação, fazendo 9-5 no suíço. Por ser meu primeiro GP, sai de lá muito satisfeito e a oportunidade de jogar o Day 2 foi algo muito satisfatório para mim. Enfrentar jogadores de um nível tão alto ajuda muito meu Magic a crescer.

Que venham agora os treinos para o FFA no começo de Setembro e que eles resultem na minha tão sonhada classificação para o Nacional. Espero que o texto tenha mostrado para vocês como treinar é muito importante e faz toda a diferença.

Boa semana a todos e até a próxima!

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Reflecting Troll #1

Como todo bom site de magic, aqui estarei compilando as dúvidas mais freqüentes e jogadas interessantes que ocorrem durante os campeonatos. Apesar de eu não ser juiz, regras é uma parte do jogo que eu entendo bem e acredito ser um dos passos para se tornar um melhor jogador.

O tema de hoje serão 2 comandos de Lorwyn (verde, azul), Muitos jogadores não os lêem com tanta atenção e acabam perdendo jogos por errinhos bobos, ou por não saberem que tal jogada podia ser executada.. Quem sabe lendo este texto você não descobre o que você pode e não pode fazer da próxima vez que um oponente jogar um desses comandos.

Primal Command:
Seus modos:

- Jogador ALVO ganha 7 de vida
- Coloque a permanente ALVO que não seja criatura no topo do baralho do seu dono
- Jogador ALVO embaralha o seu grimório
- Procure por uma criatura no seu grimório e coloque na sua mão

Eu deixei em letras grandes a palavra alvo por um motivo. Você já deve ter ouvido falar que uma magica que perde o seu alvo falha certo? Mas se a mágica tiver 2 alvos e um deles se tornar inválido, a mágica resolve, já que ainda possui um alvo válido.

Vou falar de uma situção que ocorreu no top8 de um regional este ano. Mirror de GW Ramp. Para tentar ganhar a batalha do topdeck, jogador A fez um Comando Verde. Os modos escolhidos foram colocar a permanente não criatura no topo e buscar um bixo. Infelizmente a permante escolhida foi uma treetop village. Jogador B, exímio conhecedor das regras transformou sua treetop em criatura. O que acontece agora?
- O Comando verde falha, pois o seu único alvo passou a ser uma criatura. O modo “buscar uma criatura” não tem alvo. Fim de papo, em campeonato não tem essa de voltar jogada, errou meu bem.. Créu!

Cryptic Command:
Seus modos:

- Anula a mágica ALVO
- Devolva a permanente ALVO para a mão do seu dono

- Vire todas as critaturas que seus oponentes controlam
- Compre um card




O comando azul possui dois modos que dão alvo. A jogada mais comum era o efeito “Fog” tapando todos os bixos e dando bounce em alguma man-land. Desta situação da pra se tirar alguma vantagem. Imagine o cenário, você está jogando de BG elfos e seu oponente de Fadas. Na mesa temos a hipotética situação onde você tem um Tarmogoyf 4/5, um Camaleão e um Civic Wayfinder. Seus terrenos são n lands e uma treetop village. Seu oponente não possui bloqueadores, e está com 3 de vida. Para deixar a situação mais dramática se você não ganhar neste turno, você perde o jogo “haja coração” !!! Você declara seus atacantes, ainda sem transformar a treetop em bixo. O oponente faz o comando azul, virando suas criaturas e voltando a treetop para a sua mão. O que fazer, como ganhar o jogo? Basta você ter alguma removal na sua mão, até nameless inversion serve. Você mata a sua treetop (não precisa ter dó dela). Agora, se voltarmos para o nosso Comando Azul, ao matar a treetop você torna invalida o único alvo do comando, que era o bounce. Como virar as criaturas não da alvo, este efeito falha também, Tarmogoy, Camaleão e o Civic não viram, e podem atacar rumo a vitória!

Esta jogada pode parecer impossível de ocorrer, mas não é tão raro assim. No GPT, eu estava jogando um mirror de fadas, e uma jogada semelhante aconteceu. No meu caso, eu tinha uma mesa com vários tokens de blossom e uma Scion. O oponente deu um comando azul, virando minhas criaturas e voltando uma Faerie Conclave para a minha mão. Eu transformei a Conclave em criatura, e devido ao fato da Scion dar manto para as minhas outras fadas, eu consegui “anular” o comando e ganhei um jogo praticamente perdido. Óbvio que isto ocorreu no game1 e nos games 2 e 3 eu mulliguei infinitas vezes e perdi.. (hora do mimimi).

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Sede por conhecimento

Desde que Magic é Magic, a busca por informações e assuntos relacionados a teoria do jogo existem. Nos primórdios, época em que a internet nem existia (sim, eu sou velho!) os jogadores tinham acesso a essas informações através de revistas, como a Dragão Brasil, e a InQuest. Sim, existiu uma época em que os jovens gastavam o dinheiro da sua mesada comprando revistas com um monte de figuras de elfos, dragões e zumbis.

Com a chegada da era digital o fluxo de informação aumentou consideravelmente, de tal modo que um deck que ganhou um campeonato no Japão na sexta-feira cai na rede instantaneamente, e no sábado já tem gente jogando com essa lista no Brasil. Porém, um passo importante que muito jogador pula são os fundamentos. É preciso saber os fundamentos do jogo antes de sair aplicando, o que no nosso caso é o netdeck. Muita gente acha que só tendo uma lista boa é suficiente para ganhar um campeonato, mas isso é só o começo.

Minha proposta aqui é fazer um guia de estudos e dicas dos melhores locais para se obter informação, então enumerei 7 passos básicos para aqueles que estão querendo expandir sua “cultura intelectual” no jogo.

Passo #0

Se você não lê nada em inglês, pode esquecer essas dicas. As melhores informações vem de sites gringos. Então está na hora de você começar a virar aquele aluno aplicado das aulas de inglês da tia rosinha.

Passo #1

Agora que você já está craque no inglês já pode obter uma conta na starcitygames.com,(SCG). É relativamente barato, e o custo/beneficio é gigantesco. Muitos pro-players e grandes “gurus” do jogo escrevem neste site. Ele será o seu “jornal” do Magic: Tendências, quais os melhores decks do momento, teorias, reports, discussão nos fórums. É como assinar o Estadão ou a Folha de São Paulo. Se mesmo assim você não tiver uma conta na SCG, la no site eles liberam o acesso para artigos que foram publicados há mais de três meses. É um modo pobre-way-of-life, mas felizmente teoria e fundamentos não mudam tanto com o tempo.

Passo #2

Leia as colunas de juizes. Na SCG tem o Ask the Judge que sempre que o possível eu leio, mas minha coluna preferida é o Cranial Extraction da mtgsalvation.com publicada toda segunda-feira. Gosto mais desta porque trata quase sempre de interação entra as cartas do T2, enquanto a da SCG comenta desde formato T2 até os T0. As informações são praticamente 100% corretas, já que quem escreve essas colunas são juizes level 3-4.

Muitas vezes você descobre interações entre cartas, que nem os juizes daqui sabem direito, vide o caso Mirrorweave. Então nos campeonatos essa vantagem extra pode te ajudar a ganhar jogos. Por experiência própria, eu me lembro do meu primeiro FNM, onde eu estava jogando com um deck de saprófitas e tinha um morph na mesa (Thelonite Hermit). Meu oponente fez um Faith’s Fetters no meu morph, mas como eu tinha lido que a habilidade de desmorphar não era uma habilidade ativada eu desmorphei, o oponente não concordou, chamou o juiz, e no final eu tinha a razão e ganhei o jogo meio que por causa dessa jogada.

Passo #3

Frank Karsten, o melhor escritor na minha opinião. Até o ano passado o Karsten tinha uma coluna semanal. Toda quarta-feira ele escrevia lá no site da wizards. Falando sempre sobre teoria, metagame e o MOL. Infelizmente ele se afastou um pouco do jogo para se formar na faculdade, mas as colunas deles continuam diponiveis, espero que ele volte a escrever em breve. Como dica, deixo dois links aqui :

Introduction to Game Theory:

http://www.wizards.com/default.asp?x=mtgcom/daily/fk41

Theory Games:

http://www.wizards.com/default.asp?x=mtgcom/daily/fk56

São dois textos bem profundos, leitura pode parecer meio pesada, mas depois de ler, você sem dúvida terá uma outra visão sobre o jogo.

Passo #4

Mike Flores é sem dúvida um grande escritor. O problema dele é que ele é meio de lua... as vezes ele passa semanas escrevendo sobre decks bizarros, report de um ptq que ele jogou e fez 0-2 drop... mas de repente BANG!! Ele faz aquele artigo fodástico e todo mundo aplaude ele de pé. Ele escreve as quinta-feiras no site da wizards (acesso livre) e na SCG (Acesso Premium). Vale a pena ler os seus artigos? Vale sim, toda teoria é valida, e o Flores cria as suas próprias.

Passo#5

Bom, é claro que todos os passos anteriores são importantes, e existem até mais lugares com mais informações, mas depois de compilar todas estas informações, chega a hora de escolher um deck pra jogar o campeonato né? E em questão de decks, não tem site melhor que o deckcheck.net, ele é o grande sorvedouro de decklists da internet, se bobear até as listas do Top8 de um FNM na Sibéria ele tem. Mas não se engane, tem muita lista horrível lá.

Passo#6

Por último, agora que você escolheu o seu deck, hora de dar aquele toque pessoal não é? Mudar 2-3 cartas no main-deck, jogar fora aquele SB do japoneis que você não entendeu nada, (1 disso, 1 disso, 2 daquilo..) Aqui meu último conselho são os forums. Normalmente cada site grande possui um fórum aberto aos seus usuários, e as pessoas criam tópicos específicos para cada deck. Muitas vezes as discussões são produtivas, tratando de assuntos, como cartas para o sideboard, como vencer deck Y, como vencer o deck X, report de torneios, side-in, side-outs, e como o deck se comportou num ambiente mais aggro, ou num ambiente mais control.. Aqui eu recomendo 3 forums para pesquisa (procure sempre pela seção “Decks to Beat”)

-starcitygames.com

-tcgplayer.com

-wizards.com:

Divirtam-se!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Como se sustentar no Standard nos dias de hoje

Como todos sabem Magic vem se tornando um jogo extremamente caro. Cartas tops como Tarmogoyf e Mutavault chegam a valores inimagináveis e está cada dia mais difícil montar um deck competitivo nos dias de hoje sem gastar uma fortuna.

Para os jogadores, que mesmo com os valores altos que as cartas possuem, ainda pretendem continuar jogando e investindo no ambiente Standard, segue alguns conselhos para economizar dinheiro, não deixar de ser um jogador competitivo e sempre entrar em um campeonato com a melhor lista possível.

Começando do zero

Se você não possui nenhuma carta de valor e pretende começar a jogar o formato Standard de uma maneira competitiva, não tem jeito, você precisará gastar dinheiro. Cabe a você transformar esse dinheiro em um investimento.

Pesquise na internet ou com os jogadores de sua loja e procure montar um baralho razoável, mas que não seja tão caro. Uma boa aposta é o baralho utilizado pelo Felipe “Fanfarrão” Pellegrini no GP Buenos Aires, pois além de conquistar um excelente resultado, o baralho não possui nenhuma carta absurdamente cara.

Para transformar esse dinheiro em investimento, existem duas maneiras: A primeira delas será através das premiações que você conseguir dentro dos campeonatos, seja em boosters, crédito na loja ou em cartas como a promo do FNM.

A segunda maneira, caso você não consiga se dar bem com o baralho e pretenda se livrar dele, é montar uma pasta com cartas para troca, utilizando cartas do seu antigo baralho, além de outras que você já deve possuir, desta forma poupará dinheiro na construção de sua nova lista.

Tal processo se repetirá até você conseguir um número considerável de cartas (devido às premiações ou as “sobras” dos baralhos anteriores) e não precisará mais gastar tanto dinheiro como na primeira vez.

Uma sociedade

Uma maneira de você dobrar sua coleção de cartas e ter mais flexibilidade na construção de seus baralhos é você recorrer a uma sociedade. Muitos jogadores costumam juntar suas cartas com outros, para que desta forma evitem gastar mais dinheiro do que podem.

Esse tipo de “união” é arriscada, pois caso alguém queira parar de jogar, e exija as cartas de volta, pode rolar uma série de problemas na hora da divisão de bens. Sabe como é, coisa de marido e mulher.

Esta sociedade é muito aconselhada para quem costuma jogar direto com o vizinho, o irmão ou algum amigo próximo que se confia muito. Se os dois possuírem uma boa quantidade de cartas, a pasta de troca e as cartas de jogo ficarão recheadas e os dois sairão ganhando.

Para este tipo de sociedade, onde ambos são donos das mesmas cartas, o ideal seria criar uma espécie de cofrinho para o dinheiro ganho com o Magic. Caso numa tarde de trocas consiga-se vender uma quantia x de dinheiro, ela servirá para comprar cartas ou acessórios que os sócios normalmente não conseguirão através de trocas.

Uma equipe

Muitos jogadores não querem confusão e de maneira alguma pretendem juntar suas cartas com outro. A solução para esse tipo de jogador é a criação de uma equipe.

Ao criar uma equipe, seja de treinos ou para construção de baralhos, você não está fazendo nada mais do que se juntando de maneira oficial aos seus amigos mais próximos e economizando um pouco de dinheiro.

Pois ao invés de você correr atrás da carta que seu companheiro de equipe já tem e pode te emprestar, você irá correr atrás do que ninguém da equipe tem para completar o seu baralho.

As equipes podem ser formadas de diversas formas. Existem equipes apenas com jogadores, onde todos correm atrás das cartas e eles se ajudam momentos antes de um campeonato importante.

Existem equipes onde cada jogador paga uma espécie de mensalidade, desta forma cria-se uma quantia razoável de dinheiro para a compra de cartas top.

Existem equipes onde um dos integrantes é um dealer e os outros não possuem nenhuma carta, apenas jogam os campeonatos e faturam boosters e cartas para o dealer aumentar a pool de cartas da equipe.

Isso costuma funcionar com jogadores que não tem a mínima vontade de criar pastas de troca e suas ambições no jogo são apenas as vitórias e participar de campeonatos como o Nacional e Pro Tours.

Enfim, existem diversos tipos de equipes, cabe a você e seus amigos perceberem a maneira mais adequada para se juntarem e desta forma economizarem uma grana legal e crescerem no jogo através dos treinos.

Patrocínio

Outro método que tem funcionado principalmente com jogadores mais experientes e que não possuem a mínima vontade de montar uma pasta de troca são os chamados baralhos de aluguel.

Dias antes de um torneio importante, o jogador procura algum dealer ou jogador lotado de cartas e oferece um split da premiação ou uma quantia em dinheiro como forma de pagamento para o tal empréstimo.

Além destes baralhos de aluguel, existem jogadores que ganham o patrocínio de algumas lojas e desta forma também não precisam se preocupar em correr atrás de cartas. Mas você ainda terá que comer muito feijão com arroz para chegar nesse nível e ganhar essa ajudinha nas finanças.

Resumindo um pouco essa história, nos dias de hoje está cada vez mais difícil se sustentar no jogo sozinho. É preciso aproveitar o seu talento, recorrer aos amigos dentro do jogo e a sua criatividade para não correr o risco de na véspera de algum campeonato, você não jogar com a lista mais adequada por falta de cartas.

Porém não entre em desespero, na pior das hipóteses se mesmo com todas essas dicas, você ainda não conseguir todas as cartas que precisa, sempre dá para dar um último grito no MSN ou na loja que você joga e sair pedindo carta emprestada para todo mundo.

terça-feira, 15 de julho de 2008

O Incrível Goyf

O melhor bixo verde da história do Magic, Tarmogoyf sem dúvida revolucionou a “combat phase” . É também um dos responsáveis pela inflação nos preços das cartas, já que ele não se restringiu apenas ao formato T2, mas também Extended e Eternal.

Seu nascimento:

Bom, posso dizer que o nosso pequeno goyf sofria da síndrome do patinho feio, ninguém gostou muito dele a primeira vista. Gastar duas manas por um bixo 0/1 só podia ser ruim. Para ilustrar isto, segue aqui um breve trecho escrito por Frank Karsten (Traduzido):

“Tarmogoyf tem aparecido em muitas decklists, mas nos meus jogos normalmente ele é ruim e decepcionante. No late game ele está sempre grande, é claro. Mas ele tem ficado 0/1, 1/2 por muitos turnos pro meu gosto. Este deck (Gruul) quer bater 2 com os seus drop2 nos turnos 3 e 4, depois disso o serviço deles está completo. Você não quer saber se ele vai virar um eficiente 4/5 nos turnos 5 e 6 contra control ou combo, já que se você não ganhou o jogo até essa hora, o Tarmogoyf não ira mais te ajudar.”

Bom, imagine que você está em 2007 e o formato T2 é RAV-TSP-9°ed.. Gruul era o deck sensação e o que a maioria das pessoas tentaram fazer foi encaixar o Tarmogoyf no gruul e não o contrário.

A adolescência:

Passadas algumas semanas desde o seu surgimento ocorreu o GP Montreal, formato Block de TSP e a febre do monstro verde se espalhou. Tarmogoyfs 3/4 , 4/5 batendo no 3° turno eram algo corriqueiro e de certa forma até desleal com o oponente. A partir daí títulos e mais títulos ele foi conquistando. Seu preço também acompanhou o seu sucesso, e assim a carta rara que valia R$10,00, foi subindo, subindo.. no fim do ano atingiu o preço de R35,00, e após o Tarmogoyf ganhar o PT Valencia (T4) e ser descoberto pelos jogadores de Legacy, o preço explodiu, chegando a bater R$120,00.

A Maturidade:

No cenário profissional temos, em números de títulos:

6xGPs e 3xPTs

Nada mais nada menos que 9 títulos importantes. 9 em 12 campeonatos.. um aproveitamentos de 75%! Sendo que TODOS os campeonatos extended (GP e PT) que ocorreram depois do lançamento de Future Sight foram ganhos com decks que usavam Tarmogoyf. Isso porque estamos falando do tempo em que esta carta ainda é T2. Ele reinará por muito tempo ainda no ambiente T4. Se compararmos ele com outra criatura que também marcou época, o carismático Psychatog, veremos que durante sua permanência no ambiente standard, o Tog obteve “somente” 1 GP e 1 PT. Sinceramente, comparar dois “ícones” do magic chega a ser deselagante, pois são de épocas diferentes, e enquanto um custa G e pode ser facilmente splashado em qualquer deck, o outro tinha 2 cores, e tinha uma estratégia toda voltada para ele, o que restringia ainda mais as opções de deckslist. Mas fica ai esta pequena analise estatística.Aposentadoria:

Os números não mentem, mesmo com a chegada de um bloco tribal como está sendo Lorwin, o Goyf conseguiu se manter no topo como o macho alpha e continuará reinando até a sua despedida do standard, prevista para outubro de 2008.

Rest in Peace, o que no nosso caso é o formato Eternal, lugar das cartas “bugadas” e poderosas demais, que em algum dia escaparam dos olhos do R&D da WoTC.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Dez Toques


Como primeiro post do blog, irei publicar um texto que eu escrevi recentemente sobre alguns toques que os jogadores precisam saber para não perderem para si mesmo durante um campeonato.


A idéia para escrever esse texto surgiu após eu ver uma série de erros como estes durante esta última temporada de Regionais e no decorrer do GP Buenos Aires.

O texto fez muito sucesso na Ligamagic e para quem ainda não teve a oportunidade de ler, vale a pena.

Dez toques para não perder para si mesmo em um Campeonato

1 – Shield


Antes de qualquer campeonato verifiquem sempre se o shield de vocês não está marcado, isso evitará possíveis problemas com oponentes e punições durante o evento.

Um shield velho pode prejudicá-los na hora de embaralhar o deck e causar confusões como cartas “coladas”, ocasionando draws duplos. Um conselho que eu dou é sempre comprar um shield novo quando se inicia uma temporada de Regionais ou torneios grandes como um GP.

2 - Marcadores, dados e fichas

Se o deck de vocês utiliza cartas que necessitam de marcadores, dados ou fichas de criaturas, não exitem em tê-los. Se não possuem dinheiro para comprar, roubem os dadinhos do WAR do irmão mais novo, peguem os feijões da horta da mãe de vocês ou roubem as bonecas de porcelana da vovó, mas arrumem uma maneira de exemplificar tais marcadores durante o jogo.

O mais comum nos Regionais era jogador esquecer o tamanho do Tarmogoyf que estava na mesa, não se lembrar quantas fadas estavam em pé e quantas estavam viradas, entre outros erros fundamentais no jogo devido à falta de marcadores.

3 – Embaralhar

Quem nunca viu um cara reclamar que mulligou infinitas vezes em todas as rodadas e que o deck é um lixo, por que nunca vem terreno ou as cartas estão sempre juntas e etc. Provavelmente tal problema é ocasionado pelo jeito que o cara embaralha.

Antes de cada partida é sempre bom embaralhar o deck o máximo possível. Gaste todo o tempo disponível que vocês tenham para embaralhar.
Tal atitude, com certeza, evitará uma série de mulligans ocasionados por um flood de terrenos ou uma zica infernal.

Lembrem-se também que um shield velho pode influenciar neste assunto, como comentei no primeiro tópico.

4 – Pontos de vida

Todo jogador de Magic deveria sempre levar um papel e uma caneta para um campeonato. Anotar os pontos de vida de ambos os jogadores durante o jogo é fundamental para evitar problemas posteriormente.

Confiar no oponente para anotar as vidas ou em dados, que em um simples esbarrão podem mudar de lugar não é nada aconselhável.

Outro toque importante é sempre verificar com o oponente os pontos de vida durante o jogo, se possível a cada dois turnos ou quando alguma mágica altera a vida dos dois. Já vi muito jogador que tinha certeza que a vida era X, mas o oponente marcou Y, causando uma tremenda confusão, perdendo o jogo por não saber se explicar para o juiz.

5 – Cartas Iguais

Um conselho legal que eu dou para os jogadores é sempre que possível manter as cartas com desenhos iguais. Por exemplo: cartas como pain lands que já apareceram em diversas edições costumam ter diversos desenhos.

Manter um set com desenhos iguais facilita na hora de vocês visualizarem sua mesa. Isso serve também para os terrenos básicos, uma dica é usar as snow lands, pois possuem o mesmo desenho e lhe proporcionam um possível blefe, pois o oponente pode pensar que você possui cartas como Mouth of Ronon ou Scrying Sheets em seu deck.

Usar cartas com o mesmo desenho ou do mesmo idioma fazem com que você não cometa erros como logo após o oponente ver sua mão com cartas como Thoughtseize, você ao invés de descer a Adarkar Wastes de 7th edição que você tinha na mão, você desce a Adarkar de 10th que você acabou de comprar.

6 – Clareza nas jogadas

Outro fator importante durante o jogo é você ser muito claro em suas jogadas. Sempre demonstrar para o seu oponente quais terrenos está virando e quais manas está adicionando, além de falar sempre em qual fase está fazendo tal coisa.

Jogando o GP Buenos Aires, onde eu precisava ser muito claro em minhas jogadas devido minha precariedade no espanhol, percebi o quão importante é ser bem claro em todas as minhas ações durante o jogo. Vocês não imaginam como isso evita problemas e faz o seu jogo crescer.

7 – Atenção durante o jogo

Está aí uma das dicas mais importantes. Parece algo banal, mas leiam sempre atentamente todas as cartas do deck de vocês e todas as cartas do oponente.

Por incrível que pareça, o mais normal nessa última temporada de Regionais era jogador reclamando que esqueceu que a Mutavault e o Camaleão dele eram changelings e podiam ganhar o islandwalk do Lord of Atlantis, resultando numa derrota durante a partida.

Ou pior, já vi jogador reclamando que perdeu um Garruk através de um Profane Command ou perdeu uma partida por que o Camaleão do oponente pró black ganhou fear do Profane e não pode ser bloqueado.

Outros exemplos como deixar o oponente comprar uma carta após o Sage´s Dousing, mesmo sem ter nenhum Wizard na mesa, pois pensava que a carta estava relacionada com um Merfolk ou esquecer que tal mágica era tribal e não crescer o Tarmogoyf, entre muitos outros erros aparentemente absurdos, tem se tornado rotineiros durante a temporada.

8 – Blefe

Como utilizar o blefe em uma partida de Magic. Tal assunto já foi abordado diversas vezes, inclusive com textos bem mais específicos em Artigos que podem ser encontrados lá na Ligamagic.

O que vale a pena ressaltar é sempre manter aquela poker face durante o jogo, nunca revelar com suas expressões faciais se sua mão inicial é horrível ou se é uma “god hand”, tal expressão pode ser tudo que o oponente quer para fazer um mulligan estratégico ou mudar sua estratégia durante o jogo.

Outra dica interessante é no late game, quando você está precisando de cartas para ganhar o jogo, nunca fazer cara feia para o seu draw ou já sair descendo todos os terrenos que possui na mão. Se o seu deck não precisa de tantos terrenos na mesa, é melhor blefar que você tem três mágicas na mão do que escancarar para o seu oponente o seu azar durante o jogo.

Blefes como após um draw sair olhando o cemitério como se tivesse comprado um Profane Command ou um Mannequin é algo legal para amedrontar um oponente.

Isso são apenas alguns exemplos de blefes que vocês podem fazer durante a partida. Com o tempo pega-se a manha e tais atos ocorrem com maior naturalidade.

Claro que tais blefes precisam ser treinados, rola sempre um teatro por trás de tudo. Já teve muito oponente meu que deu na cara que estava blefando e me proporcionou muitas risadas após o jogo.

9 - Saber as Regras

Outra dica que parece banal é saber as regras do jogo. Não precisa ser nenhum expert, muito menos um juiz de level 3 para ter um bom conhecimento do jogo.

Tal conhecimento os ajudarão muito durante o campeonato, para com que vocês descubram seus direitos como jogador, caso alguém lhes ofereça um bribery ou esteja demorando de propósito para jogar, entre outras espertezas que os jogadores estão acostumados a fazer.

Fora esse conhecimento “extra campo”, saber as regras evitará qualquer “balão” durante a partida e fará com que você explore o máximo de suas cartas. Mas se mesmo após estudar as regras existir alguma dúvida durante uma partida, chamem o juiz na hora que ele saberá resolver tal situação da melhor maneira possível.

Eu particularmente não sou um perfeito conhecedor das regras, mas como jogador procuro entender todas as situações que o meu deck em particular poderá ter durante o campeonato. Isso evita com que eu seja surpreendido por algum efeito e me ajuda a combater possíveis bad matchups.

10 – Tranqüilidade (Auto Confiança)

A última dica que eu posso lhes dar é sempre esbanjar tranqüilidade durante suas partidas. Seja na primeira rodada de um FNM ou na final de um PT.

Cada jogador lida de uma maneira particular com a pressão e o nervosismo. O importante são vocês não demonstrarem isso ao oponente, principalmente quando se está jogando com algum jogador “famosinho”, pois ele provavelmente irá perceber seu nervosismo e usar ele como um artifício para chegar a vitória.

No fim das contas, é apenas um jogo, vocês estão treinados com o seu deck e preparados mais do que ninguém para este momento.

Comigo funciona ficar pensando em palavras positivas durante a partida como “meu deck é melhor”, “eu vou ganhar”, “eu jogo melhor do que ele”, enfim, é apenas um método, cabe a vocês descobrirem seus próprios métodos para ai sim aumentarem suas autoconfianças.


Espero de alguma forma ter ajudado alguém a crescer no jogo com essas dicas. São apenas alguns conselhos que eu resolvi escrever baseado em uma série de erros que eu andei vendo nesses últimos meses nos Regionais e no GP Buenos Aires.

Abraços!

domingo, 13 de julho de 2008

Quem Somos

Eis que surge mais um blog voltado para os praticantes deste jogo saudável chamado Magic the Gathering. Fact or Fiction é o lugar para aqueles que buscam melhorar seus conhecimentos, com artigos que abrangem a parte estratégica, tática e operacional do jogo.

Apresentando agora a equipe responsável pelo blog:


Ricardo "Thorgrim" Mattana
Administrador/Redator /Fundador

Ricardo, carioca residente em São Paulo, é estudante de Publicidade e Propaganda, possui 22 anos, já trabalhou como redator da Ligamagic e começou a levar o jogo mais a sério no ano de 2008. Em seu currículo encontram-se diversos Top 8 em Campeonatos Regionais, conquistando a vaga em 2007, além de ter feito money no GP Buenos Aires em 2008 e GP São Paulo em 2009. Atualmente vem curtindo sua aposentadoria , mas todo mundo sabe, nunca se abandona o Magic de uma vez, a gente sempre dá um tempo.


Leandro "Stalker" Meili
Administrador/Redator/Fundador

Leandro, possui 25 anos e depois de 6 anos de purgatório se formou finalmente como Engenheiro Naval na Universidade de São Paulo. Começou a jogar competitivamente no ano de 2008 e já possui 2 Top 8 em PTQs, além de 2 Top 8 em Campeonato Regional em seu currículo. Em 2009 resolveu virar índio e foi trabalhar no Amazonas na luta pela preservação do nosso querido planeta Terra. Quando a posição dos astros se alinham ele consegue uma razoável conexão com internet, o que possibilita escrever no blog e logar no mol (beta test).


Paulo "tte" Cortez
Redator

Paulo, morador de Taubaté, possui 19 anos, atualmente está aguardando os resultados da FUVEST para saber se será um estudante de Relações Internacionais ou se continuará com essa vida de vestibulando. Joga competitivamente desde 2007 e em seu currículo encontram-se um 41º lugar no GP Buenos Aires, diversos Top 8 em PTQs, sagrando-se finalmente campeão no PTQ Kyoto realizado no final do ano passado. Paulo tem jogado o Nacional desde 2007 e a atualmente está se tornando uma figura presente no circuito profissional.